Os credores da Oleocom, o maior importador português de cereais, decidiram hoje, na primeira assembleia de credores, aprovar por unanimidade o relatório de insolvência, que aponta como única solução a liquidação e o encerramento da empresa.
"Os credores aprovaram por unanimidade o relatório elaborado pelo administrador de insolvência, que aponta como solução a liquidação da empresa", disse à Agência Lusa Sofia Ribeiro Mendes, advogada do Banco comercial Português, principal credor da Oleocom e entidade que preside à comissão de credores.
O relatório elaborado pelo administrador de insolvência, Arnaldo Pereira, refere como causas da situação de insolvência a oscilação dos preços dos cereais no mercado e sobretudo na Bolsa de Chicago, através da qual eram feitas as transacções dos produtos, o que veio a agravar-se com a crise dos cereais.
Face às diferenças das taxas de câmbio, em 2006, a empresa veio a ter prejuízos que "ascenderam a 20 milhões de euros".
Há ainda a considerar os "problemas de liquidez", que obrigaram a recorrer ao crédito bancário [em 2007, a dívida era de 46,2 milhões de euros], e a "descapitalização da empresa", resultante da redução das margens de lucro.
Face à situação financeira da Oleocom e à "necessidade de fontes adicionais de crédito", foi detectado que a empresa emitia facturas "sem transacção associada e sem informação ao cliente" para efeitos de recurso ao regime de "factoring", sendo posteriormente "anuladas".
A empresa tinha apenas cerca de dez clientes, dependendo da Reagro, Valouro e Promor, considerados os três principais clientes e a quem foi vendida 65 por cento das matérias-primas.
"Esta política implicou uma dependência bastante elevada destes clientes, o que lhes permitia uma elevada força negocial na definição dos preços e na obtenção de fornecimento de matérias-primas em condições eventualmente pouco vantajosas para a Oleocom", sublinha o relatório.
O administrador judicial defende que a empresa não tem condições para se manter a laborar, devido ao desequilíbrio financeiro e à falta de contratos com clientes e de financiamento para regularizar as dívidas com os credores, estimadas em cerca de 150 milhões de euros.O Banco Comercial Português é o principal credor, com 52,5 milhões de euros em dívida.
No desemprego desde 1 de Junho e sem salários em atraso, os cerca de 40 trabalhadores pedem cerca de 700 mil euros em indemnizações.
Diário Digital / Lusa
"Os credores aprovaram por unanimidade o relatório elaborado pelo administrador de insolvência, que aponta como solução a liquidação da empresa", disse à Agência Lusa Sofia Ribeiro Mendes, advogada do Banco comercial Português, principal credor da Oleocom e entidade que preside à comissão de credores.
O relatório elaborado pelo administrador de insolvência, Arnaldo Pereira, refere como causas da situação de insolvência a oscilação dos preços dos cereais no mercado e sobretudo na Bolsa de Chicago, através da qual eram feitas as transacções dos produtos, o que veio a agravar-se com a crise dos cereais.
Face às diferenças das taxas de câmbio, em 2006, a empresa veio a ter prejuízos que "ascenderam a 20 milhões de euros".
Há ainda a considerar os "problemas de liquidez", que obrigaram a recorrer ao crédito bancário [em 2007, a dívida era de 46,2 milhões de euros], e a "descapitalização da empresa", resultante da redução das margens de lucro.
Face à situação financeira da Oleocom e à "necessidade de fontes adicionais de crédito", foi detectado que a empresa emitia facturas "sem transacção associada e sem informação ao cliente" para efeitos de recurso ao regime de "factoring", sendo posteriormente "anuladas".
A empresa tinha apenas cerca de dez clientes, dependendo da Reagro, Valouro e Promor, considerados os três principais clientes e a quem foi vendida 65 por cento das matérias-primas.
"Esta política implicou uma dependência bastante elevada destes clientes, o que lhes permitia uma elevada força negocial na definição dos preços e na obtenção de fornecimento de matérias-primas em condições eventualmente pouco vantajosas para a Oleocom", sublinha o relatório.
O administrador judicial defende que a empresa não tem condições para se manter a laborar, devido ao desequilíbrio financeiro e à falta de contratos com clientes e de financiamento para regularizar as dívidas com os credores, estimadas em cerca de 150 milhões de euros.O Banco Comercial Português é o principal credor, com 52,5 milhões de euros em dívida.
No desemprego desde 1 de Junho e sem salários em atraso, os cerca de 40 trabalhadores pedem cerca de 700 mil euros em indemnizações.
Diário Digital / Lusa