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Obra baseada em Dostoievski
Emmanuel Nunes estreia «La Douce»
Emmanuel Nunes estreia hoje, na Casa da Música, a sua obra La Douce, construída sobre o conto homónimo de Dostoiévski que o compositor transformou numa obra de teatro musical.
O projecto cénico-dramatúrgico de Emmanuel Nunes, que estreia muldialmente, mantém-se muito próximo do texto original de Dostoiévski, apontando para uma concepção cénica expressionista , com caracterizações das personagens extremamente vincadas e intensas.
Segundo Emmanuel Nunes, La Douce é 'uma peça na qual a dimensão teatral é preponderante', O libreto redigido pelo compositor é, na realidade, uma versão dramatúrgica do conto literário.
Tal concepção aponta para um centrar da atenção no texto e nos actores que o declamam, assumindo a música o papel de «paisagem sonora» e ultrapassando qualquer intenção de complemento, preparação, ou comentário ao enredo.
Na obra de Dostoievski, um marido contempla a mulher suicida que momentos antes se atirou de uma janela. 'Porquê?', é a pergunta que lhe assalta o pensamento.
Desesperadamente, tenta encontrar uma resposta, juntando as peças soltas de um passado de amor e ódio. A culpa é dela, convence-se o viúvo enquanto constrói uma verdade que explique a tragédia.
Uma das alterações profundas que o libreto de Emmanuel Nunes opera relativamente ao texto original consiste no dar voz à rapariga, à Douce.
Assim, aquilo que, no original, é um rigoroso exercício de monólogo dramático, com um só personagem falante (ainda que incorporando no seu monólogo vozes de outras pessoas), decompõe-se aqui num diálogo verdadeiro, tanto de figuras como de textos.
Casa da Música. Projecto cénico-dramatúrgico
DR
Emmanuel Nunes estreia «La Douce»
Emmanuel Nunes estreia hoje, na Casa da Música, a sua obra La Douce, construída sobre o conto homónimo de Dostoiévski que o compositor transformou numa obra de teatro musical.
O projecto cénico-dramatúrgico de Emmanuel Nunes, que estreia muldialmente, mantém-se muito próximo do texto original de Dostoiévski, apontando para uma concepção cénica expressionista , com caracterizações das personagens extremamente vincadas e intensas.
Segundo Emmanuel Nunes, La Douce é 'uma peça na qual a dimensão teatral é preponderante', O libreto redigido pelo compositor é, na realidade, uma versão dramatúrgica do conto literário.
Tal concepção aponta para um centrar da atenção no texto e nos actores que o declamam, assumindo a música o papel de «paisagem sonora» e ultrapassando qualquer intenção de complemento, preparação, ou comentário ao enredo.
Na obra de Dostoievski, um marido contempla a mulher suicida que momentos antes se atirou de uma janela. 'Porquê?', é a pergunta que lhe assalta o pensamento.
Desesperadamente, tenta encontrar uma resposta, juntando as peças soltas de um passado de amor e ódio. A culpa é dela, convence-se o viúvo enquanto constrói uma verdade que explique a tragédia.
Uma das alterações profundas que o libreto de Emmanuel Nunes opera relativamente ao texto original consiste no dar voz à rapariga, à Douce.
Assim, aquilo que, no original, é um rigoroso exercício de monólogo dramático, com um só personagem falante (ainda que incorporando no seu monólogo vozes de outras pessoas), decompõe-se aqui num diálogo verdadeiro, tanto de figuras como de textos.
Casa da Música. Projecto cénico-dramatúrgico
DR
o primeiro de janeiro