Os prémios pagos pelos seguros de vida associa-dos aos empréstimos à habitação vão ficar mais baratos a partir de Dezembro.
São boas notícias para quem tem crédito à habitação: os prémios pagos nos seguros de vida associados a um empréstimo para a compra de casa vão ficar mais baratos a partir de 10 de Dezembro. No limite, a poupança poderá ultrapassar os 60%.
O decreto-lei publicado no final da semana determina que as instituições financeiras sejam obrigadas a actualizar os prémios de seguro em função do capital em dívida ao banco.
Imagine o caso de uma família com um crédito de 100 mil euros e que paga um prémio de seguro em função desse montante em dívida. Se o seguro não for actualizado à medida que o empréstimo é amortizado, o cliente continuará a pagar um prémio para segurar 100 mil euros mas, por exemplo, já poderá só estar a dever 70 mil euros ao banco.
Com as novas regras, a actualização será feita automaticamente e numa base mensal, segundo a interpretação que a DECO faz do decreto-lei. Esta obrigatoriedade vai ter "um impacto positivo" nas carteiras das famílias portuguesas, assegura Tito Rodrigues, representante da Deco. A pedido do Diário Económico, a Deco realizou algumas simulações para determinar qual o impacto que estas novas medidas poderão ter nos orçamentos familiares. Se tivermos em conta um cenário "extremo" - um casal com 30 anos, com um empréstimo à habitação no valor de 150 mil euros, a pagar em 30 anos e que tenha associado um seguro de vida que tenha a cobertura de morte e invalidez total ou permanente - se o prémio do seguro nunca for actualizado ao longo do período de vida do crédito, esta família irá ter no total um encargo de 41.150 euros. Com as novas regras, os prémios dos seguros deverão ser revistos todos os meses. Se assim for, para o mesmo exemplo, o custo com os seguros baixa para os 14.802 euros. Ou seja, há uma diferença de 26.348 euros, o que representa uma poupança de 64%.
Ainda assim, a Deco ressalva que a generalidade das seguradoras portuguesas já fazia a actualização dos prémios dos seguros numa base anual.
Mas mesmo nestes casos, as famílias vão conseguir poupar dinheiro, com as novas regras- já que se a actualização dos prémios dos seguros for anual, o custo total dos seguros no final de vida do empréstimo é de 15.505 euros. Ou seja, neste caso, a factura total com os seguros é 703 euros mais cara face às novas regras.
Tito Rodrigues da Deco considera que a nova legislação vem "trazer maior justiça social". Também o gabinete do Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor justificou em comunicado, a razão de ser deste novo diploma: "Tendo em conta o custo que a despesa com este seguro representa para os consumidores, o que se pretende com este diploma é assegurar que não sejam impostos aos consumidores seguros de vida associados ao crédito à habitação com condições que vão além do que justifica a preocupação dos bancos em verem salvaguardada a satisfação dos seus créditos".
Diário Económico
São boas notícias para quem tem crédito à habitação: os prémios pagos nos seguros de vida associados a um empréstimo para a compra de casa vão ficar mais baratos a partir de 10 de Dezembro. No limite, a poupança poderá ultrapassar os 60%.
O decreto-lei publicado no final da semana determina que as instituições financeiras sejam obrigadas a actualizar os prémios de seguro em função do capital em dívida ao banco.
Imagine o caso de uma família com um crédito de 100 mil euros e que paga um prémio de seguro em função desse montante em dívida. Se o seguro não for actualizado à medida que o empréstimo é amortizado, o cliente continuará a pagar um prémio para segurar 100 mil euros mas, por exemplo, já poderá só estar a dever 70 mil euros ao banco.
Com as novas regras, a actualização será feita automaticamente e numa base mensal, segundo a interpretação que a DECO faz do decreto-lei. Esta obrigatoriedade vai ter "um impacto positivo" nas carteiras das famílias portuguesas, assegura Tito Rodrigues, representante da Deco. A pedido do Diário Económico, a Deco realizou algumas simulações para determinar qual o impacto que estas novas medidas poderão ter nos orçamentos familiares. Se tivermos em conta um cenário "extremo" - um casal com 30 anos, com um empréstimo à habitação no valor de 150 mil euros, a pagar em 30 anos e que tenha associado um seguro de vida que tenha a cobertura de morte e invalidez total ou permanente - se o prémio do seguro nunca for actualizado ao longo do período de vida do crédito, esta família irá ter no total um encargo de 41.150 euros. Com as novas regras, os prémios dos seguros deverão ser revistos todos os meses. Se assim for, para o mesmo exemplo, o custo com os seguros baixa para os 14.802 euros. Ou seja, há uma diferença de 26.348 euros, o que representa uma poupança de 64%.
Ainda assim, a Deco ressalva que a generalidade das seguradoras portuguesas já fazia a actualização dos prémios dos seguros numa base anual.
Mas mesmo nestes casos, as famílias vão conseguir poupar dinheiro, com as novas regras- já que se a actualização dos prémios dos seguros for anual, o custo total dos seguros no final de vida do empréstimo é de 15.505 euros. Ou seja, neste caso, a factura total com os seguros é 703 euros mais cara face às novas regras.
Tito Rodrigues da Deco considera que a nova legislação vem "trazer maior justiça social". Também o gabinete do Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor justificou em comunicado, a razão de ser deste novo diploma: "Tendo em conta o custo que a despesa com este seguro representa para os consumidores, o que se pretende com este diploma é assegurar que não sejam impostos aos consumidores seguros de vida associados ao crédito à habitação com condições que vão além do que justifica a preocupação dos bancos em verem salvaguardada a satisfação dos seus créditos".
Diário Económico