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Prémio Donostia para Ian McKellen

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Fev 29, 2008
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Festival de San Sebastián encerra amanhã

Prémio Donostia para Ian McKellen

A co-produção argentino-espanhola «El Secreto de sus Ojos» continua a liderar a lista dos favoritos entre os órgãos de comunicação.

José Mário Bastos



A 57.ª edição do Festival de San Sebastián aproxima-se do seu termo. Na tarde de amanhã será divulgado o palmarés, sendo os prémios entregues na gala de encerramento que terá lugar à noite.
Numa altura em que faltam apenas ser exibidos dois dos filmes a concurso, a co-produção argentino-espanhola «El Secreto de sus Ojos» continua a liderar a lista dos favoritos entre os órgãos de comunicação presentes. Em todo o caso, a segunda metade da mostra basca trouxe mais alguns nomes a reter.
Da australiana Ana Kokinos foi apresentado «Blessed» um mosaico de famílias desestruturadas, que combina a narração de várias histórias, a partir das perspectivas dos filhos e, depois, das mães. Na linha do chamado «realismo britânico», esta presença australiana pareceu-nos bastante positiva e não ficaremos nada admirados se vier a ter um lugar entre os distinguidos pelo júri.
O mesmo se pode dizer de «City of Life and Death», do chinês Lu Chan, um filme a preto e branco cujo tema é a ocupação da capital chinesa, em 1937, pelas tropas japonesas. Alternando os pontos de vista entre japoneses e chineses, esta obra esteticamente muito interessante é sobretudo um grande trabalho de realização.
Entretanto, puderam já ser vistos dois dos três filmes espanhóis presentes na competição. E se «Yo, también» de Álvaro Pastor e Antonio Naharro teve uma recepção bem razoável, impressionando com uma história de grande calor humano que conta a procura do amor por parte de um portador de síndroma de Dawn que intelectualmente é perfeitamente desenvolvido, tendo completado uma licenciatura em Psicologia, já Javier Rebollo com «La Mujer sin piano», um relato minimalista de um dia da vida de uma mulher dividida pelas tarefas domésticas, a actividade profissional e a relação amorosa, dividiu opiniões. Têm algo de Tati ou de Kaurismaki o filme de Rebollo, mas falta-lhe o golpe de asa que poderia ter transformado um trabalho que se torna entediante, em algo que pudesse suscitar alguma adesão por parte do espectador.
Já a turca Pelin Esmer, logrou em «10 para as 11» transmitir uma interessante história de um velho engenheiro perdido entre um mundo de múltiplas colecções que atafulham a casa onde mora e que em breve vai ser demolida. Trabalho rigoroso, bem interpretado, mas com um ritmo de narração longe de suscitar unanimidades.
A desiludir continua a representação francesa, agora com «Hadewijch» de Bruno Dumont, centrada na vida de uma jovem noviça, filha de um ministro, cuja religiosidade exacerbada a leva a aproximar-se de fundamentalistas religiosos islâmicos. Tudo isto num registo sem qualquer capacidade de impressionar ou seduzir o espectador.
Um dos pontos fortes da presidente edição da mostra basca ocorreu com a entrega do Prémio Donostia (prémio de carreira habitualmente atribuído pelo festival) ao actor britânico Ian McKellen. Actor de cinema algumas vezes nomeados para os «Óscares», McKellen é um artista extremamente versátil, reconhecido com um grande nome também dos meios teatrais, sendo famosas as suas interpretações das figuras shakespearianas. O seu nome vem juntar-se a uma imensa lista de grandes nomes do cinema que já receberam o Prémio Donostia: Catherine Deneuve, Al Pacino, Anthony Hopkins, Robert de Niro, Francis Ford Coppola, Woody Allen, Richard Gere e Meryl Streep, entre muitos outros. Foi com a grande sala do Kursall (a sala principal do festival) completamente cheia que McKellen recebeu o troféu numa cerimónia muito mediática transmitida em directo pela televisão espanhola.
Resta esperar pela apresentação dos últimos concorrentes e da proclamação dos vencedores.

Ian McKellen. Prémio de carreira habitualmente atribuído pelo festival

DR


o primeiro de janeiro
 
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