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Favorito não vence 57.º Festival Internacional de Cinema De San Sebastián
«Concha de Ouro» em chinês
Júri da 57.ª edição do Festival de San Sebastián deixou de fora aquele que era tido como o filme favorito e premiou obra chinesa.
José Mário Bastos
(colaborador, em San Sebastián)
Como já vai sendo habitual, o júri oficial da 57.ª edição do Festival de San Sebastián, presidido pelo realizador francês Laurent Cantet e que integrou também a actriz portuguesa Leonor Silveira, ignorou por completo o filme que mais se destacou, a grande distância, entre todos os que se apresentaram a concurso. A avaliação de obras cinematográficas é evidentemente um acto de grande subjectividade, mas não é fácil perceber como «El Secreto de Sus Ojos» do argentino Juan José Campanella, apontado quase unanimemente como o principal favorito ao Grande Prémio do Festival ficou, pura e simplesmente, arredado do palmarés.
Desta vez, o prémio «Concha de Ouro» foi, apesar de tudo, para um dos trabalhos mais interessantes apresentados no certame: «City of Life and Death» do chinês Lu Chuan. Este filme recebeu ainda a «Concha de Prata» para a melhor fotografia (de Cao Yu) e também o Prémio Signis atribuído pela Organização Católica Internacional para o Cinema.
O Prémio Especial do Júri foi para «Le Refuge» de François Ozon, o menos mau dos filmes franceses em competição.
Completamente inexplicável o prémio do melhor realizador para o espanhol Javier Rebollo com «La Mujer sin Piano». Qualquer prémio para este filme nos pareceria despropositado, mas o de melhor realizador é algo de bradar aos ceús.
A colheita espanhola não ficou por aqui, já que os dois prémios de interpretação foram para os dois principais intérpretes de «Yo, También», de longe o mais interessante dos filmes espanhóis em concurso. Lola Dueñas recebeu a «Concha de Prata» para a melhor actriz e Pablo Pineda foi galardoado com o prémio para o melhor actor. Bem merecida a distinção para o melhor guião que recaiu em «Blessed», um bom filme australiano de Ana Kokkinos.
A «Le Jour où Dieu est parti en voyage» de Philippe Van Leeuw (Bélgica) foi atribuído o Prémio Novos Realizadores, enquanto «Gigante» do uruguaio Adrián Biniez foi o vencedor da secção Horizontes. De referir também que o Prémio do Público foi para «Precious» do norte-americano Lee Daniels, vencedor do Festival de Sundance.
Finalmente, a distinção da FIPRESCI (Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica) foi para o controverso e muito pouco entusiasmante filme espanhol «Los Condenados» de Isaki Lacuesta.
Caiu assim o pano sobre um festival razoável, que será tema de um texto final de balanço a publicar numa das próximas edições.
Vencedor. «City of Life and Death» conquistou «Concha de Ouro»
José Mário Bastos
«Concha de Ouro» em chinês
Júri da 57.ª edição do Festival de San Sebastián deixou de fora aquele que era tido como o filme favorito e premiou obra chinesa.
José Mário Bastos
(colaborador, em San Sebastián)
Como já vai sendo habitual, o júri oficial da 57.ª edição do Festival de San Sebastián, presidido pelo realizador francês Laurent Cantet e que integrou também a actriz portuguesa Leonor Silveira, ignorou por completo o filme que mais se destacou, a grande distância, entre todos os que se apresentaram a concurso. A avaliação de obras cinematográficas é evidentemente um acto de grande subjectividade, mas não é fácil perceber como «El Secreto de Sus Ojos» do argentino Juan José Campanella, apontado quase unanimemente como o principal favorito ao Grande Prémio do Festival ficou, pura e simplesmente, arredado do palmarés.
Desta vez, o prémio «Concha de Ouro» foi, apesar de tudo, para um dos trabalhos mais interessantes apresentados no certame: «City of Life and Death» do chinês Lu Chuan. Este filme recebeu ainda a «Concha de Prata» para a melhor fotografia (de Cao Yu) e também o Prémio Signis atribuído pela Organização Católica Internacional para o Cinema.
O Prémio Especial do Júri foi para «Le Refuge» de François Ozon, o menos mau dos filmes franceses em competição.
Completamente inexplicável o prémio do melhor realizador para o espanhol Javier Rebollo com «La Mujer sin Piano». Qualquer prémio para este filme nos pareceria despropositado, mas o de melhor realizador é algo de bradar aos ceús.
A colheita espanhola não ficou por aqui, já que os dois prémios de interpretação foram para os dois principais intérpretes de «Yo, También», de longe o mais interessante dos filmes espanhóis em concurso. Lola Dueñas recebeu a «Concha de Prata» para a melhor actriz e Pablo Pineda foi galardoado com o prémio para o melhor actor. Bem merecida a distinção para o melhor guião que recaiu em «Blessed», um bom filme australiano de Ana Kokkinos.
A «Le Jour où Dieu est parti en voyage» de Philippe Van Leeuw (Bélgica) foi atribuído o Prémio Novos Realizadores, enquanto «Gigante» do uruguaio Adrián Biniez foi o vencedor da secção Horizontes. De referir também que o Prémio do Público foi para «Precious» do norte-americano Lee Daniels, vencedor do Festival de Sundance.
Finalmente, a distinção da FIPRESCI (Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica) foi para o controverso e muito pouco entusiasmante filme espanhol «Los Condenados» de Isaki Lacuesta.
Caiu assim o pano sobre um festival razoável, que será tema de um texto final de balanço a publicar numa das próximas edições.
Vencedor. «City of Life and Death» conquistou «Concha de Ouro»
José Mário Bastos
o primeiro de janeiro