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Padre morto em casa

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RoterTeufel

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Braga: António Esteves vivia sozinho e estava morto há pelo menos três dias
Padre morto em casa


Ninguém deu pela falta dele porque era habitual estar dias sem aparecer. O padre António Esteves era assim. Umas vezes resolvia fazer-se à estrada até Melgaço, sua terra do coração, outras, simplesmente, ficava em casa a ler e a tocar piano.

Anteontem, ao fim da tarde, um intenso mau cheiro no 2º andar do nº 23 da rua Cónego Luciano Afonso dos Santos, em Braga, chamou a atenção dos vizinhos. Contactaram o irmão, Zeferino Esteves, que também é padre, e o pior dos cenários confirmou-se.

O corpo do sacerdote, de 53 anos, foi encontrado no chão da casa de banho, já em decomposição. Terá morrido na noite de domingo para segunda-feira, já que, no domingo, a última vez que foi visto, tinha-se sentido mal na apresentação de um livro, no Mosteiro de Tibães.

Boa parte dos seus 28 anos de sacerdote foi passada em incursões académicas, tanto na Universidade Católica como na Universidade Pontifícia de Roma. Mas também foi jornalista e pároco, em Lago, Amares.

Ultimamente dava conferências e fazia pregações, tendo também uma ligação ao Paço Arquiepiscopal, onde, segundo apurou o CM, aparecia raras vezes. Tinha problemas psicológicos, e o álcool, que não largava, atirava-o para profundas e longas depressões. Chegou a ser apanhado pela GNR ao volante com 2,2 gr/l.

O funeral tem lugar hoje, às 15h30, no Mosteiro de Tibães.

"UM INTELECTUAL CARREGADO DE PROBLEMAS"

"Vou sentir falta do som do piano, que ele tocava tão bem", disse ao CM uma vizinha, referindo-se ao padre como "uma pessoa muito introvertida, que dizia bom dia e boa tarde e nada mais". António Soares, antigo seminarista e "companheiro de fumo", falou ao CM de "um intelectual ímpar, mas carregado de problemas por causa do seu estilo de vida". António Luís Esteves era um desalinhado. Tinha barba, cabelo comprido, fumava e bebia e não ligava às críticas. Era um dos poucos padres no País que falava e escrevia de forma fluente hebraico e aramaico. O resultado preliminar da autópsia dá conta de paragem cardíaca, não havendo suspeitas de crime.



Fonte Correio da Manhã
 
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