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“Eu não o matei, só me defendi!”

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RoterTeufel

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Sátão: Guerra entre vizinhos idosos acaba com violentas agressões e morte
“Eu não o matei, só me defendi!”


As desavenças entre Acácio e António há muito que eram conhecidas em Rãs, no concelho de Sátão. A tal ponto que os habitantes já diziam que "os problemas só acabavam com a morte de um deles". Foi o que aconteceu quando ambos se envolveram à pancada no domingo, por causa do derrube de um portão. António Varela, de 76 anos, ficou ferido, após cair e bater com a cabeça numa pedra – e morreu ontem de manhã nos Hospitais da Universidade de Coimbra.

O suspeito do homicídio, Acácio Nunes, de 75 anos, disse ao CM que foi agredido com um sacho pela vítima e que teve de se defender em resposta ao ataque. "Ele [António] derrubou por duas vezes um portão num terreno que me pertence. No domingo à noite, avisei-o para me deixar em paz e ele veio para cima de mim com um sacho. Deu-me duas cacetadas na cabeça", conta Acácio Nunes, que na altura das violentas agressões estava acompanhado pela mulher.

"Eu não o matei, apenas me defendi dele", garante o agricultor, salientando que a vítima de 76 anos caiu quando lhe tirou o sacho: "Ele caiu desamparado e bateu com a cabeça numa pedra. Depois não me lembro de mais nada."

Os familiares da vítima têm outra versão dos acontecimentos, considerando que António "foi violentamente espancado". "Eu fui das poucas pessoas que viram em que estado ficou o meu sogro. Ficou com a cabeça toda rebentada, parecia uma animal a sangrar por todo o lado", garantiu ontem ao CM a nora da vítima, Virgínia Mota.

Duarte Varela, filho de António Varela, chegou ontem de manhã da Suíça e, por isso, nada sabe sobre os factos. Apenas reconhece que "os dois homens tinham um relacionamento muito complicado", mas "nada justifica as agressões e a morte [do pai]". "Agora só espero que se faça justiça", adiantou o emigrante. As circunstâncias em que aconteceram as agressões estão a ser investigadas pela Judiciária, que ontem esteve em Rãs.

MULHER TOCA SINO PARA PEDIR SOCORRO

Os habitantes de Rãs só tomaram conhecimento das agressões quando a mulher de Acácio Nunes foi à igreja tocar o sino a rebate. Depois foi para a rua gritar por socorro porque o marido "tinha sido agredido pelo António". Nessa altura, os populares foram ao local e apenas encontraram Acácio Nunes a sangrar abundantemente da cabeça. António Varela ainda teve forças para andar 200 metros e se refugiar em casa. "Ele não queria abrir a portaa ninguém. Só a muito custo é que depois deixou entrar os bombeiros para o socorrer", conta Virgínia Mota, nora da vítima mortal, que vive paredes-meias com o local onde aconteceram as agressões. "Não me apercebi de nada", diz. Os dois homens foram transportados em ambulâncias para o Hospital São Teotónio. António Varela foi depois transferido para Coimbra.

"SE NÃO ME DEFENDESSE ELE MATAVA-ME"

Acácio Nunes foi suturado com 12 pontos na cabeça e recebeu alta. Regressou a Rãs, mas andava preocupado com o estado clínico da vítima. Ontem, quando se soube que António Varela tinha falecido, encontrava-se na casa dos cunhados. "Ele diz que apenas se defendeu e que o outro é que caiu", diz o cunhado, Luís Pimentel. Acácio Nunes abana a cabeça em sinal de concordância e mostrando o sacho com que foi agredido na cabeça. "Tenho aqui a prova. Se não me defendo ele matava-me com isto", salienta, enquanto exibe a alfaia agrícola ensanguentada, que pouco depois foi recolhida pela Judiciária.

PORMENORES

TERRENO É BALDIO

O local onde se deu a rixa que vitimou António Varela é baldio, mas está há muitos anos na posse de Acácio Nunes.

VÍTIMA SOZINHA

António Varela vivia sozinho. Os seus sete filhos estão emigrados. Alguns chegaram ontem à aldeia, porque o médico lhes disse que o pai não sobrevivia. A mulher está num lar.

FUNERAL É HOJE

O corpo de António Varela foi autopsiado ontem à tarde. O funeral realiza-se hoje.


Fonte correio da manhã
 
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