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RoterTeufel
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Incêndios: Época de fogos terminou ontem a meio de vaga de calor
Redução de efectivo preocupa bombeiros
Apesar de as temperaturas continuarem, a meio de Outubro, próximo dos 30 graus, desde a meia-noite de hoje que o dispositivo de combate a incêndios florestais foi reduzido drasticamente. Tal como previsto na Directiva Operacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), dos 5441 elementos até agora afectos ao combate a incêndios passam a estar mobilizados apenas 1497.
Isto num ano em que a área ardida cresceu seis vezes face a 2008 e o número de ocorrências duplicou.
Aliás, dados da ANPC revelam que o número de incêndios aumentou sistematicamente nos últimos nove dias, tendo sido registados, anteontem, 82 fogos que mobilizaram 715 bombeiros e 185 viaturas.
O CM sabe que a situação está a ser reavaliada pela ANPC e hoje poderá haver alterações no contingente mobilizado. Ontem, depois de receber as previsões meteorológicas para os próximos dias, o organismo responsável pela coordenação de todos os meios disponíveis elevou o nível de alerta para amarelo – o segundo numa escala de cinco – até domingo. A medida obriga a um estado de prontidão mais imediato a todos os elementos.
A redução do efectivo está até a ser criticada por vários comandantes de corpos de bombeiros, como é o caso dos Voluntários de Terras de Bouro, junto ao Parque Nacional da Peneda Gerês, um dos mais afectados pelos incêndios este Verão. A distância a que se encontram os meios permanentes mais próximos é a principal preocupação.
O Ministério da Administração Interna, contactado pelo CM, esclareceu que a decisão de voltar a mobilizar parte do dispositivo da fase Delta é da responsabilidade da ANPC.
O presidente da Liga dos Bombeiros, Duarte Caldeira, defende que “o dispositivo existente é suficiente” e que a situação meteorológica “não é normal, mas não é nova”.
PORMENORES
91 PIRÓMANOS DETIDOS
A Polícia Judiciária deteve, desde o início do ano até 14 de Outubro, 91 pessoas por fogo posto, o triplo do verificado em 2008.
ÁREA ARDIDA
Desde o início do ano já arderam 77 131 hectares de floresta em 22 303 incêndios.
MEIOS DISPONÍVEIS
FASE DELTA (terminou ontem)
5441 elementos
1247 viaturas
15 helicópteros
2 aerobombardeiros pesados
+ corpos de bombeiros
FASE ECHO
GIPS/GNR – 638 elementos
102 viaturas
FEB – 259 elementos
35 veículos
600 EIP dos CB
TOTAL:
1497 elementos
137 viaturas
2 helicópteros
+ corpos de bombeiros
DISCURSO DIRECTO
"ESTAMOS SEM MEIOS PARA COMBATER INCÊNDIOS", José Dias, Comandante dos Bombeiros Voluntários de Terras de Bouro
Correio da Manhã – As Equipas de Combate a Incêndios (ECIN) encerraram funções, ontem, em Terras de Bouro. Está preocupado com esta situação?
José Dias – Claro que estou preocupado, porque neste momento encontramo-nos numa situação adversa, com uma vaga de calor que não sei quando vai acabar. E sem as ECIN não há meios locais para uma primeira intervenção a um foco de incêndio. Os GIPS [Grupo de Intervenção de Prevenção e Socorro] e os Canarinhos estão demasiado distantes para uma primeira intervenção.
– Como funcionam as ECIN?
– As ECIN são equipas de cinco elementos que estão 24 horas de serviço e intervêm logo no primeiro minuto em que somos alertados para um incêndio. Existem durante os três meses de Verão, que é a época que as entidades consideram mais crítica. Esporadicamente, são prolongados mais 15 dias.
– Acha então que a contratação das ECIN devia ser menos rígida em termos de calendário?
– Sim, porque se estamos numa situação adversa estes meios deviam ser conservados.
– Essa falta de meios poderá pôr em risco o Parque Nacional da Peneda Gerês?
– Pode. Não só o Parque Nacional como outra área qualquer, porque vamos ter uma acção retardada. Apesar de os meios aéreos e os GIPS continuarem disponíveis, a experiência diz-me que isso não é suficiente. São precisos meios terrestres para complementar o combate aéreo. Neste momento não há meios humanos suficientes, porque os voluntários nem sempre estão disponíveis.
– Que medidas deviam ser adoptadas pela Autoridade Nacional da Protecção Civil neste caso?
– Respeito as competências dos meus superiores e não me cabe a mim fazer essas considerações, apenas exprimo as preocupações e as dificuldades que encontro no combate aos fogos.
Fonte correio da manhã
Redução de efectivo preocupa bombeiros
Apesar de as temperaturas continuarem, a meio de Outubro, próximo dos 30 graus, desde a meia-noite de hoje que o dispositivo de combate a incêndios florestais foi reduzido drasticamente. Tal como previsto na Directiva Operacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), dos 5441 elementos até agora afectos ao combate a incêndios passam a estar mobilizados apenas 1497.
Isto num ano em que a área ardida cresceu seis vezes face a 2008 e o número de ocorrências duplicou.
Aliás, dados da ANPC revelam que o número de incêndios aumentou sistematicamente nos últimos nove dias, tendo sido registados, anteontem, 82 fogos que mobilizaram 715 bombeiros e 185 viaturas.
O CM sabe que a situação está a ser reavaliada pela ANPC e hoje poderá haver alterações no contingente mobilizado. Ontem, depois de receber as previsões meteorológicas para os próximos dias, o organismo responsável pela coordenação de todos os meios disponíveis elevou o nível de alerta para amarelo – o segundo numa escala de cinco – até domingo. A medida obriga a um estado de prontidão mais imediato a todos os elementos.
A redução do efectivo está até a ser criticada por vários comandantes de corpos de bombeiros, como é o caso dos Voluntários de Terras de Bouro, junto ao Parque Nacional da Peneda Gerês, um dos mais afectados pelos incêndios este Verão. A distância a que se encontram os meios permanentes mais próximos é a principal preocupação.
O Ministério da Administração Interna, contactado pelo CM, esclareceu que a decisão de voltar a mobilizar parte do dispositivo da fase Delta é da responsabilidade da ANPC.
O presidente da Liga dos Bombeiros, Duarte Caldeira, defende que “o dispositivo existente é suficiente” e que a situação meteorológica “não é normal, mas não é nova”.
PORMENORES
91 PIRÓMANOS DETIDOS
A Polícia Judiciária deteve, desde o início do ano até 14 de Outubro, 91 pessoas por fogo posto, o triplo do verificado em 2008.
ÁREA ARDIDA
Desde o início do ano já arderam 77 131 hectares de floresta em 22 303 incêndios.
MEIOS DISPONÍVEIS
FASE DELTA (terminou ontem)
5441 elementos
1247 viaturas
15 helicópteros
2 aerobombardeiros pesados
+ corpos de bombeiros
FASE ECHO
GIPS/GNR – 638 elementos
102 viaturas
FEB – 259 elementos
35 veículos
600 EIP dos CB
TOTAL:
1497 elementos
137 viaturas
2 helicópteros
+ corpos de bombeiros
DISCURSO DIRECTO
"ESTAMOS SEM MEIOS PARA COMBATER INCÊNDIOS", José Dias, Comandante dos Bombeiros Voluntários de Terras de Bouro
Correio da Manhã – As Equipas de Combate a Incêndios (ECIN) encerraram funções, ontem, em Terras de Bouro. Está preocupado com esta situação?
José Dias – Claro que estou preocupado, porque neste momento encontramo-nos numa situação adversa, com uma vaga de calor que não sei quando vai acabar. E sem as ECIN não há meios locais para uma primeira intervenção a um foco de incêndio. Os GIPS [Grupo de Intervenção de Prevenção e Socorro] e os Canarinhos estão demasiado distantes para uma primeira intervenção.
– Como funcionam as ECIN?
– As ECIN são equipas de cinco elementos que estão 24 horas de serviço e intervêm logo no primeiro minuto em que somos alertados para um incêndio. Existem durante os três meses de Verão, que é a época que as entidades consideram mais crítica. Esporadicamente, são prolongados mais 15 dias.
– Acha então que a contratação das ECIN devia ser menos rígida em termos de calendário?
– Sim, porque se estamos numa situação adversa estes meios deviam ser conservados.
– Essa falta de meios poderá pôr em risco o Parque Nacional da Peneda Gerês?
– Pode. Não só o Parque Nacional como outra área qualquer, porque vamos ter uma acção retardada. Apesar de os meios aéreos e os GIPS continuarem disponíveis, a experiência diz-me que isso não é suficiente. São precisos meios terrestres para complementar o combate aéreo. Neste momento não há meios humanos suficientes, porque os voluntários nem sempre estão disponíveis.
– Que medidas deviam ser adoptadas pela Autoridade Nacional da Protecção Civil neste caso?
– Respeito as competências dos meus superiores e não me cabe a mim fazer essas considerações, apenas exprimo as preocupações e as dificuldades que encontro no combate aos fogos.
Fonte correio da manhã