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“Morreu por causa da Junta” (COM VÍDEO)

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RoterTeufel

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Ermelo: Câmara fica nas mãos do PS, mas candidata do PSD arrasa
“Morreu por causa da Junta” (COM VÍDEO)


O dia tinha tudo para ser de festa em Ermelo. Glória Nunes ganhou a Junta da Freguesia com 267 dos 379 votos, mas a os sorrisos foram trocados pelas lágrimas, o desespero tomou o lugar da euforia e a alegria deu a vez à saudade. Após a contagem dos votos, as ruas da vila ficaram desertas, e refugiados em suas casas os populares contiveram a felicidade da vitória. O silêncio homenageava Maximino, assassinado no domingo pelo opositor da mulher.

"É muito difícil viver este dia. Estamos contentes pela vitória mas a imagem do Maximino não nos sai da cabeça. Ele morreu a defender-nos, morreu pelo povo. Não faz sentido festejar seja o que for sem ele estar ao nosso lado", lamentava ontem Carlos Henrique, amigo de Maximino.

Também Glória Nunes evitou sair à rua. A mulher passou o dia na companhia dos filhos e apenas saiu por volta das 12h00 quando se dirigiu à Casa do Povo para votar.

"Custou-me muito viver este dia. É difícil seguir em frente e continuar a ser presidente da Junta quando sei que o meu marido morreu por causa desta guerra. Mas faço isto por ele, para o homenagear", afirmou Glória, lavada em lágrimas, à saída da mesa de voto.

Em Ermelo, o dia começou bem cedo. A pouco e pouco as pessoas foram chegando e nem o medo que alguns sentiam os impedia de votar. Na mesa de voto de Fervença, a poucos metros do local onde Maximino foi morto, as recordações foram inevitáveis. "Sempre que olho para ali lembro-me do Maximino. Entrei aqui também com medo, mas não era por isso que ia deixar de votar", contou Teresa Moura, moradora daquela localidade.

Apesar de tudo, a afluência às urnas foi maior do que era esperado. Dos 935 eleitores, 460 exerceram o seu direito de voto. Também para Câmara de Mondim de Basto não houve surpresas. Humberto Cerqueira, candidato do PS, confirmou a vitória anunciada já na semana passada.

PS RETIROU APOIO AO HOMICIDA

Após António Cunha ter assassinado a tiro Maximino o PS retirou a lista à Junta da Freguesia de Ermelo, o que impediu o homicida de continuar na luta pela presidência. Deste modo, ontem nos boletins de voto apenas constava o nome de Glória Nunes. Mesmo assim, apenas 267 dos 379 eleitores que ontem foram às urnas votaram na candidata do PSD. Dos restantes votos, 85 foram em branco e 27 nulos.

DEPOIMENTOS

"Vim de propósito do Porto para votar. Já tinha vindo a semana passada, mas agora voltei. Não tenho medo de estar aqui, mastenho muita pena porque istoé uma nódoa na história de Ermelo. Fiquei muito chocado.": Vítor Peixoto 94 anos

"Quem não deve não teme. Não fiz mala ninguém por isso estou descansado. Mas é claro que o facto de estar cá a polícia nos faz sentir mais seguros. O facto de estar na lista da Glória não meassusta.": Domingos Silva 66 anos

"Isto passou--me um bocado ao lado porque estou sempre metida em casa. Nãoconhecia as guerrinhas e não tenho medo de viver em Ermelo. Sei que há outras pessoas que foram ameaçadas, mas comigo nunca se meteram.": Alcina Costa 75 anos

"Vim de Lisboa de propósito. Já tinha vindo a semana passada para votar. É triste, mas acontece. Os meus pais é que ficaram muito chocados por Ermelo ser conhecido por este motivo.": Vítor Valério 40 anos

GNR GARANTE SEGURANÇA

A tragédia que vitimou Maximino deixou marcas na população. No momento de votar muitos foram os moradores que não esconderam ontem o medo de que algo voltasse a acontecer. Apenas a presença da GNR no local, com cerca de 20 militares, acalmou os ânimos dos mais receosos. "Não era para vir votar. Tinha muito medo de que algo voltasse a acontecer. Ligaram para minha casa e disseram que não havia problema porque a polícia ia estar aqui a controlar tudo. Se não fosse assim não tinha vindo", explicou ao CM Teresa Moura, que votou em Fervença.

Durante o dia, os elementos da GNR permaneceram nos dois locais onde se encontravam as mesas de voto, e apenas desmobilizaram quando os resultados foram conhecidos. Segundo as autoridades, não foi registado qualquer incidente.

Ontem, em Fervença, as eleições tiveram inicio com alguns percalços. Habituados a conhecer os delegados da mesa de voto, o que não aconteceu desta vez, os habitantes não levaram documentos de identificação, o que causou dificuldades.

"Sempre conhecemos os delegados da mesa, por isso não havia razão para termos de nos identificar. Depois do que aconteceu no domingo outras pessoas foram para a mesa e exigiram os documentos, mas muita gente não vinha preparada", contou Teresa.

Em ambas as mesas de voto, os delegados do Partido Socialista vieram de Vila Real. O partido assim o exigiu, para evitar eventuais represálias pelo sucedido no domingo.

FICOU EM PRISÃO PREVENTIVA

António Cunha, o candidato do PS em Ermelo, está em prisão preventiva na cadeia de Vila Real. O socialista foi indiciado por um crime de homicídio qualificado, e entregou-se às autoridades dois dias depois de ter assassinado o marido da sua opositora. A arma do crime foi apreendida horas depois de ter feito os disparos: foi encontrada abandonada dentro do carro que usou. António Cunha apresentou-se na Polícia Judiciária com o advogado.

PORMENORES

"A GUERRA NÃO ACABOU"

"Esta guerra não acabou. O António foi preso, mas os aliados dele estão à solta, e enquanto assim for nunca teremos paz", explicou ao ‘CM’ Manuel, um dos habitantes de Ermelo.

EVITAR CONFRONTOS

O PS preferiu escolher delegados de Vila Real para evitar mal-entendidos. "Se os delegados do PS fossem aqui de Ermelo quase de certeza que ia haver problemas.", contou ao CM um delegado do PS.

PS ESTAVA EM RISCO

As eleições de Ermelo eramdeterminantes para a vitória socialista. O PS apenas estava à frente por 400 votos.


Vídeo Sapo




Fonte correio da manhã
 
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