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Disparos acidentais matam caçadores

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RoterTeufel

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Vila Real: Duas tragédias no distrito com 45 minutos de diferença
Disparos acidentais matam caçadores


Quarenta e cinco minutos depois de Carlos Leite, de 34 anos, ter tombado com um tiro de caçadeira no pescoço disparado por um amigo, foi a vez de Armando Santos, 63, gritar por socorro. Tinha caído e a sua arma disparara acidentalmente, atingindo-o na barriga. Tal como o primeiro, morreu ontem de manhã a caçar, no distrito de Vila Real.

O primeiro acidente registou-se em Oura, Chaves, pelas 09h00. Carlos morava no Porto, mas aos fins-de-semana ia sempre para a aldeia.

Ontem de manhã, a mulher, grávida de oito meses, pediu-lhe que ficasse em casa por causa do frio. Nada feito. Carlos Leite não resistiu ao vício e saiu com o amigo Agostinho para caçar. Este último matou-o sem querer com um disparo de caçadeira no pescoço, entrando em estado de choque.

A tragédia deu-se a um quilómetro da aldeia de Vila Verde. Os amigos estavam à caça de coelhos e perdizes e Carlos Leite caiu e feriu--se numa mão. Agostinho, 30 anos, insistiu para que fossem logo ao hospital. Carlos acedeu e, já junto à carrinha, quando se preparavam para deixar o local, aconteceu a tragédia. Agostinho estava a colocar o travão de segurança no gatilho da caçadeira e ter-se-á esquecido de que tinha um cartucho ainda na arma. Provocou involuntariamente o disparo, o projéctil atravessou a carrinha e atingiu Carlos no pescoço. A vítima estava do outro lado da viatura e terá sido atingida num momento em que se baixou para apanhar qualquer coisa. Teve morte imediata.

Em Ermidas, Penelas, Vila Real, 45 minutos depois das 09h00, um caçador ouviu um grito de socorro. Correu e viu Armando Santos, 63 anos, caído sobre a sua própria arma e a esvair-se em sangue. Estava vivo, ainda lhe contou que a arma o atingira acidentalmente, mas já não foi socorrido a tempo. Estavam ambos em zona de mato denso e os bombeiros demoraram cerca de 45 minutos a chegar ao local .

Armando também era caçador habitual e aos fins-de-semana ia para a zona com amigos. Acompanhavam-no diversos membros da associação de caçadores da zona, dispersos para evitar acidentes. Morreu no local.

RAPAZ DE DOZE ANOS PODE FICAR SEM UM BRAÇO

Um rapaz de 12 anos está internado desde o princípio da tarde de ontem no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e corre o risco de amputação do braço direito. O menor foi atingido com um disparo de caçadeira, feito por um amigo do pai, quando acompanhava os dois homens na caça. O acidente ocorreu pelas 12h00, dentro de uma reserva de caça que fica perto de Moninhos, localidade junto ao parque eólico de Loures.

Os dois homens, e a criança, filha de um deles, preparavam-se para regressar a casa quando um dos caçadores começou a efectuar procedimentos de limpeza da espingarda-caçadeira. Um deslize no manuseamento levou a que a arma se disparasse, vindo os chumbos do cartucho detonado a atingir o rapaz de 12 anos no braço direito. Uma ambulância do INEM transportou o menor ao Hospital de Santa Maria, onde deu entrada pelas 12h39. Foi operado e corre o risco de ficar sem o braço.

"ARMANDO, NÃO MORRAS"

O local onde Armando caçava não era muito longe de sua casa. Pelas 09h45, quando o acidente aconteceu, a mulher da vítima estava na missa. Foram os familiares que a avisaram e ela correu para o local. "Quando chegámos, ela gritou: ‘Armando, não morras’. Mas o meu tio já não falava, já nada se podia fazer", recordou ao CM um sobrinho da vítima de 63 anos.

Também Angelina Pires, outra sobrinha, não consegue perceber o que aconteceu. Lembra que o tio era caçador habitual e que todos os domingos saía com o grupo para caçar. "O que sabemos foi o que os amigos nos contaram. Um deles ouviu-o gritar por socorro e veio logo. Mas não é fácil chegar aqui e quando os bombeiros conseguiram aproximar-se ele já tinha morrido. Estava a perder muito sangue", contou, emocionada.

APONTAMENTOS

DOIS HOMENS FERIDOS

Dois homens, de 40 e 45 anos, ficaram feridos com alguma gravidade, a 4 de Outubro, com disparos de caçadeiras em acidentes de caça ocorridos em Paul, Abrantes, e Casais de Aroeira, Santarém.

TIRO NO ABDÓMEN

Eduardo Nascimento, um caçador de 59 anos, foi atingido por um disparo de caçadeira no abdómen e na perna, a 20 de Setembro, quando caçava com amigos perto de Loulé, no Algarve. O alegado autor do disparo, de 38 anos, foi identificado pela GNR.

ATINGIU O FILHO

No dia 23 de Agosto, António Madeira atingiu por acidente o filho, de 16 anos, quando se preparava para acertar em mais uma rola que tinha na mira da caçadeira e o filho se levantou de repente. Marco teve morte imediata.

MORTE

Um homem de 55 anos morreu em Idanha-a-Nova, quando caçava no último dia 10 de Agosto. No mesmo dia, mas no Fundão, um outro homem, de 74 anos, sofreu ferimentos graves, também num acidente ocorrido na caça.


Fonte correio da Manhã
 
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