O realizador Fernando Meirelles, que se encontra em Penafiel para participar no Escritaria, disse, em entrevista à Lusa, que «transpor esse "Ensaio sobre a Cegueira» para cinema não era uma tarefa fácil não por causa da história em si, que é muito cinematográfica, já que contém muitos acontecimentos, mas por ter tantas portas de saída e entrada, tantas interpretações».
O cineasta brasileiro, já várias vezes nomeado para os Óscares, salientou que outro factor de dificuldade está no facto de ser um livro muito conhecido e respeitado, de um grande autor contemporâneo.
Saramago diz que «Cegueira» é um «grande filme»
«Se você pegar num livro desconhecido de um autor qualquer, mesmo que a história seja ruim, você pode sempre melhorar. Mas meter um livro deste tamanho, com uma linguagem tão sofisticada, em duas horas é outra coisa», disse.
O realizador referiu que foi «um trabalho longo de adaptação para o guião», no qual tentou também «passar para o filme a linguagem desconstruída do livro, mas acho que deu certo, porque as filmagens correram bem e o elenco estava muito entusiasmado».
Fernando Meirelles interessado em filmar mais um livro de Saramago
«Mas há também coisas num filme que não estão no livro, emoções que levam centenas de palavras num livro podem ser transmitidas num filme em dois ou três segundos por um bom actor ou uma boa actriz», salientou.
Fernando Meirelles contou que se encontrou pela primeira vez com Saramago em Lisboa, em 2006, trazendo consigo uma lista de perguntas, procurando orientação do escritor.
«Mas ele não se quis envolver, acabei por sair do encontro um pouco frustrado. Quando acabei o filme compreendi por que ele fez isso», referiu.
O cineasta reconheceu que se, de facto, Saramago lhe tivesse dado indicações, isso acabaria certamente por ter condicionado o trabalho de realização.
«Assim, não dizendo nada, ele acabou por dizer-me: eu escrevi o meu livro, faça você o seu filme, faça como quiser. Foi uma decisão muito acertada a dele», afirmou.
iol
O cineasta brasileiro, já várias vezes nomeado para os Óscares, salientou que outro factor de dificuldade está no facto de ser um livro muito conhecido e respeitado, de um grande autor contemporâneo.
Saramago diz que «Cegueira» é um «grande filme»
«Se você pegar num livro desconhecido de um autor qualquer, mesmo que a história seja ruim, você pode sempre melhorar. Mas meter um livro deste tamanho, com uma linguagem tão sofisticada, em duas horas é outra coisa», disse.
O realizador referiu que foi «um trabalho longo de adaptação para o guião», no qual tentou também «passar para o filme a linguagem desconstruída do livro, mas acho que deu certo, porque as filmagens correram bem e o elenco estava muito entusiasmado».
Fernando Meirelles interessado em filmar mais um livro de Saramago
«Mas há também coisas num filme que não estão no livro, emoções que levam centenas de palavras num livro podem ser transmitidas num filme em dois ou três segundos por um bom actor ou uma boa actriz», salientou.
Fernando Meirelles contou que se encontrou pela primeira vez com Saramago em Lisboa, em 2006, trazendo consigo uma lista de perguntas, procurando orientação do escritor.
«Mas ele não se quis envolver, acabei por sair do encontro um pouco frustrado. Quando acabei o filme compreendi por que ele fez isso», referiu.
O cineasta reconheceu que se, de facto, Saramago lhe tivesse dado indicações, isso acabaria certamente por ter condicionado o trabalho de realização.
«Assim, não dizendo nada, ele acabou por dizer-me: eu escrevi o meu livro, faça você o seu filme, faça como quiser. Foi uma decisão muito acertada a dele», afirmou.
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