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Azahar chega amanhã para travar extinção do lince-ibérico

ecks1978

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Fala espanhol, tem cinco anos de idade e nome de flor de laranjeira.Azahar faz amanhã a viagem, num veículo especial, do Zoobotânico de Jerez de la Frontera, em Espanha, até ao Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro para o Lince-Ibérico (CNRLI), na Herdade das Santinhas, em Silves.

Azahar, que não nasceu em cativeiro mas foi recolhida da natureza, será o primeiro animal a inaugurar as instalações algarvias, começadas a construir em Junho de 2008 e concluídas em Maio de 2009.

Até ao final de Novembro, chegarão outros 15 linces, de forma faseada, informou Tito Rosa, presidente do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), ao PÚBLICO. São animais que nasceram em cativeiro, que foram capturados no campo enquanto juvenis ou que estão em centros de recuperação, depois de terem sido encontrados feridos. Além de Jerez de la Frontera, virão dos centros de El Acebuche (no Parque Nacional de Doñana) e de La Olivilla (Raen).

A cedência de linces a Portugal só foi possível graças ao sucesso do programa espanhol de reprodução em cativeiro, que arrancou em 2003 depois de uma década de desentendimentos entre o Governo central e a Junta Autónoma da Andaluzia. Hoje existem 77 linces nos seus centros de reprodução. Os primeiros - Brezo,BrisaeBrezina- nasceram a 28 de Março de 2005 em Doñana.Brezina acabou por morrer numa luta entre irmãos, habitual na espécie.

Amanhã, Portugal estreia-se na aventura conservacionista quando o CNRLI receber Azahar, vinda de uma viagem de 550 quilómetros. "Estamos entusiasmados e sentimos o peso da responsabilidade", comentou Tito Rosa. "Não queremos falhar."

O centro, com 156 hectares, é uma das peças do Plano de Acção para a Conservação do Lince-Ibérico em Portugal (2008-2012), publicado em Diário da República a 6 de Maio de 2008. Resulta de uma medida de compensação pela construção da Barragem de Odelouca, imposta pela União Europeia, e é financiado pela empresa Águas do Algarve.

Segundo explicou em Julho Rodrigo Serra, director do Centro Nacional de Reprodução, aquando da assinatura do protocolo de cedências de linces de Espanha a Portugal, os animais vão viajar em carros fechados, com controlo climatérico, e um condutor e um veterinário. Serão realizadas paragens de duas em duas horas. Quando chegarem ao centro de Silves, os animais serão alvo de uma vigilância mais apertada durante 48 horas. Cada cercado tem cinco câmaras de vigilância.

Reprodução em cativeiro

A reprodução em cativeiro é uma solução de fim de linha para o felino mais ameaçado do planeta. Estima-se que existam hoje menos de 150 linces-ibéricos (Lynx pardinus).

Em meados do século XIX, seriam cem mil, espalhados por toda a Península Ibérica. A espécie vive em Portugal numa situação de "pré-extinção".

Para Jorge Palmeirim, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e uma das pessoas que lançaram a primeira campanha nacional pela defesa do lince da Malcata, no final da década de 70, acredita que "a principal causa do seu declínio foi o colapso das populações de coelhos, algo difícil de controlar", contou ao PÚBLICO este investigador. Tudo agravado por duas doenças: a mixomatose (nos anos 50) e a febre hemorrágica viral (nos anos 80).

Contudo, não se pode explicar com uma única razão o estatuto de espécie "Criticamente Ameaçada" que a União Mundial para a Conservação (UICN) atribuiu ao felino das barbas e dos pêlos em forma de pincel na ponta das orelhas. Ao quase desaparecimento do coelho-bravo, a sua principal presa, junta-se a caça indiscriminada e a perda de habitat pelas campanhas agrícolas e de reflorestação com eucalipto e pinheiro-manso, que destruíram os matagais mediterrânicos desde a primeira metade do século XX.

Desde então, o lince-ibérico tem seguido em silêncio e longe da vista a estrada que o levou à beira da extinção. Mas hoje, o mundo está de olhos postos nele. E nos esforços de Portugal e Espanha para o trazer de volta.
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Jorge não receia, um dia, ter linces nas suas terras

Jorge Turíbio, de 40 anos, aceitou falar do lince, a meio de um dia de trabalho. Há dois anos que a sua herdade de 200 hectares, em Santo Aleixo (Moura), Cabeça de Porco, participa num projecto da Liga para a Protecção da Natureza (LPN) para recuperar e conservarhabitats nas serras e montados de Moura-Barrancos, dotando-os de condições de sobrevivência para o lince-ibérico.

"De início, desconfiei. Mas apercebi-me que não eram extremistas nem prepotentes. Foi fácil chegar a um consenso", disse o criador de gado e gestor de uma coutada de caça.

Em Moura-Barrancos, uma das oito áreas prioritárias para o lince, a LPN está a intervencionar 7700 hectares, com a ajuda dos proprietários. Segundo Eduardo Santos, coordenador do projecto, as condições ecológicas são "bastante boas", mas ainda falta reforçar o coelho. Tito Rosa, presidente do ICNB, reconhece que as condições para a reintrodução do lince na natureza "ainda não são muito favoráveis; mas estamos a trabalhar nisso".

À chegada à Herdade das Russianas, outra propriedade que abriu as portas à LPN, junto a Barrancos, a tarde de Setembro vai quente. O biólogo conduz a carrinha de caixa aberta por um caminho de terra que serpenteia cabeços com azinheiras e sobreiros, estevas e urzes. "A recuperação das populações de coelho demora anos. Já começámos atrasados", admite, ao desligar o motor e apontar para um dos comedouros que espalharam na zona. "Na época de Verão, quando há escassez de comida, disponibilizamos luzerna e cereal em grão". Os coelhos têm ainda uma rede de bebedouros e charcas. Mas "já vimos javalis a utilizarem-nas como piscina", conta, sorrindo. A LPN construiu 200 marouços, refúgios artificiais com estrutura oca por dentro, de três por cinco metros, com capacidade para uma família de coelhos.

Os coelhos da Malcata também têm marouços à sua disposição. Desde os anos 80 que a Reserva Natural tem vindo a recuperarhabitats e populações de coelhos. Bem cedo numa manhã de Julho, Fernando Queiroz, director adjunto do Departamento Centro e Alto Alentejo do ICNB, faz uma visita guiada aos marouços da Malcata. "Temos um total de 180 destes abrigos." E, a julgar pelos excrementos à entrada, são do agrado dos pequenos animais. "Queremos ter uma média de cinco coelhos por hectare, a densidade mínima para suportar linces", adianta. "Ainda precisamos de ter mais coelho e de forma mais contínua." Mas já há "densidades razoáveis em alguns locais".

A reserva tem também pequenas pastagens para o coelho, fez três repovoamentos (em 1994, 1997 e 2003) e tem dez cercados de aclimatação e dois de reprodução.

"A mais-valia da Malcata é o seu isolamento e tranquilidade", comenta Fernando Queiroz. Na verdade, só vivem cinco pessoas na zona limite da reserva. Em Barrancos, a situação muda.

"É importante que, quando o lince chegar, tenha condições para sobreviver", nota Eduardo Santos. Uma delas é a aceitação das populações locais.

E Jorge Turíbio compreende a necessidade. Diz que a colaboração com a LPN não o prejudica e que não receia, um dia, ter linces nas suas terras. "O lince não vai matar uma vaca nem um bezerro. Não é um predador." Muitos têm-lhe perguntado "se a LPN chateia". "As pessoas não têm nada contra o lince mas contra a falta de coordenação e de informação." Turíbio exemplifica que uma das exigências para a atribuição de subsídios da Política Agrícola Comum é não ter mato com mais de 50 centímetros de altura. "Consideram que está abandonado, por isso tenho que o cortar. Mas isso não ajuda à recuperação do lince".

Eduardo Santos admite que há "algum receio de que a conservação da espécie traga limitações. Precisamos de conquistar as pessoas, provar-lhes que podem ter confiança. Estamos constantemente cá e as pessoas vêem o que estamos a fazer".
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Há pontos fracos nos 50 anos de luta depois do alarme

Os primeiros sinais de alarme soaram há mais de meio século. Nos anos 50 do século XX, agricultores e caçadores por aqui e por ali comentavam que o lince era um animal ameaçado. No entanto, "a generalidade da população nem sabia que existia uma espécie de lince no país", lembra Jorge Palmeirim, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e da LPN (Liga para a Protecção da Natureza). Tão-pouco existiam estudos.

Desde então foram envidados esforços para travar este comboio. Fica para a história a campanha "Salvemos o lince e a serra da Malcata", em 1979, depois de o biólogo Luís Palma ter alertado para a situação de ameaça aquando do seu trabalho de campo naquela serra em 1976 e 1977. Quando a campanha terminou, em Fevereiro de 1980, tinham sido recolhidas mais de 46.500 assinaturas em favor da protecção da serra. Jorge Palmeirim, um dos responsáveis, considera que esta "foi a primeira acção relevante de conservação do lince, que com ela passou até a ser um animal simbólico para a conservação da natureza".

Um ano depois, foi criada a Reserva Natural da Serra da Malcata. O primeiro trabalho organizado sobre a ocorrência de lince em Portugal, o Programa Liberne, aconteceu entre 1986 a 1997. Mais recentemente, sítios importantes para a espécie foram incluídos na Rede Natura 2000 e a Reserva da Malcata adoptou medidas de gestão do habitat. Em 2008, foi publicado o plano de acção para a conservação do lince.

Plano para o coelho

Mas o felino continuou a desaparecer. Durante muito tempo, não "houve orientação estratégica e as autoridades e o país ficaram passivamente a assistir ao declínio do lince", lamentou Palmeirim. Este investigador denuncia ainda que deviam ter sido desenvolvidos projectos de investigação "que procurassem medidas de minimização eficazes" para as doenças que afectaram o coelho-bravo. Luís Palma, que participou no Programa Liberne, sente a falta de um plano de acção nacional para a principal presa do lince.

Este investigador critica o distanciamento entre quem decide e quem vive no terreno. "Envolver todos aqueles que influenciam ohabitat do lince é um trabalho difícil e incómodo. Mas, não sendo feito, qualquer plano aparecerá como uma colecção de medidas restritivas que as pessoas não compreendem e que não são aplicáveis à realidade", comentou. "Ou todos contribuem para a conservação do lince ou não será possível fazê-lo", diz, salientando que antes de o Centro de Reprodução em Cativeiro ter sido construído, os responsáveis deviam ter preparado as pessoas para o regresso do lince.

Palmeirim é da mesma opinião. "Para evitar chegar à situação actual, teria sido necessário incentivar e apoiar os gestores de áreas chave do território, incluindo os proprietários e as associações de caçadores, a fazer uma gestão que mantivesse uma estrutura do habitat apropriada para o lince e para a sua principal presa, o coelho".

Tito Rosa, presidente do ICNB, adiantou ao PÚBLICO na semana passada que recentemente foram aprovados projectos candidatos ao QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) para "conquistar as populações, nomeadamente caçadores e agricultores". O responsável lembrou ainda as parcerias com a LPN, Associação de Defesa do Património de Mértola e com a Associação Nacional de Proprietários e Produtores de Caça.

O papel dos caçadores é realçado por Luís Palma. "Há que desmistificar a ideia de que não pode haver caça onde existir lince." O biólogo vai mais longe quando diz que, em Portugal, "o lince não tem possibilidade de viver em mais lugar nenhum a não ser em explorações cinegéticas", locais que ainda mantêm o seu habitat."O país tem muito pouco espaço [para o lince], temos áreas extensas onde há bolsas favoráveis no meio de bolsas menos favoráveis". Situação diferente da de Espanha. "Portugal terá um papel importante enquanto periferia das populações espanholas, quando estas recuperarem".
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Primeiro lince-ibérico já está a caminho de Portugal

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O lince-ibérico cedido pelas entidades espanholas a Portugal, no âmbito do programa de criação em cativeiro, partiu hoje pouco depois das 12h00 do Zoobotânico de Jerez de la Frontera em direcção a Silves.

Às 12h10, os técnicos do Zoobotânico trouxeram Azahar, uma fêmea de cinco anos, do cercado onde se encontrava, dentro de uma jaula, para dentro de um jipe com climatização.

Nas últimas horas, Azahar foi mantida numa área do cercado afastada dos outros quatro linces-ibéricos do Zoo. “O processo de captura foi fácil. Foi conseguido através de um túnel de malha”, explicou Iñigo Sanchez, técnico daquele espaço. Azahar estava “nervosa, mas é natural dado que é um animal selvagem e que muito pouco contacto com os humanos”.

Nos poucos segundos em que os técnicos destaparam a jaula de Azahar, antes de entrar para o jipe da Junta de Andaluzia, fez-se silêncio entre os inúmeros repórteres no local. Ainda assim, o animal assustou-se com a “recepção”.

Esta fêmea chegou a Jerez em Janeiro de 2006, depois de ter sido recolhida na Serra Morena, ferida. “Estávamos preocupados com o seu estado de saúde”, explicou. Com os tratamentos necessários conseguiu recuperar totalmente.

A operação contou com a presença do presidente do Instituto para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade, Tito Rosa. “Este é um dia muito especial mas é apenas mais um no nosso caminho, muito longo, para recuperar o lince”, declarou em conferência de imprensa no Zoobotânico, minutos antes da saída de Azahar.

Segundo os responsáveis espanhóis, na próxima semana deverão ser enviados outros quatro linces para o centro de Silves.
Azahar deverá chegar a Silves esta tarde, pelo que se seguirão 48 horas de vigilância apertada.publico
 

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Azahar já caçou na sua nova casa em Silves

O lince-ibérico que inaugurou ontem, pouco antes das 17h00, o Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro (CNRCLI), em Silves, já caçou um coelho e esteve bastante activo durante a noite, contou hoje o director do CNRCLI.

Ontem ao início da noite, Azahar, fêmea de cinco anos e de 8,5 quilos, já matou um coelho no seu cercado com cerca de um hectare. Horas antes tinha feito uma viagem de quatro horas desde o Zoobotânico de Jerez de la Frontera, a mais de 300 quilómetros de Silves, numa jaula de 85 centímetros.

“Matou um coelho, o que revela instinto de caça e é um excelente indicador”, comentou Rodrigo Serra hoje ao PÚBLICO. “Mas não o comeu. Porque ainda está por se adaptar e porque em Jerez não comia coelho vivo mas sim pombo vivo e frango morto”. Além disso, ainda há gente por perto a preparar os outros cercados para a vinda, entre sexta-feira e sábado, de mais quatro linces. “Ainda há alguma distracção. Há gente ali dentro até às 17h00”.

Hoje os tratadores já limparam o seu cercado e retiraram o coelho morto, substituindo-o por um outro que, por enquanto, ainda continua vivo. “O lince é um animal de hábitos crepusculares. Esperamos que entre as 17h00 e as 19h00 a Azahar se alimente. Mas já temos a postos um coelho morto, vindo do talho, como se fosse para consumo humano”, adiantou.

Rodrigo Serra contou ainda que este exemplar de lince-ibérico (Lynx pardinus) “passou bem a noite e esteve bastante activo”. “Até às 23h00 esteve bastante irrequieta. Mas depois, por volta das 01h00, começou a ter um comportamento mais exploratório, com menos medo”. Azahar já viu as três áreas do cercado mas ainda não subiu às prateleiras mais elevadas. “Ainda tem pouca confiança para se tornar mais notada”.

Ao início da tarde de hoje estava “deitada, tranquila, a uma sombra, numa cova que fez no chão”.

Até dia 8 de Novembro, Azahar vai receber apenas a visita diária e rápida de um tratador. Nada de capturas. No dia 8 vem “uma equipa alemã de especialistas em animais selvagens para fazer exames reprodutivos, para ver se está tudo bem com ela”, avançou o director do centro. Todos os animais reprodutores deste programa ibérico de criação em cativeiro passam por estes exames.

Centro prepara chegada de quatro linces ainda esta semana

Mas a solidão de Azahar na Herdade das Santinhas, onde está instalado o centro, deverá acabar sexta-feira ou sábado. Chegarão do centro espanhol em Olivilla (Jaén), Erika, Espiga e Era (todas com dois anos e meio) e Daman (macho com três anos). Cada um terá um cercado só para si, que já está a ser preparado, perto do cercado de Azahar. “São os locais mais afastados da porta e com menos perturbação”, explicou Rodrigo Serra.

A vinda de Azahar para Silves insere-se no âmbito de um protocolo de cedência de linces, assinado a 28 de Julho em Penamacor entre o então ministro do Ambiente, Francisco Nunes Correia, e a sua homóloga espanhola, Elena Espinosa. Até ao final de Novembro deverão chegar a Silves mais 15 animais.

O lince-ibérico é o felino mais ameaçado do mundo. Em Espanha existem 250 animais em estado selvagem e 74 em cativeiro.

De momento, o Instituto para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) prepara ainda a recuperação do habitat tradicional do lince, o matagal mediterrânico, e a sensibilização das populações. Reintroduções vão ter de esperar.publico
 

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Azahar inaugurou a casa portuguesa de um dos felinos mais ameaçados do planeta

Azahar, o primeiro de 16 linces-ibéricos que vão chegar a Portugal até ao final de Novembro, vindos de Espanha, inaugurou ontem à tarde o Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro para o Lince-Ibérico (CNRCLI), em Silves, depois de uma viagem de quatro horas. Pouco tempo depois de ter chegado, começou a explorar a sua nova casa.

“Azahar fez a viagem muito tranquila, sempre com a sua jaula coberta”, contou ao PÚBLICO Luís Flores, o veterinário que a acompanhou ao longo de mais de 300 quilómetros, sem paragens, desde o Zoobotânico de Jerez de la Frontera, em Espanha.

Esta fêmea não nasceu em cativeiro e chegou a Jerez em Janeiro de 2006. “Encontrámo-la na serra Morena, em Andújar. Estava muito magra e ficámos preocupados com o seu estado de saúde”, lembrou Iñigo Sanchez, técnico do Zoobotânico. “Quando a capturámos tinha uma vértebra partida. Mas conseguiu recuperar totalmente em cativeiro”.

Ontem, Azahar voltou a mudar de casa. Deixou as instalações de Jerez, que partilhava com outros quatro linces.

Transportar um lince-ibérico (Lynx pardinus), o felino mais ameaçado do planeta, é um desafio ambicioso. A operação foi pensada até ao último pormenor. Durante a manhã, os tratadores colocaram Azahar afastada do grupo e capturaram-na com a ajuda de um túnel de rede. “Assustou-se porque os linces são animais muito assustadiços. Estes só conhecem as duas pessoas que lhes dão de comer e limpam o espaço”, explicou Sanchez. Azahar entrou na jaula de 85 centímetros. Pouco depois foi levada para o jipe branco da Junta de Andaluzia que aguardava nos portões do cercado. De Espanha a Portugal, Azahar permaneceu oculta dos olhares dos curiosos. E assim continuará. Pelo menos a olho nu, porque, a partir de agora, só será possível voltar a vislumbrá-la através das câmaras de vigilância instaladas no Centro da Herdade das Santinhas, em Silves.
Companhia em breve

Assim que, cerca das 17h00, foi libertada nos cercados de Silves, com um hectare, Azahar saltou contra as redes que cercavam as instalações e, nervosa, foi para o fundo daquele espaço e começou a fazer a mesma trajectória repetidas vezes. Às 17h10, a técnica que a vigiava através dos monitores, apercebeu-se que o animal estava a acalmar e a explorar o cercado. Uma hora depois, seguiu-se o jantar.

“Este dia é muito especial mas é só mais um neste processo”, lembrou Tito Rosa, presidente do Instituto para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB). “É um acontecimento que solidifica o nosso trabalho.”

Rodrigo Serra, director do CNRLI, informou que sexta-feira chegarão mais quatro linces a Silves: Erika, Era, Espiga e Daman. A 1 de Novembro chegará outro e até ao final desse mês os restantes. Ao todo serão seis fêmeas e dez machos.

Astrid Vargas, responsável pelo programa espanhol de criação em cativeiro, explicou que os animais cedidos a Portugal foram escolhidos por critérios genéticos. “Mas também é muito importante a compatibilidade química entre eles.”
Actualmente, os três centros de reprodução em cativeiro espanhóis têm 74 linces, informou Vargas. Mas existirão mais 250 em estado selvagem.

Miguel Simon, director do programa de conservação espanhol, disse ao PÚBLICO que de momento estão a acompanhar dois linces espanhóis, com colar e seguimento por telemetria, que se estão a aproximar de Portugal. Estarão a 130 e 180 quilómetros. “Continuamos a monitorizar todo o ano a área de lince. Este é um trabalho muito importante”, acrescentou.

Ainda este ano Espanha vai passar à fase da reintrodução dos animais na natureza. Simon avançou as zonas de Guadalmellato (Córdova) e Guanizas (Jaén).
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Lince-ibérico: Espiga, Erica, Era e Daman são esperados amanhã em Silves

Nos cercados do Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro para o Lince-Ibérico (CNRCLI), em Silves, está tudo a postos para receber amanhã Espiga, Erica, Era e Daman, vindos do centro de La Olivilla, em Jáen, Espanha.

As três fêmeas e um macho juntam-se, assim, a Azahar, o animal que inaugurou o CNRCLI, na segunda-feira.

Espiga (filha de Esperanza e Jub) e Erica (filha de Aura e Garfio) nasceram a 12 de Abril de 2008 no centro de reprodução em cativeiro em El Acebuche, no Parque de Doñana, Espanha. No Outono desse mesmo ano foram ambas transferidas para o centro de Olivilla. Segundo o programa espanhol de reprodução do lince-ibérico (Lynx pardinus), “as transferências ocorrem todos os anos para poder estabelecer os casais reprodutores mais adequados do ponto de vista genético”. Além disso, “ajuda o processo de ‘emancipação’ dos jovens nascidos nesse ano”.

Era e Daman II nasceram na natureza, em plena Serra Morena. A primeira nasceu em 2008, ano em que entrou em El Acebuche. Daman é o mais velho deste grupo, tendo nascido em 2007. Segundo os responsáveis espanhóis, este lince “foi capturado porque se estabeleceu numa zona pouco segura”.

Estes quatro animais, de um total de 16 que Espanha vai ceder a Portugal até ao final do mês de Novembro, farão uma viagem que deverá durar seis horas, desde La Olivilla. O director do CNRCLI, Rodrigo Serra, considera que esta viagem é a mais difícil (em relação aos centros de El Acebuche e a Jerez de la Frontera, de onde veio Azahar) por ser a mais longa.

Quando chegarem à Herdade das Santinhas, em Silves, os animais serão vigiados de perto durante 48 horas. Cada um ficará num cercado, com cerca de um hectare, perto de Azahar.

Rodrigo Serra prefere manter-se cauteloso, considerando este primeiro ano dos linces em Silves como de aprendizagem. Só depois estarão em condições de se reproduzirem.

Actualmente existem 250 linces na natureza e 74 em centros de reprodução. A maioria dos animais em cativeiro está em El Acebuche e veio da Serra Morena.

De acordo com o Plano de Acção para o Lince-Ibérico, 2008 foi o último ano em que se procedeu a capturas de crias nascidas em liberdade para integrá-las no programa de reprodução em cativeiro. A partir de agora, o programa contará com um mínimo de um exemplar silvestre em cada dois anos, seleccionados para cativeiro os animais feridos que precisem de cuidados.
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Lince ibérico: Malcata já tem quase 500 hectares para coelho crescer e alimentar a es

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A Reserva Natural da Serra da Malcata deverá chegar ao fim de 2009 com perto de 500 hectares de terreno adaptado para a população de coelho bravo crescer e vir a alimentar o lince ibérico (Lynx pardinus), disse o responsável pela área.

No terreno já é visível “um crescimento dos núcleos existentes”, mas ainda é cedo para dizer quando haverá coelho de forma sustentável para o lince regressar, referiu Armando Carvalho, em declarações à agência Lusa.

“A natureza leva o seu tempo”, referiu o responsável, precisando que foram precisos três anos de trabalho nos quase 500 hectares de ambiente florestal recortado aqui e ali para os matos secos darem lugar a espécies herbáceas que os coelhos possam comer.

A Serra da Malcata era um dos habitats do lince ibérico, como o demonstra a marca Terras do Lince, que serve de chapéu a diversos produtos e actividades da Câmara Municipal de Penamacor, concelho que guarda “muita simpatia” pela espécie em risco de extinção, realça Armando Carvalho.

O Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro de Silves recebe esta semana os primeiros linces ibéricos, ao abrigo de um protocolo com Espanha. O objectivo é que a espécie se reproduza e seja depois reintroduzida em habitats naturais.

Enquanto em Silves todos os olhos se viram para os linces, na Malcata a atenção ainda está centrada no seu principal alimento: o coelho bravo. Cuida-se de pontos de água e instalam-se moroiços (estruturas de abrigo e reprodução) para que nade falta aos coelhos bravos e suas crias.

A Reserva Natural da Serra da Malcata tem 6000 hectares, 5000 dos quais estão sob gestão do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB). “Até final do ano estimamos que um décimo da área tenha sido intervencionada, num trabalho com duas frentes: criar condições para o coelho bravo crescer e minimizar o risco de incêndios florestais”, explicou Armando Carvalho.

“Esta já será uma área muito significativa para podermos obter alguns resultados”, algo que só a monitorização do coelho bravo o dirá. “Se não tiverem predadores, muito provavelmente vamos ter um incremento e depois logo veremos quais os passos a dar”, sublinha o responsável.

“A natureza tem as suas próprias regras e nós aprendemos fazendo. Temos ainda algum tempo para avaliar os resultados do nosso trabalho”, realça o também director do Departamento de Gestão de Áreas Classificadas do Centro e Alto Alentejo do ICNB.

Armando Carvalho aprecia o interesse da população e dos municípios no regresso do lince. “Estas batalhas não se ganham só no número de hectares intervencionados, mas também na capacidade de captar outras entidades e os residentes. A espécie tornou-se simpática e isso motiva outra maneira de estar”, reconhece.
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Chegada de mais quatro linces-ibéricos está agendada para amanhã

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As autoridades portuguesas vão tentar amanhã trazer Era, Espiga, Drago e Enebro do centro de reprodução em La Olivilla, em Jáen (Espanha). As duas fêmeas deveriam ter chegado na sexta-feira passada ao Centro de reprodução em cativeiro em Silves.

No entanto, a viagem foi adiada devido “à demora em entrarem nas caixas de transporte”, explicou então o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB). “Esta dificuldade na captura dos animais resulta do objectivo de se minimizar a indução de agitação adicional em todas as fases do processo de transferência entre centros de reprodução”, acrescentou, em comunicado.

Era, nascida na natureza em plena Serra Morena, e Espiga, nascida no centro de reprodução em cativeiro em El Acebuche (no Parque de Doñana), deverão fazer uma viagem de seis horas até ao centro de Silves, na Herdade das Santinhas. Já estão à sua espera Azahar (que chegou a 26 de Outubro), Daman II e Erica (que deram entrada a 30 de Outubro).

Drago nasceu em 2007 e Enebro em 2008.

Até dia 1 de Dezembro, o centro deverá receber 16 linces vindos de La Olivilla, El Acebuche e ainda do Zoobotânico de Jerez de la Frontera.

A partir de amanhã, a equipa do Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro para o Lince-Ibérico (CNRCLI) vai disponibilizar diariamente, via Twitter, informações relativas ao acompanhamento da vida dos linces, revelou ao PÚBLICO o ICNB.

Actualmente existem 250 linces na natureza e 74 em centros de reprodução. A maioria dos animais em cativeiro está em El Acebuche e veio da Serra Morena.
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Chegaram mais quatro linces ao Centro Nacional de Reprodução em Silves

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Chegaram mais quatro linces ontem à noite, ao Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro para o Lince-ibérico (CNRCLI) de Silves: dois machos, Ébano e Enebro, e duas fêmeas, Espiga e Era.

Os linces foram transferidos do Centro de Cría de La Olivilla, em Jaén, na Andaluzia, onde nasceram em 2008.

As duas fêmeas, Espiga e Era, são as duas linces que não tinha sido possível capturar na semana passada sem criar excessiva agitação nos animais, tendo ficado a sua transferência adiada para ontem.

Após terem sido libertados, cada um num dos cercados com um hectare, foi colocado um coelho vivo no cercado de

cada um, que os caçaram. "Este é um indicador positivo sobre a adaptação ao novo espaço", considera o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB).

Actualmente, o centro na Herdade das Santinhas, em Silves, já tem sete linces. O primeiro, a fêmea Azahar, chegou no dia 26 de Outubro, vinda de Jerez de la Frontera. Seguiram-se Érica e Daman II a 30 de Outubro, de La Olivilla.

Até ao dia 1 de Dezembro dever-se-á completar esta fase de transferência de linces para Silves, ficando então o centro português responsável por 16 dos linces que integram o programa ibérico de reprodução em cativeiro desta espécie ameaçada de extinção.
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Lince Ibérico: Fado, Fresno e Fresa já chegaram ao Centro de Reprodução de Silves

O Centro Nacional de reprodução do Lince-Ibérico, localizado em Silves, no Algarve, tem desde esta tarde mais três novos habitantes. Chamam-se Fado, Fresno e Fresa, vieram do Centro de reprodução de El Acebuche, no Parque Nacional de Doñana, no sul de Espanha, e juntam-se aos outros sete exemplares que já moravam em Silves.

Ao todo são já dez, cinco fêmeas e cinco machos, os exemplares de lince-ibérico, o felino mais ameaçado do mundo, que chegam de Espanha a Portugal.

Depois de Azahar, a primeira fêmea a chegar no dia 26 de Outubro vinda de Gerez de la Frontera, seguiram-se Erica e Daman, no dia 30 de Outubro e Ébano, Espiga, Enebro e Erra já no dia 4 de Novembro, todos vindos do centro de reprodução em cativeiro de La Olivilla.

Fado, assim baptizado para celebrar o arranque do programa de reprodução em Portugal, e mais Fresno e Fresa, que nasceram todos em El Acebuche, partilharão um cercado de um hectare nos primeiros dias de adaptação.

Até dia 1 de Fevereiro o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, ICNB, que gere o programa em Portugal, espera completar o grupo de linces, que contará com 16 exemplares.
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Oito linces-ibéricos de Silves vão participar nesta época de reprodução

Oito dos 16 linces-ibéricos do Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro para o Lince-Ibérico (CNRLI), em Silves, fazem parte do grupo de 54 animais que vão participar nesta época de reprodução desta espécie ameaçada, de acordo com o programa ibérico de conservação.

Os quatro casais – Azahar e Drago, Espiga e Daman, Erica e Enebro, Era e Calabacín – foram escolhidos tendo em conta aspectos genéticos e de “química” entre eles.

Mas desta primeira tentativa não deverão resultar crias porque, segundo explicou Sandra Moutinho, assessora do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), os animais chegaram há pouco tempo a Silves. Azahar, o primeiro lince-ibérico a chegar a Silves, inaugurou o centro a 26 de Outubro; o último grupo – Calabacín e Eón – chegou a 1 de Dezembro.

“Este ano ainda é de instalação e seria prematuro esperar crias já para o próximo ano. Apesar disso, consideramos que devem ser feitos os emparelhamentos, para os animais e para a equipa técnica”.

Para esta temporada reprodutora 2009-2010, de Janeiro a Março, o programa ibérico de conservação ex-situ do lince-ibérico conta com 27 fêmeas com potencial reprodutor, distribuídas pelos centros de Silves, La Olivilla, El Acebuche e Zoo de Jerez de la Frontera.

Segundo Sandra Moutinho, os 16 linces-ibéricos estão a adaptar-se bem ao centro de Silves. “Os técnicos estão a registar todos os comportamentos e não há nada de anormal a registar”, informou.

No entanto, o centro espanhol de El Acebuche anunciou hoje a morte de um lince, Ecológico, nascido na Primavera de 2008, devido a complicações renais. “Depois de três semanas intensivas, durante as quais se fez tudo o que foi possível para recuperar o Ecológico (...), finalmente decidimos que o mais humano seria proceder à sua eutanásia”, segundo um comunicado do programa de conservação.

Em Junho foi-lhe diagnosticado uma doença renal crónica, à semelhança do que acontece com outros exemplares. Desde então vinha sendo medicado e chegou a receber uma transfusão de sangue de linces do Zoobotânico de Jerez de la Frontera. No entanto, nos últimos dias, Eco piorou bastante.

“A equipa de criação em cativeiro está consternada e espera que os resultados da necropsia permitam elucidar novos aspectos sobre os problemas renais que afectam esta espécie, tanto em cativeiro como na natureza”, acrescenta o comunicado.
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Já começou junção de casais de lince-ibérico no centro de reprodução de Silves

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O Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro para o Lince-Ibérico (CNRLI), em Silves, começou na semana passada a juntar os quatro casais que vão participar nesta época de reprodução.

O Centro de Silves tem actualmente 16 cercados com 16 animais que chegaram às instalações na Herdade das Santinhas entre 26 de Outubro e 1 de Dezembro do ano passado. Destes, apenas oito foram escolhidos para emparelhamento, iniciado progressivamente durante a semana.

Os animais escolhidos têm os nomes de Azahar e Drago, Erica e Enebro, Era e Calabacín e Espiga e Daman. Estes dois últimos ainda não foram colocados no mesmo cercado.

"Foi um processo gradual ao longo da semana. Agora temos três pares juntos e prevemos juntar o quarto casal em breve", disse ao PÚBLICO Sandra Moutinho, assessora de imprensa do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB). Os quatro casais foram escolhidos tendo em conta aspectos genéticos e de "química" entre os diferentes animais.

Segundo o instituto que tutela a conservação da natureza no Ministério do Ambiente, "tudo está a correr muito bem e os animais não apresentam sinais de stress".

Desta primeira tentativa, no entanto, não deverão resultar crias porque os animais chegaram há pouco tempo a Silves. "Não estamos à espera que nasçam crias já em 2010. Estamos apenas a promover uma interacção própria desta época do ano", que poderá durar cerca de mês e meio.

Os oito linces fazem parte do grupo ibérico de 54 animais que vão participar nesta época de reprodução desta espécie ameaçada de extinção, de acordo com o programa luso-espanhol de conservação.

Para a temporada reprodutora 2009-2010, entre Janeiro e Março, o programa ibérico de conservação ex-situ (ou seja, fora das zonas de distribuição natural) do lince-ibérico conta com 27 fêmeas com potencial reprodutor, distribuídas pelos centros de Silves, La Olivilla, El Acebuche e Zoo de Jerez de la Frontera.

A reprodução em cativeiro é uma solução de fim de linha para o felino mais ameaçado do planeta. Estima-se que existam hoje menos de 150 linces-ibéricos (Lynx pardinus).

O centro, com 156 hectares, é uma das peças do Plano de Acção para a Conservação do Lince-Ibérico em Portugal (2008-2012), previsto no diploma publicado em Diário da República a 6 de Maio de 2008.

A iniciativa resulta de uma medida de compensação pela construção da Barragem de Odelouca, imposta pela União Europeia. O centro de Silves é financiado pela empresa Águas do Algarve.
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Lince Ibérico: Centro de Reprodução de Silves tem uma fêmea com infecção renal

O Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico de Silves tem uma fêmea com a infecção renal que matou três animais em cativeiro em Espanha, disse hoje fonte do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB).

“Temos uma fêmea com essa infecção, que já terá vindo assim de Espanha. Já foram feitas análises e está confirmado”, disse fonte do ICNB, remetendo outras explicações para os responsáveis do Centro de Silves, que até ao momento a Lusa não conseguiu contactar.

O lince ibérico, espécie em vias de extinção, está ameaçada por uma misteriosa infecção nos rins que está a afectar apenas os animais em cativeiro, informou hoje o organismo espanhol encarregado da protecção destes felinos.

A doença crónica, de origem desconhecida, provocou a morte a três linces ibéricos, em Espanha, desde Dezembro passado, refere a mesma fonte, citada pela agência de notícias francesa AFP.

Os três linces que morreram cresceram em cativeiro no âmbito do plano de acção criado em 2003 para a conservação do lince.

Mais de um terço dos 72 animais que actualmente vivem em cativeiro em Espanha apresentam sintomas que levam os especialistas a crer que estão a sofrer “a mesma infecção renal crónica”, segundo o mesmo organismo.

Veterinários e técnicos dos dois centros de conservação do lince ibérico em Espanha estão a investigar a misteriosa infecção com a ajuda de especialistas para determinar a origem da doença e evitar “o aparecimento de novos casos”, acrescenta o organismo, em comunicado.

O programa de conservação tem o objectivo de aumentar o número de felinos para poder devolvê-los à natureza. A reintrodução dos animais no seu habitat natural deverá arrancar ao longo deste ano.

Estima-se que existam 200 linces ibéricos a viver em estado selvagem, a maioria em parques naturais no sul de Espanha. No início do século XX existiriam cerca de 100 mil linces em Espanha e Portugal, segundo registos da época.

A urbanização, a caça e sobretudo uma doença que atingiu os coelhos, a principal fonte de alimentação destes felinos, provocou a quebra dramática da população de linces na Península Ibérica.

Portugal integra também o plano de acção para a conservação do lince ibérico, no âmbito do qual foi criado o Centro Nacional de Reprodução do animal em Silves. Ao abrigo deste projecto, foram transferidos em Novembro e Dezembro passado 16 linces de Espanha para Portugal.
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Espanha: primeiros sete linces reintroduzidos na natureza já tiveram crias e estão be

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Passados sete anos desde o início da reprodução em cativeiro do lince-ibérico em Espanha, as autoridades de Andaluzia confirmam que os primeiros linces devolvidos à natureza, em Guadalmellato no final de 2009, já tiveram três crias e estão a adaptar-se bem.

Os sete linces - três casais e uma fêmea não reprodutora - foram libertados inicialmente em cercados de aclimatação com quatro hectares cada, numa propriedade em Guadalmellato entre Dezembro e Janeiro. Todos “estão a evoluir favoravelmente”, informou a Junta de Andaluzia em comunicado, dando conta do “êxito” desta iniciativa pioneira a nível mundial para devolver a espécie à região, no âmbito do projecto Life Natureza 2006-2011.

Até agora “não há nenhum registo de baixas entre os exemplares libertados naquela zona”. Os investigadores estavam à espera de uma perda até aos 50 por cento dos indivíduos durante os primeiros meses. “A decisão de instalar, primeiro, os linces em cercados de pré-adaptação parece ter contribuído em grande medida para o êxito obtido”, acrescentam.

Talvez a melhor prova do sucesso da reintrodução seja o facto de os três casais terem tido êxito nesta época de reprodução. A Junta de Andaluzia confirma o nascimento de três crias – do casal Caberú (macho proveniente da população da Serra Morena) e Charqueña, de quatro anos (proveniente da zona envolvente ao rio Yeguas) –, num dos cercados de aclimatação, e que as outras duas fêmeas, a Eclipse e Diana, conseguiram engravidar. Os técnicos ainda não sabem se estas já deram à luz.

Além disso, já foram confirmados os primeiros contactos entre os animais de Guadalmellato e os linces do Parque Natural de la Sierra de Andújar, onde se localiza o mais importante núcleo de lince-ibérico do mundo, a algumas dezenas de quilómetros de distância. Mais concretamente, a Mata – fêmea adulta libertada em Guadalmellato, vinda de Doñana – contactou com Casandra, outra fêmea da população de Andújar.

Em Portugal, o esforço de reprodução em cativeiro começou com a chegada da fêmea Azahar, de cinco anos, ao Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro para o Lince-Ibérico, em Silves, a 26 de Outubro do ano passado. Até ao final do ano chegaram outros 15 linces, no âmbito de um protocolo de cedência de animais assinado com Espanha. Ainda não há data para o início da reintrodução em cercados de aclimatação.
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Lince-ibérico: demitiu-se a directora do programa espanhol de criação em cativeiro

A investigadora Astrid Vargas, directora do programa espanhol de criação em cativeiro do lince-ibérico, apresentou a sua demissão, depois de sete anos à frente dos esforços para recuperar a espécie.

Na sua carta de despedida, à qual a agência espanhola Efe teve acesso, Vargas sublinha que o programa de criação em cativeiro superou as previsões iniciais, citou o “El Mundo”. Em vez dos 56 linces que a UICN (União Mundial para a Conservação) “pediu” em 2004 para 2010, hoje existem 78 animais no âmbito do programa de conservação ex-situ. Foi a partir destes linces que se começou a reintrodução no meio natural dos animais nascidos em cativeiro. “Apesar dos altos e baixos sofridos, o programa pode manter o compromisso adquirido nacional e internacionalmente de proporcionar animais nascidos em cativeiro para programas de reintrodução a partir de 2010”, escreveu.

Astrid Vargas, doutorada em Biologia da Conservação, referiu ainda que a sua saída acontece quando o programa “tem a estrutura, equipas e a solidez necessária para continuar com os objectivos estabelecidos”.

“Estamos a lidar com uma espécie à beira da extinção, ainda existem muitas lacunas sobre a biologia do lince e tivemos a oportunidade – e responsabilidade – de poder estudar a espécie com respeito e em profundidade”, acrescentou.

José María Oliet foi nomeado coordenador da Estratégia Nacional para a Conservação do Lince Ibérico. O Comité de Criação em Cativeiro do Lince Ibérico será coordenado por Iñigo Sánchez, do Zoobotânico de Jerez de la Frontera.

O programa espanhol de reprodução em cativeiro arrancou em 2003 depois de uma década de desentendimentos entre o Governo central e a Junta Autónoma da Andaluzia. Hoje existem 78 linces nos seus centros de reprodução. Os primeiros - Brezo, Brisa e Brezina - nasceram a 28 de Março de 2005 em Doñana. Brezina acabou por morrer numa luta entre irmãos, habitual na espécie.

No ano passado nasceram 28 animais mas apenas 17 conseguiu sobreviver.
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