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“Dormia acorrentado no curral dos animais”

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RoterTeufel

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Fundão: Escravizados para trabalharem na agricultura em Espanha
“Dormia acorrentado no curral dos animais”


Aterrorizado e a dormir acorrentado a uma cama. Foi assim que ‘António’ (nome fictício), um dos nove trabalhadores escravizados numa quinta em Iscar, na região de Valladolid, Espanha, foi tratado pela família portuguesa que os sequestrou, entre 2005 e 2007. "Fui para sair da pobreza e encontrei uma vida de animal. Espancaram-me várias vezes porque quis fugir. Trabalhava de sol a sol e não recebi um cêntimo. A certa altura já só pedia a Deus para morrer."

‘António’ ainda hoje tem medo dos sequestradores – filho e pais, de etnia cigana –, que o contrataram na Covilhã quando tinha 23 anos. "Dormia acorrentado numa loja [curral] de animais, num colchão podre e com roupa suja. Acho que nunca mais vou esquecer a miséria a que fui sujeito", refere o agora operário de construção civil, que conseguiu fugiu do "calvário".

Rui Horta, 37 anos, vive no Fundão e também foi vítima de escravidão. "Ao fim de dois meses fugi e apanhei boleia para Portugal. Às vezes não conseguia trabalhar porque estava com muita fome, mas eles batiam-me com uma bengala de junco", conta o homem, que ajudou a denunciar o caso.

Carma Marcelino, 85 anos, nem quer ouvir falar da escravidão na agricultura em Espanha: lembra--se do tormento do filho, de 45 anos. "Esteve 14 meses sem dar notícias e apareceu cá com uma barba pela cinta, duas costelas partidas, esfomeado e sem um cêntimo no bolso. Trabalhou que nem um animal e não ganhou um tostão. Teve uma vida miserável", recordou a idosa, em Boidobra, na Covilhã.

PORMENORES

VIOLÊNCIA

O homem de 33 anos que com a ajuda dos pais escravizou pelo menos nove homens emEspanha está preso naquele país por crimes violentos.

AGRESSÕES

As vítimas, com idades entre os 20 e 35 anos, eram agredidas, acorrentadas, ofendidas e roubadas. Algumas viveram num aviário e semreceber o ordenado.

INVESTIGAÇÃO

Os homens foram levados para quintas, na área de Castela e Leão, entre 2005 e 2007. A PJ da Guarda iniciou a investigação há mais de dois anos.


Fonte Correio da Manhã
 
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