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Ex-inspector da PJ vai para a cadeia

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RoterTeufel

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Lisboa: Supremo Tribunal de Justiça fixou pena em cinco anos e meio
Ex-inspector da PJ vai para a cadeia


Durante anos a fio António Caetano, então inspector da Polícia Judiciária (PJ), extorquiu elevadas quantias de dinheiro sob ameaça de pesadas penas de prisão para suspeitos, e burlou dezenas de contribuintes com a promessa de resolver dívidas ao Fisco. O caso acabou descoberto e, em Abril de 2007, o inspector foi expulso da PJ e condenado em primeira instância a seis anos de cadeia, pena que agora o Supremo Tribunal de Justiça reduziu para cinco anos e seis meses.

Tudo começou em 2001, quando António Caetano foi contactado por um amigo que lhe disse ter sido burlado em 3000 euros por uma mulher que lhe prometera financiar um empréstimo. E o homem propôs um plano ao inspector da PJ de Lisboa. Este usaria das suas funções não só para recuperar o montante perdido mas também para extorquir mais dinheiro à burlona e no final podiam dividir tudo.

António aceitou de imediato a proposta e, sem que constasse qualquer queixa na polícia, dirigiu-se à casa da mulher, onde encontrou o pai desta. Foi aí que o inspector decidiu elaborar o seu próprio esquema. Aproveitando--se da fragilidade do idoso, António exibiu-lhe o crachá da PJ, assim como um falso mandado de captura e disse-lhe que se não lhe entregasse 22 250 euros a sua filha seria presa por burla. Amedrontado, o homem aceitou e no mesmo dia passou dois cheques ao inspector.

Mas António Caetano não ficou por aí e, nesse mesmo dia, marcou um encontro com a burlona – onde lhe exigiu que devolvesse o dinheiro roubado ao amigo, ao que a mulher acedeu imediatamente.

A ganância do inspector da PJ aumentava, no entanto, de dia para dia. E no mesmo ano, juntamente com o amigo e mais dois funcionários da Repartição de Finanças de Lisboa, iniciou um esquema no qual prometia saldar as dívidas ao Fisco em troca de elevadas quantias de dinheiro. Estima-se que dezenas de pessoas tenham sido burladas em largos milhares de euros.

ANA PAULA TEM 7 ANOS E MEIO PARA CUMPRIR

Em Abril deste ano também uma ex-coordenadora da Polícia Judiciária, Ana Paula da Costa Matos, foi condenada a sete anos e meio de prisão por quatro crimes de peculato. Durante o julgamento, no Tribunal da Boa-Hora, em Lisboa, ficou provado que em 2006 Ana Paula desviou 94 mil euros em dinheiro da droga resultante da detenção de quatro traficantes – na altura coordenava uma secção da Direcção Central de Investigação ao Tráfico de Estupefacientes da PJ. O tribunal conclui ainda que a coordenadora roubou o dinheiro de um cofre no seu gabinete e utilizou o montante para pagar várias dívidas que a mesma contraíra.

Ana Paula Matos, que esteve em prisão preventiva antes do julgamento, aguarda agora em liberdade pelo resultado do recurso da sentença que entretanto já interpôs.

INVESTIGOU PROCESSO CASA PIA EM 1982

António Caetano esteve envolvido na investigação ao processo das crianças desaparecidas da Casa Pia, em 1982. Nesse ano, três jovens, dois rapazes e uma rapariga, desapareceram do Colégio Nuno Álvares e acabaram depois por ser encontrados na casa do embaixador Jorge Ritto, em Cascais. Este caso, que acabou arquivado, veio novamente a público quando rebentou o escândalo de pedofilia na Casa Pia, em 2002. Na altura, a ex-secretária de estado da Família, Teresa Costa Macedo, disse mesmo que as crianças tinham encontrado em casa de Ritto fotos comprometedoras de figuras públicas.

PORMENORES

PADRASTO DE GISELA

O ex-inspector é casado há 21 anos com uma guarda prisional da cadeia anexa à PJ de Lisboa, que por sua vez é mãe de Gisela, ex-concorrente do programa da SIC ‘Masterplan’.

ESTÁ COM DEPRESSÃO

António está a ser acompanhado por um médico do Hospital de Santarém, na área da saúde mental, por sofrer de depressão.

PRISÃO PREVENTIVA

Já esteve algum tempo em prisão preventiva e depois sujeito a vigilância electrónica.



Fonte Correio da Manhã
 
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