Especialistas de vários países debatem a 13 e 14 de Novembro, no Porto, que condições existem para uma futura expansão da raça humana para outros planetas para além da Terra e as consequências que isso pode ter para a humanidade.O terceiro simpósio internacional “Fronteiras da Ciência”, promovido pelo Centro Transdisplinar de Estudos da Consciência (CTESC) da Universidade Fernando Pessoa, reunirá astrónomos, cosmólogos, biólogos, filósofos, teólogos e muitos outros peritos para debater temas como o das motivações para uma nova fase da expansão/colonização civilizacional humana para fora do seu planeta natal.
A organização do encontro colocou ainda outras questões aos convidados, relacionadas com as consequências deste “desenraizamento” dos seres humanos em relação à Terra, as suas dimensões éticas e filosóficas e eventuais consequências biológicas, assim como as ondas de choque que tudo isto possa provocar nas crenças e sensibilidades das várias culturas.
O simpósio, que se realiza no Ano Internacional da Astronomia, reunirá nomes como o cosmólogo Paul Davies, da Arizona State University, o astrobiólogo Chandra Wickramasinghe, da Universidade de Cardiff, ou o teólogo dominicano Jacques Arnould, do Centre National d’Etudes Spatiales, em Paris.
O físico teórico Besarab Nicolescu, do Laboratoire de Physique Nucléaire et de Hautes Énergies e do Centre International de Recherches et d’Études Transdisciplinaires (CIRET), e o psicólogo Michel Cazenave, do Cercle Francophone de Réflexion et d’Information sur l’(ce)uvre de C.G. Jung, Paris, são outros dos participantes.
A estes especialistas estrangeiros juntam-se nomes como os dos filósofos Carlos João Nunes Correia, Manuel Curado, Paulo Borges, Carlos H. C. Silva e Anselmo Borges - este último também teólogo, tal como Teresa Toldy e Alfredo Dinis,
Participam ainda Pedro Portela, do Instituto Superior de Engenharia do Porto e Agência Espacial Europeia, Paulo Galli Macedo, do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, Carlos Herdeiro, da Faculdade de Ciências, Univrsidade do Porto, Alexandre Martins, do Instituto Superior Técnico, Francisco Carrapiço, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e Zita Martins, astrobióloga no Imperial College de Londres.
Pedro Russo, do Instituto Max Planck para a Investigação no Sistema Solar, Alemanha, e Centro Multimeios de Espinho, coordenador do Ano Internacional da Astronomia -2009, estará também presente, tal como João Caraça, director do Serviço de Ciência da Fundação Calouste Gulbenkian, Alexandre Quintanilha, do Instituto de Biologia e Patologia Molecular do Porto, e José Ferreira da Silva, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Joaquim Fernandes, da organização do encontro, adiantou à Lusa que no simpósio serão discutidas as informações mais recentes sobre as possibilidades de vida em Marte, o que pode esperar-se da participação portuguesa no esforço europeu de exploração espacial e, também, os últimos avanços em novos meios de propulsão avançados para as futuras naves espaciais.
“O facto de termos em diálogo cruzado pensadores de áreas diversas, como a teologia e a astrofísica, da antropologia e da psicologia, é um sinal da abertura urgente a novas vias de exploração do nosso próprio futuro que nãos e compadece com vias isoladas e disciplinas fragmentadas para o entendimento do todo”, referiu aquele professor universitário.publico