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Eleições municipais no Kosovo são teste decisivo para não albaneses

nuno29

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Abr 16, 2007
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O Kosovo realiza hoje eleições municipais, as primeiras desde a proclamação da independência - a 17 Fevereiro de 2008 - que constituirão um teste decisivo para a comunidade sérvia, que não reconhece o novo Estado.

Mais de um milhão e meio de eleitores são chamados a votar nas 2.256 mesas de voto que funcionarão em todo o país, para eleger os presidentes de câmara e conselheiros municipais em 36 comunas, incluindo Pristina, a capital.

De acordo com a Comissão Eleitoral, são sérvios 22 dos 74 partidos políticos, coligações e candidatos individuais que concorrem a estas eleições.

O movimento Vetevendosje (Autodeterminação), do líder nacionalista albanês Albin Kurti, defensor da união das populações albanesas dos Balcãs, apelou ao boicote do escrutínio.

Na perspectiva de Kurti, esta votação apenas implicará a descentralização étnica do país e o enriquecimento da classe política no poder, num momento em que as condições de vida da população são cada vez mais difíceis.

Apesar das directivas provenientes de Belgrado a favor do boicote do escrutínio, foram apresentadas listas sérvias, sobretudo nas novas comunidades previstas pelo plano de descentralização. Cerca de 100 mil sérvios vivem no Kosovo, sobretudo na região Norte.

No campo albanês, a disputa por Pristina, a capital, concentra todas as atenções. Os dois principais candidatos provêm dos partidos que integram a coligação governamental: o Partido Democrático do Kosovo (PDK), do primeiro-ministro Hashim Thaçi, que propõe o filósofo Astrit Salihu, e a Liga Democrática do Kosovo (LDK), do Presidente Fatmir Sejdiu, que aposta na reeleição do presidente da câmara, Isa Mustafa.

A batalha de Pristina constitui um desafio para a estabilidade do Governo, com o PDK a não esconder a ambição de conquistar um dos últimos bastiões da histórica LDK, muito debilitada na sequência da morte do seu dirigente histórico Ibrahim Rugova em 2006, e de uma cisão interna.

No Norte do Kosovo, no bastião sérvio de Kosovska Mitrovica, o boicote deverá ser quase total, com os líderes locais a receberem o apoio das autoridades de Belgrado. Para estes sérvios, a participação no escrutínio implicaria um reconhecimento das instituições do Kosovo, e mesmo da proclamação da independência.

Contudo, e nos enclaves do Sul, as comunidades sérvias decidiram concorrer nas regiões de Strpce e Novo Brdo. Este último enclave deverá ser ampliado pelo plano de descentralização, que também prevê a formação de novos municípios.

O principal combate político decorrerá no entanto em Gracanica, no centro do Kosovo. O novo município deverá reagrupar 16 povoações e cerca de 25 mil habitantes. Foram apresentadas sete listas sérvias e uma rom (população cigana. Uma recente sondagem admitia uma participação de 28 por cento.

Antiga província autónoma do Sul da Sérvia com cerca de 10 mil km2, e dois milhões de habitantes (90 por cento de origem albanesa), o Kosovo proclamou a independência em Fevereiro de 2008.

Considerada uma das regiões mais pobres da Europa, o Kosovo tem uma população muito jovem e uma taxa de desemprego que ronda os 50 por cento.

A República do Kosovo já foi reconhecida por 63 países, incluindo os Estados Unidos e 22 dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE), onde a Espanha, Roménia, Eslováquia, Grécia e Chipre não legitimaram o novo país.


SIC
 
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