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Hospitais admitem adiar cirurgias devido à gripe A

nuno29

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Para ter ventiladores, camas e pessoal médico e de enfermagem disponível, os estabelecimentos colocam a possibilidade de cancelar operações. Uma medida que não afectará as intervenções oncológicas nem as urgentes

Os hospitais admitem cancelar as cirurgias programadas devido à gripe A, caso precisem de ventiladores e de libertar camas para os doentes mais graves, no pico da pandemia. Uma medida que não afectará as operações urgentes nem as oncológicas, garantem os médicos ao DN.

"Se houver uma fase de grande concentração de doentes graves, admito que as oito camas que temos reservadas podem não ser suficientes. Nesse caso teremos de reduzir a actividade programada", explica Luís Mourão, do Hospital Curry Cabral, em Lisboa.

Correia da Cunha, que coordena a resposta dos hospitais Santa Maria e Pulido Valente, também coloca a hipótese". "É evidente que se precisarmos de mais camas vamos de tirá-las de outros serviços e provavelmente será nas cirurgias que podem ser adiadas", explica, acrescentando que não estão em causa as operações a tumores. "A uma hérnia, uma correcção de um defeito ortopédico, ou às cataratas, por exemplo", indica.

De acordo com os dados de Agosto do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), há quase 170 mil portugueses à espera de uma operação. Em média, cada um espera cerca de seis meses.

Segundo Jorge Pimentel, responsável pela Medicina Intensiva dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), o adiamento de cirurgias faz parte dos planos do hospital. Mas salienta "o período mais crítico será sempre curto: duas ou três semanas".

Artur Vaz, administrador do Amadora-Sintra, admite o mesmo cenário e lembra que o hospital já foi obrigado a fazê-lo no ano passado, por causa da gripe sazonal.

Segundo o último relatório da Organização Mundial de Saúde, o tratamento da minoria de doentes em que a doença evolui para uma pneumonia grave é agora uma das principais preocupações. Isto porque requerem cuidados especializados causando pressão nos cuidados intensivos. "É uma percentagem muitíssimo pequena, mas 1% de 100 é um e 1% de um milhão são 10 000", explica Correia da Cunha. Ou seja, pode acontecer que essa percentagem pequena se traduza "num aumento significativo de doentes nas unidades de cuidados intensivos".

Além disso, alguns dos casos mais graves têm mostrado precisar de ventilação assistida durante mais tempo do que é normal, sobretudo os jovens, revela Luís Mourão. Por enquanto, ainda não houve "constrangimentos deste tipo", garante.

Não são só os equipamentos que podem causar dificuldades. A falta de pessoal para dar resposta em caso de grande procura das urgências também pode criar dificuldades, levando a optar por adiar as cirurgias.

Segundo o Ministério da Saúde, "ainda não estamos num período de pico" - na semana passada estavam internadas 17 pessoas nos cuidados intensivos devido à gripe A - e existe ainda uma "razoável margem de manobra". Além disso, a tutela garante "os hospitais estão preparados para trabalhar em rede, mobilizando meios e recursos para acompanhar a pandemia, em função do quadro que se vier a desenhar".

DN
 
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