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Ambiente na PJ do Norte começa a ser irrespirável

nuno29

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Baptista Romão, director do Norte da Polícia Judiciária, entrou em rota de colisão com os inspectores, sendo acusado de prepotência e de assumir atitudes persecutórias. Sindicato diz que a solução do diálogo já é inviável

No jantar comemorativo do 64.º aniversário da Polícia Judiciária (PJ), organizado pelo director da Directoria do Norte, compareceram uma dúzia de funcionários de investigação criminal num universo de 300 que compõem aquela estrutura policial, de que faz parte também o Departamento de Investigação Criminal (DIC) de Braga e a Unidade Local de Vila Real.

"A pouca adesão ao jantar evidencia o mal-estar dos funcionários relativamente a Baptista Romão", disse um inspector ao DN, para quem o director passou a ter atitudes de prepotência e de autoritarismo contrastantes com o diálogo que estabeleceu no início do mandato, em Março de 2008.

A ruptura na directoria do Norte está a ser acompanhada pela Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária (ASFIC/PJ). "O diálogo foi quebrado e não vemos forma como possa ser reactado com o extremar de posições", disse Carlos Anjos, presidente da entidade, frisando: "Não vemos vontade para ouvir os trabalhadores".

Para Carlos Anjos, não há dúvida: "O ambiente começa a ser irrespirável", e alerta, que a situação está afectar não só inspectores ou inspectores-chefes, mas também coordenadores de investigação criminal". Ou seja, também parte das chefias está contra o director. "Algumas atitudes mostraram-se violadoras de elementares direitos dos trabalhadores", salientou.

Ao que o DN apurou, o ambiente começou a "azedar" no Verão, quando Baptista Romão decidiu reduzir as unidades de prevenção contra o banditismo, de seis para dois elementos. "Estava-se em pleno crescimento do crime violento", disse ao DN uma fonte da directoria do Norte, frisando que "a medida foi criticada por se mostrar contrária ao crescimento da criminalidade". Mas aquilo que seria uma decisão provisória foi-se prolongando no tempo, e apenas em Abril deste ano Baptista Romão mandou aumentar as brigadas com mais um elemento. Esta medida foi proferida depois de, no mês anterior, a ASFIC, em comunicado, "ter alertado para vários problemas que o director não conseguia resolver", disse a mesma fonte.

O mal-estar agudizou-se quando em Outubro do ano passado o director, que é magistrado do Ministério Público, dá uma entrevista ao Diário de Notícias em que acusa o pessoal de investigação criminal de estar na origem da fuga de informação ocorrida aquando da "Operação Charlie", que envolveu mais de 40 buscas no Grande Porto, terminando com a detenção de 18 suspeitos, a 18 de Setembro do ano passado.

Na causa deste "ambiente irrespirável" está também o trabalho fora do horário normal. O director entende que os inspectores devem estar sempre disponíveis, sendo da sua competência impor-lhes a comparência ao trabalho fora do horário . Os inspectores não contestam a disponibilidade, mas exigem que o serviço seja solicitado formalmente, e não apenas de boca, para depois poderem exigir as contrapartidas previstas na função pública para as horas extra. "Ninguém se recusa a trabalhar", garantiu Carlos Anjos.

O director da PJ do Norte é também acusado de mudar funcionários de uns serviços para outros sem ouvir as chefias, e terá também ordenado a abertura de um cacifo de um inspector, mandando depois entregar a terceiros os documentos que lá estavam, sem conhecimento do próprio.

Baptista Romão, contactado pelo DN, escusou-se a comentar.

O director nacional da PJ, Almeida Rodrigues, optou pela mesma atitude, frisando que estará em causa um pequeno grupo descontente.

A ASFIC garante que a solução do diálogo, que sempre apontou, tornou-se inviável.

DN
 
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