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Moradores temem derrocada, CML tem plano de emergência

nuno29

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A encosta do Bairro da Liberdade está em risco de derrocada, segundo o Laboratório Nacional de Engenharia Civil. A possibilidade de mau tempo nos próximos dias alertou os moradores para o pior. No entanto, a Câmara Municipal de Lisboa possui um plano de evacuação e pode activá-lo a qualquer momento. Em causa está a segurança de 53 famílias que vivem junto à escarpa do Bairro da Liberdade, entre a Rua Inácio Pardelha Sanches e a Rua B. Fonte da Câmara Municipal garantiu ao DN que as famílias não estão em perigo

A Câmara Municipal de Lisboa garantiu, esta tarde, em conferência de imprensa que a autarquia tem um plano de emergência para o Bairro da Liberdade, que define o realojamento das pessoas, caso aconteça um agravamento do estado do tempo, e até ao Natal é suposto realojar todos os moradores.

José Gato, da Autoridade Nacional de Protecção Civil, confirmou a existência de um plano de emergência que deverá ser accionado por Manuel Brito, o vereador com o pelouro da Protecção Civil, a verificar-se uma situação de perigo iminente será dada ordem de evacuação.

A Câmara Municipal vai reunir, amanhã, com os moradores do Bairro da Liberdade para os esclarecer sobre o que fazer em caso de mau tempo, onde serão fornecidos panfletos com instruções de segurança.

Apesar do Instituto de Meteorologia prever chuva para Sábado, a Protecção Civil disse ao DN que não têm informação de precipitação intensa ou prolongada para os próximos dias.

A agência Lusa difundiu ontem uma reportagem que mostrava a preocupação dos moradores do Bairro, especialmente agora que estamos no Outono e caminhamos para o Inverno

Eis a reportagem:

O perigo de derrocada das casas, a falta de saneamento e o "abandono" por parte Câmara Municipal de Lisboa tem marcado os últimos anos dos moradores do Bairro da Liberdade, contou a Lusa em reportagem.

No passado fim-de-semana, os habitantes deste histórico bairro da zona de Campolide voltaram a batalhar a chuva e o mau tempo em defesa das suas casas, numa "guerra" que para alguns já dura há uma "eternidade" e que já fez "vítimas".

"Há uns anos fiquei sem o terraço da minha casa devido às chuvas e tive que mudar. Digamos que, quando são dias de grandes chuvadas, mete muito respeito", afirmou Armando Varela à Agência Lusa.

Este comerciante de 65 anos vive no Bairro da Liberdade há quase cinco décadas e, apesar da degradação da zona e da falta de condições, é dos poucos moradores que não tenciona abandonar a sua casa.

"Eu tenho um estabelecimento mas os meus clientes estão a deixar a zona e isso é preocupante. Estou aqui há 45 anos já estou enraizado", referiu Armando Varela, que habita perto da escarpa do bairro, local que, segundo a Protecção Civil, está em "perigo iminente de derrocada".

Grande parte dos moradores "há muito tempo" que pedem o auxílio da Câmara Municipal de Lisboa (CML) e o realojamento em bairros sociais, mas dizem ter sido "abandonados" pela autarquia.

"Moro aqui à 44 anos e, desde essa data, sempre ouvi comentar-se que isto iria ser tudo demolido para fazer bairros sociais para instalar toda a população. Ao fim de 44 anos continuamos aqui a morar em casas degradas e abandonados", lamentou José Alves.

Habituado a lutar contra inundações nos dias e noites de maiores chuvas, este reformado de 78 anos mostra-se preocupado com a subida da criminalidade no bairro e, se pudesse, mudava "já amanhã" para outra casa.

"Eu pago 13 euros de renda e por isso continuou aqui. Há pouco tempo apareceu aqui uma comissão para fazer mais um inquérito e uma das perguntas era se importava de sair desta casa para outra. Eu perguntei se eles tinham ali a chave que eu ia já embora", contou.

A viver no Bairro da Liberdade desde os primeiros meses de vida, Mário Ferreira emociona-se ao falar da degradação da zona e mostra-se revoltado pelo "desprezo" da CML para com os moradores.

"Não fazem nada. Há muito nos prometeram melhores condições e nada. A CML tem casas livres mas não as dão e não sei porquê. Em minha casa, já apanhei três, quatro ratos enormes e os mais pequenos já perdi conta. Isto são condições para viver?", questionou.

Na semana passada, a vereadora da Habitação da autarquia lisboeta, Helena Roseta, garantiu que 53 famílias, que vivem junto à zona em risco de derrocada, irão ser realojada e que as demolições vão continuar na parte mais degradada do Bairro da Liberdade.

DN
 
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