migel
GForum VIP
- Entrou
- Set 24, 2006
- Mensagens
- 15,631
- Gostos Recebidos
- 0
Jovens com necessidades sem trabalho
O mercado de trabalho não abre as portas aos jovens com necessidades educativas especiais.
O mercado de trabalho não abre as portas aos jovens com necessidades educativas especiais, que assim têm muita dificuldade em conseguir uma integração social efectiva. A afirmação é de Carla Carvalho e Cristina Vilaça, coordenadoras na Escola Secundária Antero de Quental, em Ponta Delgada, de um projecto inovador, o “Fusão de Percursos”, que junta os jovens com deficiência cognitiva ligeira aos jovens do programa de recuperação de escolaridade, normalmente associados a contextos socioeconómicos muito desfavorecidos. Um dos objectivos do projecto “Fusão de Percursos” é o despiste vocacional e a integração no mercado de trabalho desses jovens com necessidades educativas especiais mas, até agora, nenhum desses alunos integrou o mercado de trabalho. “Temos durante os últimos anos batido em várias portas mas é difícil aceitarem estes alunos”, afirma Carla Carvalho, professora de matemática e ciências naturais e uma das coordenadores do “Fusão de Percursos”. O preconceito é o grande entrave, seja porque esses alunos têm uma deficiência cognitiva, ainda que ligeira, seja porque têm associada uma vivência e um histórico familiar negativos. Mesmo os estágios para despiste vocacional dos alunos com necessidades educativas especiais são difíceis de conseguir. As IPSS ligadas à economia solidária têm sido quase a única saída para esses alunos, mas uma parceria recente com a Associação Centro de Estudos de Economia Solidária do Atlântico (ACEESA) deverá permitir aos jovens do “Fusão de Percursos” terem junto de outras empresas uma maior oferta de estágios profissionais. Normalmente, esses alunos são encaminhados para actividades mais manuais, embora alguns deles tenham mostrado capacidades noutras áreas, havendo até casos de alunos com necessidades educativas especiais que entraram em cursos de informática. Aliás, a saída para cursos profissionais tem sido a única possível até agora para esses alunos, uma vez que o mercado de trabalho lhes tem fechado as portas. Cozinha, carpintaria ou mesmo o acompanhamento de crianças ou idosos são áreas onde esses alunos revelam algumas potencialidades, sendo os estágios essenciais para fazer esse despiste vocacional. O “Fusão de Percursos” nasceu este ano e são cerca de 60 os alunos do concelho de Ponta Delgada que o integram na escola Antero de Quental, num projecto que abrange também cerca de 20 professores. As idades dos alunos vão dos 12 aos 18 anos e os resultados são, para já, positivos, conforme refere Cristina Vilaça, psicóloga e também coordenadora do projecto: “os nossos encarregados de educação dizem, na sua maioria, que este ano as coisas estão a funcionar melhor do que antes”, afirma. || Dar capacidades para a vida activa Embora os alunos do “Fusão de Percursos” tenham disciplinas idênticas aos alunos do ensino regular, como a Matemática, o Português, o Inglês ou o Meio Físico e Social, no fundo, o que se pretende é dotar os alunos de um mínimo de capacidades para a sua integração na vida activa. Nos programas normais em separado, os alunos com deficiência cognitiva ligeira têm apenas um certificado de frequência escolar, enquanto que os alunos em recuperação de escolaridade têm um certificado de equivalência ao 6º ano de escolaridade. Com o “Fusão de Percursos”, qualquer aluno com deficiência cognitiva, logo que o seu desempenho o justifique e o seu encarregado de educação concorde, pode obter também um certificado do 6º ano, aumentando a sua empregabilidade.||
Fonte:Açoriano Oriental
O mercado de trabalho não abre as portas aos jovens com necessidades educativas especiais.
O mercado de trabalho não abre as portas aos jovens com necessidades educativas especiais, que assim têm muita dificuldade em conseguir uma integração social efectiva. A afirmação é de Carla Carvalho e Cristina Vilaça, coordenadoras na Escola Secundária Antero de Quental, em Ponta Delgada, de um projecto inovador, o “Fusão de Percursos”, que junta os jovens com deficiência cognitiva ligeira aos jovens do programa de recuperação de escolaridade, normalmente associados a contextos socioeconómicos muito desfavorecidos. Um dos objectivos do projecto “Fusão de Percursos” é o despiste vocacional e a integração no mercado de trabalho desses jovens com necessidades educativas especiais mas, até agora, nenhum desses alunos integrou o mercado de trabalho. “Temos durante os últimos anos batido em várias portas mas é difícil aceitarem estes alunos”, afirma Carla Carvalho, professora de matemática e ciências naturais e uma das coordenadores do “Fusão de Percursos”. O preconceito é o grande entrave, seja porque esses alunos têm uma deficiência cognitiva, ainda que ligeira, seja porque têm associada uma vivência e um histórico familiar negativos. Mesmo os estágios para despiste vocacional dos alunos com necessidades educativas especiais são difíceis de conseguir. As IPSS ligadas à economia solidária têm sido quase a única saída para esses alunos, mas uma parceria recente com a Associação Centro de Estudos de Economia Solidária do Atlântico (ACEESA) deverá permitir aos jovens do “Fusão de Percursos” terem junto de outras empresas uma maior oferta de estágios profissionais. Normalmente, esses alunos são encaminhados para actividades mais manuais, embora alguns deles tenham mostrado capacidades noutras áreas, havendo até casos de alunos com necessidades educativas especiais que entraram em cursos de informática. Aliás, a saída para cursos profissionais tem sido a única possível até agora para esses alunos, uma vez que o mercado de trabalho lhes tem fechado as portas. Cozinha, carpintaria ou mesmo o acompanhamento de crianças ou idosos são áreas onde esses alunos revelam algumas potencialidades, sendo os estágios essenciais para fazer esse despiste vocacional. O “Fusão de Percursos” nasceu este ano e são cerca de 60 os alunos do concelho de Ponta Delgada que o integram na escola Antero de Quental, num projecto que abrange também cerca de 20 professores. As idades dos alunos vão dos 12 aos 18 anos e os resultados são, para já, positivos, conforme refere Cristina Vilaça, psicóloga e também coordenadora do projecto: “os nossos encarregados de educação dizem, na sua maioria, que este ano as coisas estão a funcionar melhor do que antes”, afirma. || Dar capacidades para a vida activa Embora os alunos do “Fusão de Percursos” tenham disciplinas idênticas aos alunos do ensino regular, como a Matemática, o Português, o Inglês ou o Meio Físico e Social, no fundo, o que se pretende é dotar os alunos de um mínimo de capacidades para a sua integração na vida activa. Nos programas normais em separado, os alunos com deficiência cognitiva ligeira têm apenas um certificado de frequência escolar, enquanto que os alunos em recuperação de escolaridade têm um certificado de equivalência ao 6º ano de escolaridade. Com o “Fusão de Percursos”, qualquer aluno com deficiência cognitiva, logo que o seu desempenho o justifique e o seu encarregado de educação concorde, pode obter também um certificado do 6º ano, aumentando a sua empregabilidade.||
Fonte:Açoriano Oriental