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Crime causa fogos

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RoterTeufel

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Florestas: Na origem de quase metade da área ardida desde Janeiro
Crime causa fogos


A maioria dos grandes fogos florestais registada este ano teve origem criminosa – negligente ou intencional –, sendo que o pior foi ateado no final de Setembro em Sortelha, Sabugal, e consumiu sete mil hectares. A área destruída, mais de 35 mil hectares, corresponde a 43% do total de área ardida.

Segundo o mais recente relatório da Autoridade Florestal Nacional (AFN), até 15 de Outubro ardeu 82 600 hectares de floresta, dos quais 59% em grandes incêndios – aqueles que lavraram em áreas superiores a cem hectares.

No total, houve 128 fogos desta categoria, dos quais 54 foram intencionais e 33 ficaram a dever-se a comportamentos negligentes, como queimadas e mau uso de equipamentos ou máquinas. Há ainda 41 cuja origem, à data do documento, era desconhecida ou estava sob investigação.

O elevado número de fogos causados por falta de cuidado, embora significativo, não é tão censurado pela opinião pública como os intencionais (ver entrevista ao lado), o que contribui para a manutenção dos comportamentos de risco. Apesar disso, é um crime previsto no Código Penal (artigo 272), com penas de prisão entre os três e dez anos, no caso de fogo posto, e até oito anos quando se prova a negligência.

Considerando todas as ocorrências, o distrito mais fustigado foi o da Guarda (17 650 hectares) e o mês de Março aparece como o terceiro pior do ano, logo atrás de Setembro e Agosto, que lidera a tabela. Neste mês ardeu 23 330 hectares.

A área total ardida é inferior à média da última década e do objectivo previsto no Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, que é de atingir menos de cem mil hectares destruídos em 2012.

"HÁ ALGUM FACILITISMO": Duarte Caldeira Presidente da Liga dos Bombeiros

Correio da Manhã – Os fogos negligentes são encarados como menos graves?

Duarte Caldeira – De facto, não há a mesma actuação da censura social, nem penal. Mesmo ao nível do inquérito sinto que há algum facilitismo. Há mais tolerância no tratamento destes casos.

– Ainda há muito a fazer ao nível dos comportamentos?

– Sim. Ainda há uma profunda ausência de cultura de risco, de segurança, que, no caso dos fogos, não é diferente dos de outras áreas. É preciso minimizar os riscos.

– O número de ocorrências e de área ardida nos grandes fogos surpreende-o?

– Não surpreende. A esmagadora maioria tem origem humana, por negligência ou incendiarismo, e segue o perfil de anos anteriores. É a causa principal do valor final da área ardida e este ano até é inferior ao normal.

– Março foi o terceiro pior mês do ano...

– Já não há incêndios com data marcada. É um risco de quase todo o ano


Fonte Correio da Manhã
 
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