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Mau tempo deixa sete sem tecto

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RoterTeufel

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Clima: Derrocada no Bombarral e cheias em Tavira
Mau tempo deixa sete sem tecto


Ondas de quatro metros arrastaram ontem as habitações precárias onde vivivam seis pessoas na Cruz Quebrada, em Oeiras. O mau tempo provocou ainda a derrocada de parte de uma casa no Bombarral, desalojando uma pessoa, e cheias em Tavira. Em Peso da Régua, o Douro voltou a galgar as margens. Para os próximos dias, o Inverno rigoroso não irá dar tréguas, com o regresso de temperaturas negativas e a possibilidade de forte queda de neve a partir de amanhã.

Anália Gomes Oliveira, natural de Cabo Verde, viu aos 69 anos o mar levar tudo o que tinha numa pequena barraca encostada à estação da CP da Cruz Quebrada. Visivelmente desorientada, afirmou ao CM não saber o que fazer enquanto procurava por entre o entulho os seus poucos haveres.

Ao CM, disse que iria continuar a dormir no que restava da habitação. O presidente da Junta de Freguesia local, Paulo Freitas do Amaral, garantiu que a mulher não iria dormir ali perante a previsão de ondas de cinco metros.

"As pessoas que viviam aqui já foram realojadas de emergência, pelo que a senhora vai continuar a dormir na casa de uma pessoa amiga em Belém, Lisboa", acrescentou.

Duas outras pessoas passaram também as últimas noites em casa de familiares, enquanto as restantes três dormem num lar da rede de Segurança do concelho.

Paulo Freitas do Amaral acrescentou a necessidade urgente de uma solução definitiva, apelando à Administração do Porto de Lisboa, à Refer (proprietária da estação) e à Câmara de Oeiras uma acção conjunta capaz de garantir um tecto para as seis pessoas.

No Estoril, em Cascais, a chuva forte levou ao corte por quatro horas do trânsito da Rua do Vale de Santa Rita mas não houve estragos em habitações. Também em Lisboa, ao fim da tarde a chuva forte levou à necessidade de intervenção dos Bombeiros Sapadores, perante a ocorrência de lençóis de água que provocaram o caos no trânsito no Lumiar e Telheiras.

Para hoje, as previsões colocam em alerta amarelo todos os distritos a sul de Coimbra em resultado da chuva e forte ondulação. Amanhã, o frio regressa em força, prevendo-se queda de neve acima dos 400 metros, situação que se agrava quinta-feira.

CHAPAS VOAM EM ESCOLA

Em Vila Viçosa, o temporal deixou estragos na escola secundária. O vento forte arrancou parte da estrutura de chapa que protegia as obras naquele estabelecimento, cerca das 12h30. Não se registaram feridos. As aulas foram suspensas durante o resto do dia. Nota ainda para quatro inundações naquela localidade, cinco em Borba e três no Alandroal. Em Beja, a chuva obrigou ao corte de algumas estradas. Ao final da tarde, todas as situações estavam resolvidas.

CHUVA INTENSA INUNDOU TAVIRA

O corte de três estradas e duas pontes, na ligação a Cachopo, bem como inundações de algumas habitações na freguesia da Luz, foram o resultado da chuva intensa na madrugada de ontem em Tavira. Bombeiros Municipais, Protecção Civil e autarcas só cerca das 17h00 lograram normalizar a situação.

"Acordei, cerca das 03h30, com os trovões, e quando pus os pés no chão do quarto tinha água pela canela", explica Maria Angélica, moradora junto à estrada da Luz para Santo Estêvão, que só teve tempo de pôr os electrodomésticos a salvo. "Roupas e mobílias ficaram todas molhadas. Valeu o auxílio dos bombeiros e uma bomba de água emprestada pela junta", confessa.

A mesma sorte teve José Romeira, que viu a garagem do prédio, no sítio da Palmeira, ser completamente inundada. "Vá lá que ainda conseguimos retirar os carros", diz.

A vizinha Maria da Luz não teve tanta sorte. "A água entrou em casa e estragou tudo", garante.

AGRICULTORES DO OESTE SERÃO INDEMNIZADOS

Hoje, os agricultores do Oeste com prejuízos resultantes do mau tempo podem candidatar-se a apoios do Governo na ordem dos 50 milhões de euros. Irá funcionar uma linha telefónica e um endereço na internet com informações, foi revelado ontem na reunião em Torres Vedras entre o ministro da Agricultura, António Serrano, e os agricultores. Serrano referiu a abertura de dois postos para ajudar a apresentarem as candidaturas ao Programa de Desenvolvimento Rural.

APONTAMENTOS

ESTRADAS REABERTAS

Foram reabertas ontem de manhã várias estradas que estiveram cortadas no fim-de-semana devido a inundações nos distritos de Aveiro, Braga, Faro, Lisboa e Santarém.

AÇORES RECEBEM APOIO

A Fundação Luso Americana doou o valor simbólico de 15 mil euros aos habitantes da freguesia de Agualva, na ilha Terceira, Açores, para atenuar os efeitos devastadores do temporal.

OLHÃO SEM COMBOIO

A circulação ferroviária na Linha do Algarve esteve ontem cortada por cerca de quatro horas entre Olhão e a Fuzeta devido a inundações.

ESTRAGOS NA HORTA

Os estragos provocados pelo mau tempo na obra de construção do cais da Horta, ilha do Faial, são de "pequena monta", referiu fonte do porto local.

FRIO DE RACHAR

O frio regressa amanhã, com mínima negativa de - 3 graus na Serra da Estrela e Bragança.

NOTAS

RIO SADO SOBE

A chuva forte registada neste mês retirou do vermelho o volume de água armazenada nas dez barragens do Sado, que a 31 de Dezembro estavam com 31% do seu máximo.

LIMITE EM PENICHE

Por limitações técnicas ligadas à manutenção da pequena barragem de S. Domingos, em Peniche, esta apenas contabiliza 40% do seu volume máximo.

DOURO CHEIO

A capacidade de retenção das barragens do Douro ficou mais complicada nas últimas horas devido ao maior caudal vindo de Espanha. Há risco de cheias.

LISBOA: BOMBEIROS NÃO PARAM

A chuva forte registada nas últimas 24 horas não deu descanso ao Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa. Infiltrações de água lançaram o alerta na Rua da Rosa, no Bairro Alto

TORRES VEDRAS: FIM DE ALERTA

A Comissão Municipal de Protecção Civil de Torres Vedras desactivou ontem o plano de emergência do concelho, 13 dias depois da intempérie que provocou estragos na região

MADEIRA: NAVIO ANTECIPA VIAGEM

As previsões de forte agitação marítima levaram ontem a Porto Santo Line a antecipar das 19h00 para as 16h00 a viagem do navio ‘Lobo Marinho’ de Porto Santo para a Madeira


Fonte Correio da Manhã
 
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