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Seis meses após a operação que os cegou, os seis doentes do Hospital Santa Maria viram a vida dar uma grande reviravolta. Uma das maiores mudanças foi terem sido obrigados a abandonar os seus empregos.
O dia 17 de Julho de 2009 ficou marcado para estes seis doentes como a data em que deixaram de ver, após terem sido submetidos a uma cirurgia oftalmológica que lhes prometia uma melhor visão.
Walter Lago, 47 anos, está internado desde esse dia no Hospital Santa Maria, em Lisboa. Em declarações à Lusa, avançou que deverá ter alta no final deste mês e já está a aprender a viver sem visão.
«Tenho tido acompanhamento e depois vou para uma escola de reabilitação para invisuais», contou Walter Lago, que ficou cego dos dois olhos. Ao fim de meio ano, não registou quaisquer melhoras em termos de visão.
O tratamento baseia-se em gotas e num gel que coloca nos olhos, adiantou o doente, que lamenta já não poder voltar à sua profissão de cozinheiro.
Também Américo Palhota, que esteve 40 dias internado, viu a sua vida alterada desde que ficou cego do olho esquerdo. «Desde essa altura, a minha vida nunca mais foi a mesma», lamentou. Aos 71 anos, teve de desistir do quiosque de revistas e jornais que tinha para passar a dividir os dias entre a casa e o hospital. «Desde que me cegaram fiquei sócio honorário do Hospital de Santa Maria», comentou ironicamente.
O doente revelou que segunda-feira vai fazer exames no Instituto Nacional de Medicinal Legal, a pedido da Comissão de Acompanhamento criada para avaliar os danos causados pela intervenção cirúrgica e atribuir uma indemnização aos doentes, cujo relatório será divulgado em Março.
«Não entrei lá para me darem uma indemnização porque os olhos não têm preço», disse o doente, que já perdeu a esperança de recuperar a visão: «Nós estamos todos cegos e não há hipótese nenhuma de recuperarmos».
Antes de ser submetida à operação, Maria Antónia, 66 anos, era costureira, trabalho que deixou por ter ficado cega do olho direito.
dd.
O dia 17 de Julho de 2009 ficou marcado para estes seis doentes como a data em que deixaram de ver, após terem sido submetidos a uma cirurgia oftalmológica que lhes prometia uma melhor visão.
Walter Lago, 47 anos, está internado desde esse dia no Hospital Santa Maria, em Lisboa. Em declarações à Lusa, avançou que deverá ter alta no final deste mês e já está a aprender a viver sem visão.
«Tenho tido acompanhamento e depois vou para uma escola de reabilitação para invisuais», contou Walter Lago, que ficou cego dos dois olhos. Ao fim de meio ano, não registou quaisquer melhoras em termos de visão.
O tratamento baseia-se em gotas e num gel que coloca nos olhos, adiantou o doente, que lamenta já não poder voltar à sua profissão de cozinheiro.
Também Américo Palhota, que esteve 40 dias internado, viu a sua vida alterada desde que ficou cego do olho esquerdo. «Desde essa altura, a minha vida nunca mais foi a mesma», lamentou. Aos 71 anos, teve de desistir do quiosque de revistas e jornais que tinha para passar a dividir os dias entre a casa e o hospital. «Desde que me cegaram fiquei sócio honorário do Hospital de Santa Maria», comentou ironicamente.
O doente revelou que segunda-feira vai fazer exames no Instituto Nacional de Medicinal Legal, a pedido da Comissão de Acompanhamento criada para avaliar os danos causados pela intervenção cirúrgica e atribuir uma indemnização aos doentes, cujo relatório será divulgado em Março.
«Não entrei lá para me darem uma indemnização porque os olhos não têm preço», disse o doente, que já perdeu a esperança de recuperar a visão: «Nós estamos todos cegos e não há hipótese nenhuma de recuperarmos».
Antes de ser submetida à operação, Maria Antónia, 66 anos, era costureira, trabalho que deixou por ter ficado cega do olho direito.
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