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Portugal constitui Plataforma Tecnológica para a Redução das Emissões de CO2

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Portugal constitui Plataforma Tecnológica para a Redução das Emissões de CO2

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No sentido de coordenar vários esforços, em Portugal está a ser constituída uma Plataforma Tecnológica para a Redução das Emissões de CO2, soube o AmbienteOnline. A nova entidade surgiu pelas mãos da EDP, Tejo Energia, Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) e Universidade de Évora, estando aberta às propostas de novos participantes.

Por agora a plataforma conta com empresas, organismos públicos e representantes do sistema científico e tecnológico nacional. EDP, Tejo Energia, Turbogás, Cimpor, Secil e Galp constituem o rol das empresas intervenientes. Do lado dos organismos públicos está a Direcção-Geral de Energia e Geologia, a Agência Portuguesa do Ambiente e a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental. Entre os representantes do sistema científico, encontra-se a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, o Instituto Superior Técnico, a Universidade de Évora e a Universidade Fernando Pessoa.

De acordo com Júlio Carneiro, da Universidade de Évora, o processo «ainda está numa fase inicial e informal de recolha de sugestões e expectativas, para preparar a consolidação da iniciativa numa entidade mais formalizada, com recursos, actividades planeadas e acções de comunicação e de intervenção organizadas». O objectivo desta nova entidade é promover e facilitar a adopção de soluções tecnológicas para reduzir as emissões de CO2 associadas a processos industriais.

«As soluções tecnológicas almejadas incluem, mas não se limitam, à captura e armazenamento geológico de CO2, devendo igualmente procurar outras aplicações para o CO2 produzido ou formas de evitar a sua produção», explica o especialista.

Inicialmente prevê-se que a plataforma seja um fórum aberto e informal de discussão e divulgação das soluções mais adequadas e dos obstáculos mais significativos a ultrapassar para reduzir as emissões de CO2. «Numa 2ª fase espera-se que seja constituída como uma associação sem fins lucrativos», esclarece Júlio Carneiro.

O aparecimento desta organização e a mobilização que já conseguiu reflecte bem as preocupações nacionais em torno desta temática. Aliás, algumas empresas instaladas em Portugal estão já a trabalhar nesta área, o que deixa antever boas perspectivas para a posterior utilização deste tipo de tecnologias no País.

Iniciativas em curso

A Alstom, por exemplo, especializada em equipamentos de geração de energia, e a química Dow Chemical, iniciaram no final de 2009 a operação de uma unidade-piloto de captura de dióxido de carbono (CO2), de gás de combustão de uma caldeira alimentada a carvão na unidade da Dow Jones, em South Charleston, Virgínia Ocidental (EUA).

A unidade-piloto utiliza a tecnologia “advance-amine”, desenvolvida pelas duas empresas, com o objectivo de capturar aproximadamente 1800 toneladas de CO2 por ano. O projecto tem um horizonte de funcionamento de cerca de dois anos, criando um acumulado de dados fiáveis e de longo-prazo, que poderão ser utilizados para optimizar esta tecnologia, de modo a que possa vir a ser implantada às unidades de produção de energia alimentadas a carvão em todo o mundo.
A Endesa é outra das inovadoras nesta área. Em finais de Julho, a empresa apresentou um projecto de captura e armazenamento de dióxido de carbono a desenvolver em Leão (Espanha), para aprovação junto da Comissão Europeia, que acabou por ser seleccionado entre os seis 6 projectos de demonstração a financiar pela União Europeia.

O objectivo é construir uma central experimental de 30 MWt para o desenvolvimento de tecnologias avançadas de CO2 que, pelas suas características técnicas e flexibilidade operativa, «será a mais completa do mundo», avançou então a empresa. Neste projecto, a Endesa pretende investir 500 milhões de euros, dos quais metade deverá ser financiado pela comunidade. A empresa tem ainda outro projecto para a construção de uma central de demonstração de 500 MW antes de 2015, empregando tecnologia de leito fluidizante em oxicombustão, uma das tecnologias avançadas de captura de CO2.

EDP abraça projecto

Entretanto, a EDP foi convidada a participar neste projecto, sendo que integra outros 3 projectos europeus de investigação e desenvolvimento, que se encontram em diversas fases de desenvolvimento. O projecto DECARBit, orçado em 15, 5 milhões de euros, prevê o desenvolvimento de tecnologias para a captura de CO2 em centrais de ciclo combinado com gasificação integrada de carvão, em pré-combustão. Iniciado em Janeiro de 2008, o projecto tem a duração de quatro anos. O projecto COMET, que começou em Janeiro deste ano e é coordenado pelo LNEG, prevê o estudo de uma infra-estrutura de transporte e armazenamento geológico de CO2 na Penísula Ibérica e Norte de África. A EDP está ainda a iniciar o projecto NanoGLOWA, nas actuais instalações da Central de Sines.

«As tecnologias de captura e sequestro de carbono são hoje entendidas com a única via com potencial para conferir sustentabilidade ambiental à utilização, por mais algumas dezenas de anos, da produção de electricidade com base em combustíveis fósseis (carvão e gás natural). Assim a sua adopção será essencial enquanto não for possível (ou aceitável) a utilização exclusiva de fontes renováveis e de origem nuclear para produzir a electricidade», segundo fonte oficial da EDP. No entanto, a mesma fonte adverte que com o inevitável e significativo acréscimo de custo que estas tecnologias acarretam para a energia eléctrica, «outras soluções poderão entretanto desenvolver-se na competição pela preferência dos interessados», acrescenta a mesma fonte.

Autor / Fonte
Lúcia Duarte
Portal Ambiente Online
 
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