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[Mito] O Gato De Apartamento

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Fev 29, 2008
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Vives sozinho ?
E como não suportas a solidão tens um gato em casa.
Porque um gato faz companhia ,é asseado e faz xixi num determinado sitio
Estrategicamente situado num ponto da casa “uma caixa”.
Fazes mal viver sozinho com um gato em casa.
É certo que um gato pode-se confinar a um exíguo espaço o que até dá jeito, mas agora lê o seguinte mito.
Pedro como muitos outros era um jovem toxicodependente .
Desempregado, sem família e amigos. Pelo menos na actual realidade porque outrora havia sido diferente. Ganhava alguns euros com o jornal feito num canudo embrulhado na palma da mão a estacionar carros no cais sodré .
De fisionomia estreita, magra, esquelética até, barba de quinze dias, cabelo desgrenhado, casaco preto rasgado, jeans igualmente esfarrapados. Em largas pinceladas era assim que alguém descreveria o aspecto de Pedro enquanto drogado arrumador de carros sem carteira profissional.
Naquele fatídico dia Pedro chegou ao trabalho no seu horário normal, 8:00.
O sol nesse dia havia nascido especialmente brilhante e o céu apresentava-se limpo Pedro sentado no chão encoberto por um muro parcialmente destruído, preparava o que parecia ser um kit farmacêutico de injecção para toxicodependentes. Estava a preparar a primeira dose do dia . Logo após ter satisfeito o vício já Pedro se preparava para ajudar um cliente a estacionar o seu automóvel . um e mais outro e mais outro um sem número de veículos estacionados durante todo o dia .Dia esse que se encaminhava para o final e Pedro já havia gasto três kits. Tonto de olhos enevoados e vermelhos. Nas pernas já não se aguentava, caiu três vezes até chegar á soleira da porta do nº63 onde pernoitava no T0 do 3º piso esquerdo.
Com muito custo e após várias quedas, uma das quais lhe causou um enorme arranhão na face esquerda, lá conseguiu alcançar a porta e abri-la .Pois encontrava-se apenas encostada, visto que o trinco há muito que se encontrava avariado .
Ao transpor os primeiros centímetros do wall da entrada, havia tropeçado numa caixa velha e caído de costas, visto serem abundantes pelo cubículo onde vivia , juntamente com garrafas vazias trapos velhos e papelões que serviam de agasalho. O cheiro esse nauseabundo,que era não se conseguia suportar. Apenas parecia não incomodar ao Pedro e ao Bernardo, que era o gato lá de casa. Pêlo curto e preto, olhos amarelos cabeça grande, ossatura larga e de barriga bem abastecida. Pois comida para gato era o que não faltava lá em casa . Bernardo comia de tudo desde as rechonchudas ratazanas cinzentas, ás baratas que por lá coabitavam com as aranhas e lagartixas .
Pedro não se conseguiu levantar na totalidade, apenas se debateu o suficiente para conseguir ficar sentado e preparar mais um kit. O derradeiro e último kit.
Olhos vidrados .
Apenas um.
Nuca partida.
Banhado no seu próprio sangue .
Do braço esquerdo só tinha os ossos unidos pelos tendões mais duros.
Orelhas rasgadas .
Da cintura para baixo estava intacto.
Da cintura para cima apenas existia o casaco e a t-chirt rasgada .
Da caixa tóraxica já pouco existia bem como do seu interior.
Foi este o cenário com que a policia de segurança pública se deparou, após ter sido alertada pela velhota do 3º piso Direito vinte e três dias depois de ter ouvido Pedro pela última vez subir a escadaria de madeira.
O seu corpo frágil e quase moribundo, não havia resistido ao excesso de droga tomado num só dia.
Morreu no meio do entulho, no silêncio dum T0 que tresandava a tudo o que era lixo.
Mas não morreu só.
Contava com a companhia do seu amigo Bernardo que lhe serviu de companhia durante muitas noites. E que ainda mesmo que involuntariamente lhe continuaria a fazer companhia, visto que a porta principal ironicamente se trancou após Pedro a ter transposto ao entrar em casa.
Pedro morrera, Bernardo na sua ignorância de gato continuou a ser-lhe fiel. Mesmo sem alternativa visto que se encontrava trancado dentro daquelas paredes.
Ele ronronava ,roçava-se em Pedro mas sempre sem obter resposta do seu dono.
Os dias passavam, o alimento faltava a Bernardo .
Ele desesperava por sair dali.
O seu miar era agora agonizante.
Os dias passavam Bernardo não resistiu, e o seu instinto animal falou mais alto.
Pedro estava morto e ele faminto.
Os dias passavam, uns após os outros muito lentamente.
Dona Rita, Viúva e com setenta e oito anos, por diversas vezes sentiu a falta de Pedro .
E aquele cheiro cada vez mais forte a cada dia que passava.
Os dias passavam e ela estranhava tanto o mau cheiro cada vez mais forte, como a porta que se encontrava completamente trancada, coisa que não era costume.
Certo dia ao deparar-se com o mesmo cenário dos dias anteriores decidiu ligar o 112 e chamar a policia.
Não tardou hora e meia para que os agentes da policia se fizessem comparecer no local.
A porta do apartamento T0 do piso 3º esquerdo encontrava-se ironicamente trancada.
Tomás que era o agente a quem cabia o cargo de arrombar a porta. Já preparava um utensílio em ferro maciço com cerca de setenta centímetros de comprimento, que não se fez tardar para arremessar á porta já por si fragilizada com os anos que tinha.
Aporta escancarou-se .
O cenário era arrepiante.
Sangue, ossos um rosto desfigurado .
Com uma forte corrida como que para a liberdade ia Bernardo lançado através da porta .
Parou, olhou para trás.
A boca suja de sangue.
Os olhos amarelos brilhavam .
Que brilho!
Que olhos!
Os olhos ternurentos e brincalhões de Bernardo tornaram-se nuns olhos frios, brilhantes e arrepiantes .Mas não para ele porque o Pedro após ter morrido era apenas mais uma refeição.
VIVES SÒZINHO?
TENS UM GATO ?
ENTÃO TEM MEDO,TEM MUITO MEDO.


Fonte: novos-mitos-urbanos.blogspot.com
 
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