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Procuram-se mais bombas

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RoterTeufel

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Terrorismo: Etarras costumam enterrar material suspeito
Procuram-se mais bombas


As autoridades portuguesas e espanholas suspeitam que os dois etarras, Andoni Fernández e Oier Mielgodos, que viviam na casa da pequena localidade de Avarela, em Óbidos, possam ter conseguido esconder mais explosivos.

A suspeita é sustentada pelo facto de terem sido encontradas picaretas, enxadas, pás e fatos-de-macaco, bem como luvas de trabalho com vestígios de utilização. Este equipamento encontrado na carrinha apreendida pela GNR no passado dia 1 durante uma operação stop, poderá ter sido utilizado para enterrar material explosivo em Portugal.

Esta hipótese está a ser fortemente colocada pela Polícia Judiciária tendo em conta que, por norma, a ETA tem usado este ‘modus operandi’, designadamente, no País Basco francês. A conexão entre a carrinha e a casa só foi possível porque esta foi descoberta pela PJ de Leiria três dias depois da operação stop. Na casa foram encontrados documentos falsos com as fotografias dos suspeitos.

Um talão do supermercado Bricomarché, no valor de dois euros, encontrado na carrinha, permitiu também às polícias identificar e até reconstruir os passos de Andoni.

O CM foi ver a vivenda onde os dois alegados etarras viviam desde Novembro de 2009. Já não estando ‘isolada’ pela polícia, no interior da vivenda Valenti encontram-se ainda, numa das divisões, que aparentemente servia de escritório, dois cavaletes de madeira e alguns armários. Pode-se presumir que os cavaletes sustentavam uma tábua de madeira, que está agora encostada a um dos armários, onde Andoni e Oier trabalhavam os explosivos. À casa – que está praticamente vazia, restam apenas alguns móveis, uma televisão velha, instrumentos de cozinha e dois aquecedores (um a óleo e um ventilador) – poderia chamar-se um ‘zulu’, nome vulgarmente utilizado para designar os refúgios que os etarras utilizam para esconder, sobretudo, explosivos.

PORMENORES

PROPRIETÁRIO ANGOLANO

A casa pertence um angolano residente em Londres e foi alugada por uma imobiliária a Ernesto Erasmo Calvan Castano, residente em Getafe, cuja identidade as autoridades presumem ser falsa. O contrato era de um ano.

EXPLOSIVOS NA GARAGEM

A PJ retirou vários bidões com material explosivo do interior da garagem. Ao todo foram apreendidos 800 quilos de explosivos.

PASSARAM POR COIMBRA

Na carrinha roubada em Castelo Branco, há um ano e meio, foram encontrados dois detonadores, picaretas, enxadas, pás e fatos-de-macaco. Mapas, telemóveis e outros documentos indiciam uma eventual passagem por Coimbra, que já está a ser investigada pelas autoridades.

DOCUMENTOS FALSOS

Andoni e Oier tinham documentos falsos com fotografias suas na carrinha e na casa. E a suspeita Barron, detida em Moncorvo, tinha consigo o passaporte de um irmão de Andoni.

MADRID EVITA FALAR DE MÉRIDA

A descoberta do ‘zulu’ de Óbidos, a 4 de Fevereiro, onde residiam Oier e Andoni, e a conexão aos dois detidos em Moncorvo, a 10 de Janeiro, está a criar fortes apreensões a Madrid. A possibilidade de existirem outros refúgios em Portugal já é assumida quer por Madrid quer por Lisboa. Enquanto o governo da Extremadura nega a presença da ETA na região, o governo central prefere o silêncio. O computador e mapas de Espanha são fortes evidências da actividade da ETA em Mérida.

"ANDAVAM DE BICICLETA"

Na pacata aldeia do Bairro da Nossa Senhora da Luz, junto a Avarela, onde viviam os dois alegados etarras, poucos são os habitantes que os conheciam. Fernando Santos, vigilante de profissão, costumava "vê-los a andar de bicicleta" na estrada principal, mas nunca os ouviu falar. "Só soube que eram espanhóis pelas notícias", conta o habitante, sublinhando que nem no único café da terra, O Castiço, eram vistos. "Não deviam conviver com ninguém e, ali na Avarela, aquele bairro serve apenas de dormitório", sublinhou. Os moradores da rua do Gesso e da rua da Paz , junto à vivenda Valenti, recusaram falar.

DEIXARAM ÓBIDOS SEM RASTO

Os dois presumíveis etarras, Andoni e Oier, que estão em fuga desde o passado dia 1, têm antecedentes criminais em Espanha.

Ambos serão alegadamente operacionais de uma nova geração da ETA, mais jovem, na qual nem todos os membros seguirão motivações políticas idênticas às da organização no passado.

A avalancha de notícias que tem sido dada pelas autoridades espanholas, que por hábito divulgam em locais públicos os suspeitos da ETA, estará a dificultar o trabalho da polícia portuguesa, que tem todos os meios no terreno.

Desde 4 de Fevereiro, que a Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo da PJ, auxiliada pela PSP e GNR tem ‘varrido’ o território nacional mas, até agora, não há rasto dos fugitivos.

O paradeiro de Andoni é desconhecido da polícia espanhola desde Janeiro de 2003, depois de, em 2000, ter sido condenado a 13 anos de prisão por vários actos de violência urbana, segundo Madrid.

Oier também foi condenado em 2001 a uma pena de dois anos de cadeia, num centro de reabilitação, por ter colocado um explosivo debaixo de um carro da polícia em Vitória. Fugiu ao centro de reabilitação após uma saída precária.

INFORMÁTICOS DE MADRID AJUDAM

Para descodificar o conteúdo do computador apreendido a Barron – suspeita etarra e um dos dois detidos em Moncorvo, a 10 de Janeiro –, estão em Portugal peritos informáticos espanhóis.

O CM sabe que a vinda destes especialistas tem sido fundamental para ler o conteúdo do computador de Barron, à qual foi ainda apreendido um passaporte de um irmão de Andoni. Foi este passaporte que permitiu, aliás, fazer a ligação entre os quatro suspeitos, a 4 de Fevereiro. Embora muitos ficheiros do computador continuem codificados, a informação já disponível permitirá estabelecer a conexão dos quatro à chamada ‘Célula de Mérida’.


Fonte Correio da Manhã
 
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