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Itália prepara regresso da energia nuclear

ecks1978

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O Governo italiano aprovou hoje o decreto sobre as modalidades do regresso ao nuclear. Mas a oposição a esta fonte de energia continua viva no país que renunciou a ela há mais de 20 anos, por referendo, depois da catástrofe de Tchernobil.

“O Conselho de Ministros aprovou, de forma definitiva, o decreto que determina o percurso a seguir para relançar o nuclear”, informou, em comunicado, o Ministério do Desenvolvimento Económico.

A construção das centrais vai arrancar em 2013 e estas deverão entrar em funcionamento em 2020.

O Parlamento adoptou a lei sobre o nuclear no ano passado mas o Governo ainda tinha que determinar vários critérios. Coisa que fez hoje.

O decreto determina, nomeadamente, os “critérios gerais” de localização das futuras centrais que, depois, serão detalhados pela agência de segurança nuclear a criar brevemente. Esta questão da localização é a mais espinhosa e a publicação, no início de Dezembro pelo Partido Os Verdes, de uma lista de possíveis futuros sítios causou uma viva polémica, apesar do desmentido do Governo. O Governo já está a prever medidas de compensação económica para as zonas que aceitarem receber uma central.

Além disso, o decreto impõe às empresas que vão gerir as centrais que sejam responsáveis pelos custos do seu desmantelamento e prevê a criação de um armazém e centro de tratamento dos resíduos.

O Governo promete que o regresso do país ao nuclear vai processar-se com uma “ampla participação das regiões, das colectividades locais e da população, através de sessões de consulta pública”.

Mas apesar das promessas de “transparência”, o programa nuclear enfrenta uma viva oposição na península e promete ser um dos dossiers mais quentes das eleições regionais de final de Março.

“É uma vergonha, este decreto é claramente inconstitucional”, reagiu hoje Paolo Brutti, responsável pelo Ambiente no partido da oposição Itália dos Valores.

“Berlusconi deve dizer a verdade sobre o nuclear e os locais onde pretende construir as novas centrais”, denunciou Ermete Realacci, responsável pela economia verde no Partido Democrata (esquerda).

Onze em 20 regiões apresentaram recurso contra o programa nuclear junto do Tribunal Constitucional. Mas o Governo defendeu-se atacando, na semana passada na mesma instância, três regiões que adoptaram leis que proíbem a construção de centrais nos seus territórios.

O regresso ao nuclear é uma peça chave do programa de Governo de Sílvio Berlusconi, que pretende assim atenuar a dependência energética em relação ao estrangeiro e fazer baixar o preço da electricidade. Roma fixou como objectivo reduzir 25 por cento das suas necessidades de electricidade até 2030, graças ao nuclear.
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