• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

50 bebés e crianças tiveram um AVC em 2009

joseseg

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Mai 26, 2007
Mensagens
1,655
Gostos Recebidos
0
O acidente vascular cerebral pediátrico é raro de acontecer, no entanto tem uma taxa de mortalidade elevada.

Meia centena de bebés e crianças portuguesas foram vítimas de um acidente vascular cerebral em 2009. Por ser raro, o diagnóstico do AVC pediátrico é uma tarefa complicada para os médicos e acaba muitas vezes por ser tardio.

A taxa de mortalidade é elevada, sobretudo no primeiro ano de vida. As suas causas diferem do acidente vascular cerebral dos adultos.

Enquanto no adulto, sobretudo no AVC isquémico, se deve principalmente à aterosclerose e a fatores de risco, como hipertensão, diabetes ou colesterol, nas crianças as causas são múltiplas, explica à agência Lusa a neuropediatra Rita Silva, do Hospital D. Estefânia.
Doenças genéticas nas causas

Disfunções cardíacas, doenças hematológicas, problemas nas artérias cerebrais, algumas doenças genéticas, metabólicas e infeções são algumas das causas que podem levar à ocorrência de um AVC.

Rita Silva deu como exemplo a Drepanocitose, uma doença do sangue que existe muito na raça negra e é um fator de risco acrescido de AVC, que é mais frequente no período neonatal e no primeiro ano de vida.

O AVC hemorrágico está mais relacionado com rutura de um vaso sanguíneo, malformações vasculares, traumatismos e determinadas doenças que predispõem a sangrar. "Pode acontecer no útero e em idades muito precoces", sendo difícil de diagnosticar, alerta Rita Silva.
Febre baralha diagnóstico

Nalguns casos, as crianças têm febre e convulsões o que "baralha" o diagnóstico: "mais rapidamente aparece na nossa mente uma infeção, epilepsia, enxaqueca, do que propriamente um AVC", comenta.

"No adulto, o diagnóstico tem de ser rápido e deve intervir-se num espaço de tempo de três horas. Nos miúdos, o atraso no diagnóstico é enorme, sobretudo naqueles em que se desconhece uma doença que favoreça o aparecimento de AVC", explica.

Quando não mata, o AVC deixa marcas: "Há muitas sequelas motoras, cognitivas, comportamentais graves". Apesar de tudo, salienta, "o potencial de recuperação das crianças, sobretudo quando ocorre em idades mais precoces, supera muito o dos adultos".

Para analisar a incidência desta doença em Portugal foi criada a Unidade de Vigilância da Sociedade Portuguesa de Pediatria, segundo a qual em 2009 ocorreram 50 acidentes vasculares cerebrais em crianças, cinco dos quais no Hospital D. Estefânia. Todas estas crianças sobreviveram.
Centro para crianças de risco

A médica defende que as crianças que tenham doenças que condicionem o AVC devem ser seguidas em centros especializados para "corretamente e no tempo certo irem sendo tomadas as medidas que reduzam o risco de AVC".

"Se as crianças estiverem em risco e forem submetidas a transfusões regulares reduz-se o risco de AVC de 10 por cento para um por cento", sustenta.

Para a médica, a "suspeita" de AVC tem de estar mais premente no dia a dia dos médicos: "nos adultos criaram-se equipas de cuidados diferenciados.

O que nós preconizamos na idade pediátrica é que, sempre que surja esta suspeita, deve ser contactado um centro com experiência no tratamento".

A médica aconselha que, quando há história familiar de AVC em idade precoce (abaixo dos 45 anos), mortes súbitas, abortos de repetição de causa inexplicada ou muitas tromboses venosas nos membros inferiores, as mulheres devem procurar apoio especializado porque podem estar perante um estado pró-trombótico.

Expresso
 
Topo