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Peniche: Apanhados de surpresa e projectados contra rocha, de madrugada
Estudante levado por onda gigante
A madrugada era de tempestade no Cabo Carvoeiro, em Peniche, mas os três estudantes universitários decidiram ir ontem ver o mar. Dois tinham experiência de mergulho, mas todos acabaram traídos pela violência de uma onda gigante que os arrastou. Luís Vala, 22 anos, está desaparecido – e os dois amigos conseguiram escapar.
Luís, Nuno Costa e Diogo Reis (estes últimos com 24 e 21 anos) foram projectados contra as rochas, depois de surpreendidos por uma vaga na Laje dos Pargos, um pesqueiro junto ao farol. 'É normal as pessoas irem para este sítio ver o mar', diz ao CM João Gonçalo, amigo das vítimas. 'Não esperavam que o mar estivesse tão agitado e foi isso que provocou o acidente, porque eles têm experiência de mergulho'.
Os jovens, alunos da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche – situada a um quilómetro da falésia – partilhavam a mesma casa. Pelas 02h30 resolveram ir de carro até à ponta do Cabo Carvoeiro e depois desceram em direcção ao mar por uma escada usada por pescadores e turistas. 'Não deviam ter prosseguido, porque o mar não estava para brincadeiras', explicou Paulo Gervásio, que conhece bem a zona.
Luís Vala, de Porto de Mós, frequentava o mestrado de Biotecnologia e Recursos Marinhos e foi levado pela violência do mar. Ontem à noite o seu corpo ainda não tinha sido resgatado. Nuno Costa, de Alcobaça, e Diogo Reis, de Abrantes, ambos alunos do 3º ano de Biologia Marinha e Biotecnologia, foram projectados contra as rochas. O mais velho ficou ferido na cabeça, mas ambos conseguiram fugir.
Como não puderam abrir o carro, porque as chaves estavam com Luís, Nuno, ensanguentado, caminhou um quilómetro com Diogo até à casa de um colega, que os transportou ao Hospital de Peniche. Nuno sofreu um traumatismo craniano. Diogo apresentava um princípio de hipotermia e estava em estado de choque. As buscas prosseguem para encontrar Luís.
PORMENORES
INVESTIGAÇÃO DA PJ
A PJ recolheu provas, nomeadamente o sangue no Audi propriedade do desaparecido, para definir melhor os contornos do acidente. Nuno está internado no Hospital das Caldas da Rainha. Diogo já teve alta do Hospital de Peniche.
HELICÓPTEROS
As buscas, que prosseguem hoje, envolveram dois helicópteros da Força Aérea e da Protecção Civil, e a corveta ‘António Enes’, da Marinha. Em terra estiveram elementos dos Bombeiros de Peniche, da Polícia Marítima e do ISN.
'ALUNOS COM EXPERIÊNCIA DE MERGULHO'
Pedro Oliveira, amigo dos estudantes, recebeu-os no seu centro de mergulho Haliotis, onde Luís e Nuno fizeram um estágio de três meses no Verão passado, que lhes conferiu o certificado do 1º nível profissional de mergulho. Diogo ia fazer o mesmo percurso no final deste ano lectivo. 'Tenho por eles uma grande estima. São pessoas aplicadas e que adquiriram os conhecimentos necessários à actividade de guia de mergulho. Estão habituados a lidar com o mar', disse. O sócio-gerente do centro sublinhou que as ondas 'são cíclicas e de sete em sete há uma maior. Devem ter sido apanhados por essa onda, que pode ter atingido os oito ou mais metros de altura'. 'A confusão do momento deixou-os sem reacção, porque podiam ter pedido ajuda ao faroleiro, mas não se lembraram disso', referiu.
'É UM ACIDENTE RECORRENTE TODOS OS ANOS'
'É um acidente que tem a ver com a curiosidade própria de alunos de Biologia Marinha. Foram passear e ver o mar num dia de tempestade. Foi uma actividade que correu muito mal', lamentou a directora da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche, Teresa Mouga. 'Mas é recorrente este acidente. Acontece todos os anos com pescadores ou turistas. É um sítio bonito, mas perigoso', alertou. Sobre o desaparecido, disse ser 'um aluno muito motivado e que sobressaía em relação aos colegas'.
Fonte Correio da Manhã
Estudante levado por onda gigante
A madrugada era de tempestade no Cabo Carvoeiro, em Peniche, mas os três estudantes universitários decidiram ir ontem ver o mar. Dois tinham experiência de mergulho, mas todos acabaram traídos pela violência de uma onda gigante que os arrastou. Luís Vala, 22 anos, está desaparecido – e os dois amigos conseguiram escapar.
Luís, Nuno Costa e Diogo Reis (estes últimos com 24 e 21 anos) foram projectados contra as rochas, depois de surpreendidos por uma vaga na Laje dos Pargos, um pesqueiro junto ao farol. 'É normal as pessoas irem para este sítio ver o mar', diz ao CM João Gonçalo, amigo das vítimas. 'Não esperavam que o mar estivesse tão agitado e foi isso que provocou o acidente, porque eles têm experiência de mergulho'.
Os jovens, alunos da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche – situada a um quilómetro da falésia – partilhavam a mesma casa. Pelas 02h30 resolveram ir de carro até à ponta do Cabo Carvoeiro e depois desceram em direcção ao mar por uma escada usada por pescadores e turistas. 'Não deviam ter prosseguido, porque o mar não estava para brincadeiras', explicou Paulo Gervásio, que conhece bem a zona.
Luís Vala, de Porto de Mós, frequentava o mestrado de Biotecnologia e Recursos Marinhos e foi levado pela violência do mar. Ontem à noite o seu corpo ainda não tinha sido resgatado. Nuno Costa, de Alcobaça, e Diogo Reis, de Abrantes, ambos alunos do 3º ano de Biologia Marinha e Biotecnologia, foram projectados contra as rochas. O mais velho ficou ferido na cabeça, mas ambos conseguiram fugir.
Como não puderam abrir o carro, porque as chaves estavam com Luís, Nuno, ensanguentado, caminhou um quilómetro com Diogo até à casa de um colega, que os transportou ao Hospital de Peniche. Nuno sofreu um traumatismo craniano. Diogo apresentava um princípio de hipotermia e estava em estado de choque. As buscas prosseguem para encontrar Luís.
PORMENORES
INVESTIGAÇÃO DA PJ
A PJ recolheu provas, nomeadamente o sangue no Audi propriedade do desaparecido, para definir melhor os contornos do acidente. Nuno está internado no Hospital das Caldas da Rainha. Diogo já teve alta do Hospital de Peniche.
HELICÓPTEROS
As buscas, que prosseguem hoje, envolveram dois helicópteros da Força Aérea e da Protecção Civil, e a corveta ‘António Enes’, da Marinha. Em terra estiveram elementos dos Bombeiros de Peniche, da Polícia Marítima e do ISN.
'ALUNOS COM EXPERIÊNCIA DE MERGULHO'
Pedro Oliveira, amigo dos estudantes, recebeu-os no seu centro de mergulho Haliotis, onde Luís e Nuno fizeram um estágio de três meses no Verão passado, que lhes conferiu o certificado do 1º nível profissional de mergulho. Diogo ia fazer o mesmo percurso no final deste ano lectivo. 'Tenho por eles uma grande estima. São pessoas aplicadas e que adquiriram os conhecimentos necessários à actividade de guia de mergulho. Estão habituados a lidar com o mar', disse. O sócio-gerente do centro sublinhou que as ondas 'são cíclicas e de sete em sete há uma maior. Devem ter sido apanhados por essa onda, que pode ter atingido os oito ou mais metros de altura'. 'A confusão do momento deixou-os sem reacção, porque podiam ter pedido ajuda ao faroleiro, mas não se lembraram disso', referiu.
'É UM ACIDENTE RECORRENTE TODOS OS ANOS'
'É um acidente que tem a ver com a curiosidade própria de alunos de Biologia Marinha. Foram passear e ver o mar num dia de tempestade. Foi uma actividade que correu muito mal', lamentou a directora da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche, Teresa Mouga. 'Mas é recorrente este acidente. Acontece todos os anos com pescadores ou turistas. É um sítio bonito, mas perigoso', alertou. Sobre o desaparecido, disse ser 'um aluno muito motivado e que sobressaía em relação aos colegas'.
Fonte Correio da Manhã