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Tragédia: Famílias das 4 vítimas do acidente na A1 destroçadas

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RoterTeufel

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Tragédia: Famílias das 4 vítimas do acidente na A1 destroçadas
“Dói o coração, o papá morreu”

Abraçada à filha mais nova, Maria Fernanda chora sem parar. O genro, Márcio Nunes, de 31 anos, morreu carbonizado com outros três colegas dentro do Renault em que voltavam de mais uma semana de trabalho, em Sines.

O acidente aconteceu na A1, depois da saída da Mealhada. Desesperada, a mulher limpa as lágrimas da face. Quer ter forças para ajudar a filha que ficou viúva e as netas de 1 e 5 anos, mas é difícil. "Vivíamos todos juntos. O Márcio era, para mim, como um filho. Quero ter força, mas não consigo. A minha neta mais velha disse-me que ‘lhe dói o coração porque o papá morreu’. Não consegui dizer nada", lamentou Maria.

A tragédia vitimou Vítor Silva, de 36 anos, Alexandre Gonçalves, de 32, e José Marques, de 50. Os três primeiros, tal como Márcio, viviam em Gondomar. Já José era de Penafiel.

Ontem as famílias dos quatro trabalhadores, funcionários de uma empresa em Paredes, no Porto, estavam destroçadas. Amanhã familiares das vítimas serão chamados ao Instituto de Medicina Legal para reconhecerem os corpos. No entanto, devido ao estado em que os trabalhadores ficaram, o procedimento poderá ter de ser feito através de testes de ADN e análises ao sangue, o que poderá demorar mais de um mês. "A filha e uma irmã vão fazer análises ao sangue para dar para identificarem o corpo. Mas já nos avisaram que pode demorar mais de um mês. Vamos estar tantos dias à espera, vai ser muito doloroso", disse Maria da Assunção Costa, mãe de Vítor.

Na casa de José Marques, Maria de Fátima, recordava a última vez que falou com o marido. "Ligou-me a dizer para fazer o jantar mais cedo porque queria ver o pai que está doente. Dói muito saber que não o vou ver mais", chorou compulsivamente a mulher.

A causa do despiste do carro, que capotou e depois ardeu, está por esclarecer. A GNR suspeita que um pneu do veículo terá rebentado.

NÃO VIA O FILHO HÁ 2 SEMANAS

"Ele perdeu a vida num instante. Foi ter com os irmãos que já morreram há muitos anos". A afirmação carregada de mágoa é de Maria da Assunção, mãe de Vítor, uma das vítimas da tragédia. A mulher, que há alguns anos tinha perdido dois filhos, também em acidentes, não se conforma com a morte do trabalhador. "Ele estava tão bem na vida. Tinha uma menina de ano e meio, gostava tanto dela. Porquê agora? É muito injusto", lamentou Maria.

No fim-de-semana antes de partir para Sines, Vítor esteve doente e não visitou a mãe. A mulher ansiava agora a chegada do filho. "Fazia duas semanas que não o via, porque ele esteve com gripe. Estava ansiosa que ele chegasse, mas agora nunca mais o vou ver", disse a mulher em soluços.

Também em casa de Alexandre Gonçalves, outra das vítimas, a família estava inconsolável. O filho de sete anos não conseguia aceitar a morte do pai. "Ele ouviu-nos a receber a notícia e percebeu o que aconteceu. É difícil aceitar", disse Daniel, cunhado do operário.


Fonte Correio da Manhã
 
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