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Mata genro a tiro em guerra de bens

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RoterTeufel

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Coimbra: Idoso apanhou vítima de manhã cedo, quando esta ia comprar pão
Mata genro a tiro em guerra de bens

Um homem, de 69 anos, foi ontem morto a tiro à porta do prédio onde morava, no bairro do Monte Formoso, em Coimbra, quando se preparava para ir comprar pão. O sogro, de 81 anos, fez uma espera a Fernando Mota e, assim que este saiu de casa, pelas 08h30, baleou-o na zona do pescoço. Na origem do crime, ao que o CM apurou, estarão desavenças familiares relacionadas com a partilha de bens e terrenos.

Depois de ter sido baleado, Fernando Mota ainda subiu pelas escadas até ao quinto andar, onde morava, em busca de socorro, deixando um rasto de sangue por todo o lado onde passou. A mulher e a filha transportaram-no ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. E o homicida, João Henriques, pôs-se em fuga, mas à hora de almoço ainda foi visto na zona a rondar o prédio. Acabou detido durante a tarde pela PJ de Coimbra, em colaboração com a PSP.

Na urbanização onde o homicida vivia, em São Silvestre, os amigos notavam há dois dias que João Henriques andava "diferente". Chegou a comentar com um deles que "andava com a cabeça muito esquisita". A última vez que os amigos se cruzaram com ele no café, anteontem à tarde, ele voltou a insistir que "andava esquisito da cabeça". Mas não aprofundou a conversa e, como João Henriques não tinha o hábito de falar sobre a sua vida, os amigos optaram por não fazer perguntas.

Ontem de manhã, ao saberem da notícia do crime ficaram "em choque", refere um deles, que pediu para não ser identificado. Ultimamente já se tinham apercebido de que "havia diferendos com a família" – entre João Henriques e o genro– mas nunca imaginaram que tivessem este desfecho. "Ele não era um homem agressivo, até bastante pacato", descreve um vizinho.

Problemas relacionados com partilhas poderão estar na origem do crime. Conhecidos da família, que se aperceberam de discussões entre eles, dizem que o homicida desconfiava que o genro se estaria a tentar apoderar de património.

"VI SANGUE NA ESCADA E FIQUEI ATERRORIZADA"

"Fiquei aterrorizada quando abri a porta e vi sangue na escada", descreve uma moradora do prédio onde ocorreu a tragédia. A vizinha, que não quer ser identificada, ouviu dois disparos, mas pensou que eram caçadores. "Passado pouco tempo comecei a ouvir gente a chorar e confusão no prédio". Ao abrir a porta viu o rasto de sangue deixado pela vítima quando regressou a casa para pedir socorro. "Fiquei tão assustada que ainda não consegui sair de casa hoje", recorda. No prédio, Fernando Mota era uma pessoa "muito estimada". Actualmente encontrava-se reformado, mas era delegado de informação médica. "Era uma jóia de pessoa", refere outro vizinho, ao lembrar que o homicida chegou a viver durante algum tempo em casa da vítima. "Para fazer uma coisa daquelas só podia estar muito desesperado", diz.

PASSOU DE CARRO JUNTO AO LOCAL E ACABOU PRESO

O homicida, de 81 anos, foi detido ontem à tarde próximo da zona do crime. Algum tempo antes tinha sido visto a circular de carro, em marcha lenta, próximo do prédio onde ocorreu a tragédia. Segundo os amigos, João Henriques é oriundo da zona do Caramulo e esteve durante vários anos em Angola, onde era empresário. Comprou casa há alguns anos em S. Silvestre, Coimbra. Quando a mulher, que sofre de Alzheimer, foi internada, João Henriques viveu em casa da filha e do genro. Ultimamente vivia sozinho em S. Silvestre. Os amigos dizem que ele por vezes se "queixava de a filha não ir ver a mãe".

PORMENORES

PISTOLA .22

O homicida utilizou uma pistola de calibre .22 para atingir o genro no pescoço. Os vizinhos ouviram dois tiros, mas ainda está por apurar se a vítima foi atingida pelos dois disparos ou só por um. Só a autópsia poderá esclarecer.

IDEIAS SUICIDAS

Nos últimos meses o autor do crime, 81 anos, tinha vindo a repetir uma frase que os amigos interpretaram como uma ideia que seria suicida: "Dizia-nos que desde que a mulher foi internada já não andava cá a fazer nada".


Fonte Correio da Manhã
 
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