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Intolerância à lactose e alergia às proteínas do leite

Luana

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Intolerância à lactose e alergia às proteínas do leite
Como agir?



A lactose é um açúcar que existe, de forma natural, no leite e que para ser digerido no organismo humano, necessita de uma enzima específica, a lactase, habitualmente presente na mucosa intestinal.

Por vezes, o organismo possui pouca (ou mesmo nenhuma) quantidade desta enzima, surgindo assim a intolerância à lactose.

São várias as causas desta intolerância podendo ser congénita ou adquirida e manifestar-se na infância, na adolescência ou na idade adulta. Aline Denise Maia, nutricionista, em entrevista à Mãe Ideal, ajuda-a a perceber melhor este transtorno.

Texto: Cláudia Pinto
Entrevista a Aline Denise Maia



É frequente as crianças desenvolverem intolerância à lactose e alergia às proteínas do leite?
A insuficiência à lactose é um problema frequente que afecta cerca de um terço da população portuguesa.
Apesar de ter uma incidência maior no povo asiático, é relativamente frequente no povo europeu!
As causas desta intolerância são várias, podendo estar relacionadas com alterações congénitas, erros de metabolismo ou adquiridos. Pode ser total ou parcial e iniciar-se na infância, na adolescência ou mesmo na idade adulta.

Quais os principais sinais de alerta que podem levar os pais a desconfiar de que algo não está bem ao nível da alimentação?
Os sintomas mais comuns de intolerância à lactose e/ou às proteínas do leite são: as diarreias, a distensão abdominal, os gases, as náuseas e sintomas de má digestão, após a ingestão de leite ou dos seus derivados.
A intensidade dos sintomas depende da quantidade de lactose ingerida e daquela que é tolerada pelo organismo.

Como é que o médico faz o diagnóstico?
O diagnóstico pode ser feito através de biopsia da mucosa intestinal, por doseamentos do açúcar no sangue ou por teste respiratório. Este último é o método mais simples e rigoroso sendo o mais usado actualmente.

Estas crianças deverão ter leites de substituição? De que tipo?
Existem bebés que nascem sem a capacidade de produzir lactase e que, inclusive, não podem ser sequer amamentados. Esta deficiência congénita é comum em prematuros com menos de 30 semanas de gestação.

Que outros alimentos podem compensar esta intolerância desenvolvida pelos mais pequenos?
Os bebés que apresentam intolerância à lactose e/ou às proteínas do leite, devem evitar ingerir produtos que contenham leite na sua composição. Entre estes alimentos, incluem-se os iogurtes e os queijos que, apesar de terem taxas menores de lactose, devem ser ingeridos com moderação.
É de referir que o leite e os produtos lácteos são parte de uma alimentação equilibrada, uma vez que são ricos em nutrientes como proteínas e cálcio.
Actualmente existem substitutos de leite de vaca como os leites especiais com baixos teores de lactose, como por exemplo, o leite de cabra e o leite de soja que constituem boas alternativas.

Quais são os alimentos que contêm lactose que não podem ser consumidos pelas crianças com este transtorno?
Evitar os produtos lácteos não garante que não se esteja a ingerir lactose, uma vez que esta aparece noutros produtos alimentares tais como: bolos, cereais instantâneos, chocolate, gelados, salsichas, batatas fritas e outros.
Os alimentos mais ricos em lactose são: leite condensado, leite evaporado, leite em pó, leite (gordo, meio-gordo, magro e com chocolate), queijo, gelado, natas, manteiga e iogurtes.

Acompanha algumas crianças com este problema na sua consulta?
Actualmente e, uma vez que desenvolvo a minha actividade profissional num Agrupamento de Centros de Saúde, não acompanho de perto nenhum caso diagnosticado de intolerância à lactose. Contudo, surgem na consulta de nutrição, muitos adultos que se queixam de mal-estar e distensão gástrica quando ingerem este tipo de alimentos.
Por norma, quando diagnosticados, estes indivíduos são encaminhados para as consultas de gastrenterologia dos hospitais.

Este problema tem tratamento?
Não direi que tem tratamento mas sim que pode ter os seus efeitos atenuados.
Uma das formas de minimizar os sintomas é recorrendo a suplementos enzimáticos de lactase. Esta enzima, lactase, existe sob a forma de cápsulas e quando tomadas simultaneamente com os alimentos lácteos, fornecem ao organismo a lactase necessária para digerir de forma confortável o açúcar do leite.
Outra das formas de minimizar o desconforto é optando por leite sem lactose ou então com lactase já adicionada.

Que conselhos daria a pais com crianças que desenvolvem esta intolerância e a alergia às proteínas do leite?
Na minha opinião, é essencial que o diagnóstico seja o mais precoce possível, para que não sejam criadas complicações a nível gástrico e intestinal.
Depois do diagnóstico feito e da confirmação, é importante evitar estados de ansiedade e de medo e ir fazendo algumas experiências com a introdução de alimentos contento lactose.
A leitura dos rótulos dos alimentos torna-se de fundamental importância e pode evitar situações de muito mal-estar para estas crianças.



DESTAQUES

Existem bebés que nascem sem a capacidade de produzir lactase e, enquanto bebés, não podem ser sequer amamentados

Actualmente existem substitutos de leite de vaca como os leites especiais com baixos teores de lactose, como por exemplo, o leite de cabra e o leite de soja que constituem boas alternativas

Esta deficiência congénita é comum em prematuros com menos de 30 semanas de gestação

É essencial que o diagnóstico seja o mais precoce possível, para que não sejam criadas complicações a nível gástrico e intestinal

A leitura dos rótulos dos alimentos torna-se de fundamental importância e pode evitar situações de muito mal-estar para estas crianças

 
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