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RoterTeufel
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Alcobaça: Mãe em choque com o assassinato do filho de cinco meses
“Tirem o meu menino, não enterrem o bebé”
"Tirem o meu menino daí, não deixem enterrar o meu bebé", gritava entre soluços Carla Gonçalves no momento em que o caixão do filho, a criança de cinco meses que terá sido espancada até à morte pelo próprio pai, descia à terra no cemitério dos Pousos, em Leiria.
Em estado de choque, a mãe do pequeno David, que desde segunda-feira foi assistida várias vezes no Hospital de Leiria, teve ontem alta médica apenas para participar no funeral, mas as irmãs tiveram de a retirar do cemitério quando tentou impedir que o caixão branco descesse à terra.
O funeral decorreu sob forte emoção, com os familiares maternos aos gritos, fazendo questão de demonstrarem a sua revolta pela morte violenta, em contraste com os pais e irmãs do presumível homicida, Alcindo Cabral, sempre mais serenos, embora pesarosos. 'Estou muito triste, não desejava que isto acontecesse, queria ver crescer o meu neto', disse ao CM o avô paterno do bebé, Jovino Cabral, adiantando que a família estava no funeral 'de coração limpo'.
As famílias materna e paterna não se aproximaram, para evitar que o nervosismo do momento levasse à violência. Do lado de fora do cemitério, perto de uma dezena de agentes da PSP mantiveram-se atentos, prontos a intervir, se necessário, o que acabou por não acontecer.
José Carlos Gonçalves, irmão de Carla Gonçalves, mostrou-se visivelmente revoltado e disse querer 'vingança para a morte do sobrinho, que foi morto pelo pai como se fosse um animal'.
ASSASSINO ESTÁ ISOLADO NA PRISÃO
Alcindo Cabral deu entrada no Estabelecimento Prisional Regional de Leiria na terça-feira, ao final da tarde, e foi colocado numa zona de segurança para não entrar em contacto com a restante população prisional. O crime de que é acusado não é bem-visto pelos reclusos e, segundo apurou o CM, já havia presos a prometer agredi-lo caso o apanhassem nos corredores do estabelecimento. Para evitar confrontos e manter o normal funcionamento da cadeia, os serviços prisionais colocaram Alcindo Cabral isolado, numa cela. Está encerrado 23 horas por dia e só tem direito a uma hora de recreio. A saída da cela para ver a luz do sol é feita em horários específicos, desencontrados dos restantes presos, adiantou uma fonte prisional. De acordo com o código de conduta dos reclusos, os acusados de violação, abuso sexual de menores e maus tratos a crianças são classificados como cobardes. E têm sempre a cabeça a prémio no interior das cadeias.
AJUDA PEDIDA TRÊS HORA APÓS A MORTE
David já estaria morto há 'duas ou três horas' quando o pai, Alcindo Cabral, deu o alerta para uma irmã e a mulher, Carla Gonçalves, que estava a trabalhar. O bebé sofreu agressões na cabeça e no tronco que culminaram na sua morte, segunda-feira, na casa onde vivia com os pais, em Alcobaça. Mas os maus tratos terão ocorrido também noutras alturas, já que foram encontrados 'vestígios de agressões anteriores', segundo revelou uma fonte policial. No entanto, em nenhuma das outras ocasiões o bebé foi assistido no hospital, tendo o casal recorrido a 'tratamentos caseiros', como o uso de pomadas, para curar as feridas. As agressões nunca foram reveladas por Carla Gonçalves, também vítima de maus tratos, que se manteve em silêncio, por ter medo.
PORMENORES
SANGUE LAVADO
Numa das paredes do apartamento foram encontrados, pelos peritos do Laboratório de Polícia Científica, vestígios de sangue lavado.
MÉDICA DEU ALERTA
Os maus tratos foram detectados por uma médica das Urgências do Hospital de Alcobaça, onde o bebé deu entrada já morto.
CASAL JOVEM
Alcindo Cabral, natural de Cabo Verde, é pedreiro e tem 23 anos. Carla Gonçalves, de 20 anos, é portuguesa e trabalha numa empresa de limpezas.
Fonte Correio da Manhã
“Tirem o meu menino, não enterrem o bebé”
"Tirem o meu menino daí, não deixem enterrar o meu bebé", gritava entre soluços Carla Gonçalves no momento em que o caixão do filho, a criança de cinco meses que terá sido espancada até à morte pelo próprio pai, descia à terra no cemitério dos Pousos, em Leiria.
Em estado de choque, a mãe do pequeno David, que desde segunda-feira foi assistida várias vezes no Hospital de Leiria, teve ontem alta médica apenas para participar no funeral, mas as irmãs tiveram de a retirar do cemitério quando tentou impedir que o caixão branco descesse à terra.
O funeral decorreu sob forte emoção, com os familiares maternos aos gritos, fazendo questão de demonstrarem a sua revolta pela morte violenta, em contraste com os pais e irmãs do presumível homicida, Alcindo Cabral, sempre mais serenos, embora pesarosos. 'Estou muito triste, não desejava que isto acontecesse, queria ver crescer o meu neto', disse ao CM o avô paterno do bebé, Jovino Cabral, adiantando que a família estava no funeral 'de coração limpo'.
As famílias materna e paterna não se aproximaram, para evitar que o nervosismo do momento levasse à violência. Do lado de fora do cemitério, perto de uma dezena de agentes da PSP mantiveram-se atentos, prontos a intervir, se necessário, o que acabou por não acontecer.
José Carlos Gonçalves, irmão de Carla Gonçalves, mostrou-se visivelmente revoltado e disse querer 'vingança para a morte do sobrinho, que foi morto pelo pai como se fosse um animal'.
ASSASSINO ESTÁ ISOLADO NA PRISÃO
Alcindo Cabral deu entrada no Estabelecimento Prisional Regional de Leiria na terça-feira, ao final da tarde, e foi colocado numa zona de segurança para não entrar em contacto com a restante população prisional. O crime de que é acusado não é bem-visto pelos reclusos e, segundo apurou o CM, já havia presos a prometer agredi-lo caso o apanhassem nos corredores do estabelecimento. Para evitar confrontos e manter o normal funcionamento da cadeia, os serviços prisionais colocaram Alcindo Cabral isolado, numa cela. Está encerrado 23 horas por dia e só tem direito a uma hora de recreio. A saída da cela para ver a luz do sol é feita em horários específicos, desencontrados dos restantes presos, adiantou uma fonte prisional. De acordo com o código de conduta dos reclusos, os acusados de violação, abuso sexual de menores e maus tratos a crianças são classificados como cobardes. E têm sempre a cabeça a prémio no interior das cadeias.
AJUDA PEDIDA TRÊS HORA APÓS A MORTE
David já estaria morto há 'duas ou três horas' quando o pai, Alcindo Cabral, deu o alerta para uma irmã e a mulher, Carla Gonçalves, que estava a trabalhar. O bebé sofreu agressões na cabeça e no tronco que culminaram na sua morte, segunda-feira, na casa onde vivia com os pais, em Alcobaça. Mas os maus tratos terão ocorrido também noutras alturas, já que foram encontrados 'vestígios de agressões anteriores', segundo revelou uma fonte policial. No entanto, em nenhuma das outras ocasiões o bebé foi assistido no hospital, tendo o casal recorrido a 'tratamentos caseiros', como o uso de pomadas, para curar as feridas. As agressões nunca foram reveladas por Carla Gonçalves, também vítima de maus tratos, que se manteve em silêncio, por ter medo.
PORMENORES
SANGUE LAVADO
Numa das paredes do apartamento foram encontrados, pelos peritos do Laboratório de Polícia Científica, vestígios de sangue lavado.
MÉDICA DEU ALERTA
Os maus tratos foram detectados por uma médica das Urgências do Hospital de Alcobaça, onde o bebé deu entrada já morto.
CASAL JOVEM
Alcindo Cabral, natural de Cabo Verde, é pedreiro e tem 23 anos. Carla Gonçalves, de 20 anos, é portuguesa e trabalha numa empresa de limpezas.
Fonte Correio da Manhã