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Cheia do rio Tinto causou prejuízos de dois milhões

Rotertinho

GF Ouro
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Cheia do rio Tinto causou prejuízos de dois milhões
Protecção Civil municipal associa obrasdo Metro aos estragos, mas empresa só assume metade


A cheia do rio Tinto, em Dezembro passado, causou prejuízos de quase dois milhões de euros, segundo a Protecção Civil de Gondomar. A Metro mantém que só assume responsabilidade numa zona que corresponde a cerca de metade dos prejuízos apurados.

A Protecção Civil de Gondomar identificou dez locais onde tanto o leito do rio como as suas margens e pontes foram "seriamente afectadas e danificadas" pelas cheias da madrugada de 21 para 22 de Dezembro, que transformaram várias ruas vizinhas do rio em lamaçais. Foram apurados danos desde a zona em que o rio entra em Rio Tinto, no Caneiro, até praticamente aos limites da freguesia com o Porto, no Meiral.

Ao todo, a Protecção Civil, no relatório produzido sobre os danos das inundações, ao qual o JN teve acesso, registou prejuízos em 128 habitações, 19 empresas e uma escola, no valor global de quase dois milhões de euros. Ao certo, foram contabilizadas perdas de 1.923.232,64 euros, num levantamento efectuado no mês de Janeiro, em parceria com a Junta de Freguesia e com a PSP.

O relatório releva quatro causas das cheias. A elevada precipitação, que originou grande caudal de água no leito do rio e nas ruas, é uma delas Por outro lado, "o facto do leito do rio Tinto ter algumas zonas parcialmente assoreadas, para além de vários detritos despejados no leito, fez com que o caudal das águas fosse comprimido no seu percurso normal, originando a saída das águas".

Obras associadas à cheia

Os estragos causados pelas cheias são também claramente associados pela Protecção Civil às obras da Metro do Porto, que naquela zona tem provavelmente o estaleiro mais sensível da Linha de Gondomar, já que parte do troço em construção passa sobre o leito do rio. O relatório afirma que a obra "criou dificuldades à livre circulação do rio", fazendo a água galgar as margens.

Refere ainda que a existência de obras fez com que as águas "levassem rio abaixo materiais pesados dos estaleiros, que vieram ajudar à obstrução de partes do leito, especialmente junto às pontes, agravando as situações de inundação nessa zona".

Câmara Municipal de Gondomar e Junta de Freguesia de Rio Tinto associaram, logo na altura, a maioria das inundações às obras do metro, relação que a empresa contestou. No mesmo dia das cheias, a Metro do Porto assumiu poder haver ligação entre as obras e as inundações apenas na zona das Perlinhas - ou seja, Rua das Perlinhas e Rua da Arrifana -, posição que mantém, segundo confirmou ontem o JN junto do porta-voz da empresa.

Metro só assume metade

Nessas ruas está cerca de metade do total de prejuízos apurados. Na Rua das Perlinhas, foram afectadas 37 casas e sete empresas, com prejuízos de 608 mil euros. Na Arrifana, foram contabilizados danos de mais de 424 mil euros em 27 casas, uma escola e uma empresa. Os moradores declararam não ter ainda recebido qualquer indemnização, apesar de quase todos terem feito participações formais e terem sido visitados por peritos da seguradora do empreiteiro da obra.

Mário Albano, morador na Arrifana, perdeu um carro e ficou com outro veículo muito danificado. "Já gastei muito dinheiro com a carrinha em arranjos", afirmou, sem saber quando poderá ser indemnizado. António Ribeiro, que vive nas Perlinhas, relata a subida de 40 centímetros nunca antes vista e teme nunca ser ressarcido. "Já sei que isto não vai dar em nada", desabafou, ao JN, o morador.

Mas há outros rio-tintenses que sabem que não vão mesmo receber qualquer verba, pelo menos da parte do empreiteiro. O JN soube que os moradores noutras zonas afectadas que fizeram participações de danos receberam uma carta da seguradora do consórcio construtor, referindo não ter sido verificada relação entre as cheias e a obra em curso.


Jornal de Noticias
 
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