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O fabuloso destino dos apaixonados

Rotertinho

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O fabuloso destino dos apaixonados
Noivos de Santo António foram ontem apresentados no Museu do Design


Eis uma bela história de amor, daquelas que parecem saídas de um filme: em 2002, o jovem Priesh Sauchande, então com 17 anos, trabalhava como repositor numa mercearia de indianos na zona do Intendente, em Lisboa.

Até que um dia o seu coração estremeceu num sobressalto. "Ela entrou para fazer compras com a mãe, eu olhei para ela, ela olhou para mim e sorrimos um para o outro", contou ontem ao JN. Ela, Conceição Fernandes, confessou-nos que quando saiu da loja pensou que "se calhar nunca mais o iria ver".

Acontece que a mãe de Conceição pagou as respectivas compras com um cheque. "A minha patroa pediu o nome com o contacto de telefone escrito nas costas do cheque", disse-nos Priesch. Ora, e o moço, movido pela paixão à primeira vista, não esteve com hesitações. "Apanhei o cheque, tirei o número de telefone e nesse dia à noite liguei para ela e disse que a queria conhecer".

"No início eu pensei que havia algum problema com o cheque", confessou Conceição, admitindo, ainda assim, ter ficado "muito contente" com a abordagem destemida do romântico rapaz. A partir daí começaram a falar por mensagens, combinaram um encontro e, enfim, "ele beijou-me". Durante algum tempo ainda namoraram "às escondidas" porque ela é católica e ele hindu. "Causou-nos alguns obstáculos", admitiu Conceição. Mas as forças do amor são soberanas a tudo isso e revelam-se com um fulgor superior a um qualquer vulcão islandês. Os dois são agora um dos 16 casais "Noivos de Santo António" e que ontem foram apresentados pela autarquia.

A tradição popular dos Casamentos de Santo António remonta a 1958. E foi dois anos depois, em 1960, que Albertina Fernandes e Mário Simões contraíram matrimónio nessa celebração. Há 50 anos. Há meio século.

"Eu tinha 17 anos e ele 20 quando começámos o namorico", contou-nos Albertina Fernandes. Conheceram-se porque as tias de cada um eram vizinhas. Depois, veio o casório. "O meu marido não queria casar pelo Santo António, tinha vergonha", comentou ela perante o sorriso de Mário.

Hoje até já têm dois netos e dizem ser "felizes e muito amigos". Mas foi fácil aturarem-se um ao outro durante estes mais de 18 mil dias? "Sim", respondeu ele, perante o riso dela enquanto deixava escapar que "houve altos e baixos" e, sem percebermos se falava ou não sério, confessava que "às vezes andaram umas cadeiras e uns copos pelo ar".

"É muito bonito ver como o amor resistiu durante 50 anos e é um excelente exemplo inspirador", disse o presidente da Câmara António Costa, durante a apresentação decorrida ontem no Museu do Design. O autarca esteve lá para brindar com os noivos, distribuir salamaleques e desejar felicidades. Este ano, a tradição será uma vez mais cumprida no dia 12 de Junho na Igreja de Santo António.


Jornal de Noticias
 
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