Rotertinho
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Jorge Tomé diz que investimentos em fundos da Ongoing o levaram à saída
O administrador da Caixa Geral de Depósitos Jorge Tomé afirmou hoje,sexta-feira, que os investimentos da Portugal Telecom em fundos da Ongoig estiveram na origem da sua demissão do comité de investimentos da operadora, para onde foi entretanto convidado a regressar.
Na comissão de inquérito parlamentar sobre a alegada intervenção do Governo no plano da PT para comprar a TVI, Jorge Tomé contou aos deputados o episódio que o levou a decidir deixar, em Outubro de 2009, de representar a CGD no comité de investimentos da PT, para onde tinha entrado em Abril desse ano.
Na reunião de 30 de Junho de 2009 do conselho de administração, quando foram analisadas as contas semestrais da PT, Jorge Tomé contou que tinha sido feito um investimento de 35 milhões de euros da PT Prestações num fundo de Private Equity da Ongoing que não tinha sido analisado pelo comité de investimentos.
"Em função dessa constatação referi que estranhava que esse investimento não tivesse passado pelo comité do fundo de investimentos de pensões", relatou.
O administrador da CGD recordou ter sugerido que "investimentos com partes relacionadas [a Ongoing é accionista da PT] deviam ser objecto de regulamentação interna".
O presidente da PT Prestações, Fernando Soares Carneiro, explicou-lhe na altura que, "por se tratar de investimentos dos fundos de saúde, não supervisionados pelo Instituto de Seguros de Portugal, não teriam de passar pelo comité de investimentos".
Jorge Tomé recordou que em Setembro recebeu uma proposta de ata da reunião de 30 de Junho, onde estava escrito que o investimento tinha sido ratificado pelo comité.
"Liguei para o presidente da PT Prestações dizendo que não concordava com o teor da ata, por o investimento nunca ter sido objecto de análise. Pedi nova versão da ata", disse.
Jorge Tomé contou ainda que depois de ter pedido a rectificação, Soares Carneiro declarou à comunicação social que investimento tinha sido ratificado pelo comité.
"Nessa sequência resignei ao cargo. Considerei-me despedido do comité de investimentos", afirmou.
O administrador contou ainda aos deputados que entretanto já foi convidado pelo administrador financeiro da PT, Luís Pacheco de Melo, para voltar a integrar o comité de investimentos.
"Vejo que hoje tenho condições para o fazer", disse.
Criada por requerimento potestativo do PSD e do BE, a comissão tem como objecto "apurar se o Governo, directa ou indirectamente, interveio na operação conducente à compra da TVI e, se o fez, de que modo e com que objectivos".
Além disso, a comissão visa "apurar se o primeiro ministro disse a verdade ao Parlamento, na sessão plenária de 24 de Junho de 2009", quando referiu que não tinha sido informado sobre o plano.
Para analisar estas questões, os deputados querem ouvir 21 figuras. O primeiro ministro será o último a ouvir e através de depoimento escrito.
Jornal de Noticias
O administrador da Caixa Geral de Depósitos Jorge Tomé afirmou hoje,sexta-feira, que os investimentos da Portugal Telecom em fundos da Ongoig estiveram na origem da sua demissão do comité de investimentos da operadora, para onde foi entretanto convidado a regressar.
Na comissão de inquérito parlamentar sobre a alegada intervenção do Governo no plano da PT para comprar a TVI, Jorge Tomé contou aos deputados o episódio que o levou a decidir deixar, em Outubro de 2009, de representar a CGD no comité de investimentos da PT, para onde tinha entrado em Abril desse ano.
Na reunião de 30 de Junho de 2009 do conselho de administração, quando foram analisadas as contas semestrais da PT, Jorge Tomé contou que tinha sido feito um investimento de 35 milhões de euros da PT Prestações num fundo de Private Equity da Ongoing que não tinha sido analisado pelo comité de investimentos.
"Em função dessa constatação referi que estranhava que esse investimento não tivesse passado pelo comité do fundo de investimentos de pensões", relatou.
O administrador da CGD recordou ter sugerido que "investimentos com partes relacionadas [a Ongoing é accionista da PT] deviam ser objecto de regulamentação interna".
O presidente da PT Prestações, Fernando Soares Carneiro, explicou-lhe na altura que, "por se tratar de investimentos dos fundos de saúde, não supervisionados pelo Instituto de Seguros de Portugal, não teriam de passar pelo comité de investimentos".
Jorge Tomé recordou que em Setembro recebeu uma proposta de ata da reunião de 30 de Junho, onde estava escrito que o investimento tinha sido ratificado pelo comité.
"Liguei para o presidente da PT Prestações dizendo que não concordava com o teor da ata, por o investimento nunca ter sido objecto de análise. Pedi nova versão da ata", disse.
Jorge Tomé contou ainda que depois de ter pedido a rectificação, Soares Carneiro declarou à comunicação social que investimento tinha sido ratificado pelo comité.
"Nessa sequência resignei ao cargo. Considerei-me despedido do comité de investimentos", afirmou.
O administrador contou ainda aos deputados que entretanto já foi convidado pelo administrador financeiro da PT, Luís Pacheco de Melo, para voltar a integrar o comité de investimentos.
"Vejo que hoje tenho condições para o fazer", disse.
Criada por requerimento potestativo do PSD e do BE, a comissão tem como objecto "apurar se o Governo, directa ou indirectamente, interveio na operação conducente à compra da TVI e, se o fez, de que modo e com que objectivos".
Além disso, a comissão visa "apurar se o primeiro ministro disse a verdade ao Parlamento, na sessão plenária de 24 de Junho de 2009", quando referiu que não tinha sido informado sobre o plano.
Para analisar estas questões, os deputados querem ouvir 21 figuras. O primeiro ministro será o último a ouvir e através de depoimento escrito.
Jornal de Noticias