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Ryanair impedida de limitar reembolsos

Rotertinho

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Ryanair impedida de limitar reembolsos


A companhia aérea irlandesa de baixo custo Ryanair encontrou limites à sua audácia, ontem, quinta-feira, ao ser obrigada a renunciar a impor limites ao reembolso aos passageiros retidos pela nuvem de cinzas vulcânicas.


Na quarta-feira, a empresa tinha anunciado que iria limitar os reembolsos por despesas com hotéis e refeições a um montante igual à tarifa paga pelo passageiro, ao contrário do disposto nas regras europeias, argumentando que não estava a fazer mais do que imitar o procedimento relativamente aos passageiros dos comboiois, autocarros e ferries em circunstâncias idênticas.

O presidente-executivo Michael O'Leary tinha-se mesmo afirmado disposto a defender aquela posição nos meios judiciais.

Ontem, quinta-feira, a posição da companhia mudou radicalmente. Num comunicado intitulado "Ryanair vai cumprir com os regulamentos europeus injustos", a empresa finalmente concordou em reembolsar as despesas de "montante razoável e justificadas por um recibo".

Michael O'Leary admitiu na televisão "ter cometido um erro", mas negou ter cedido às ameaças feitas na quarta-feira pelas autoridades da Irlanda ou do Reino Unido, principais portos de origem de sua empresa. "Nós cedemos à pressão da imprensa e dos nossos clientes, mas certamente não à de alguns políticos idiotas".

Ao saudar a decisão, o ministro britânico dos Transportes, Lord Adonis, assegurou que "o Governo tinha feito ver à Ryanair, de uma forma firme, que esperava ver a companhia pagar" aquilo que é imposto por lei.

A Comissão Europeia, que, na quarta-feira, havia chamado à ordem todas as companhias aéreas, lançou, ontem, quinta-feira, um aviso directo aos transportadores. "Não há direitos com descontos para passageiros de companhias aéreas de baixo custo. A Ryanair terá de os aplicar como qualquer outra companhia aérea", disse Helen Kearns, porta-voz dos Transportes.

Os concorrentes da Ryanair, que enfrentam a agressividade permanente daquela companhia, parecem ter saboreado a reviravolta a que foi forçada a se submeter.

Na British Airways, um porta-voz recusou tecer comentários e afirmou que, pela parte que lhe tocava, "a empresa estava a cumprir com suas obrigações" de reembolso.

A EasyJet, outra das grandes companhias aéreas de baixo custo que operam no Reino Unido, foi rápida a salientar que, em qualquer caso, "respeitava a lei e se preocupava com os seus passageiros". "Nós já pagámos 100 mil noites de hotéis e esforçamo-nos para dar o maior conforto aos nossos passageiros", disse o porta-voz.

Michael O'Leary insistiu, ainda, no "absurdo de uma lei que está a pagar 700 a 800 euros em noites nos hotéis para um bilhete que custou 10 a 20 euros, e porque o Governo fechou o espaço aéreo.

"Não é justo que as companhias aéreas europeias sejam transformadas em seguradoras de último recurso", afirmou, realçando que tencionava recorrer à justiça para defender a sua causa.

As outras companhias aéreas, já duramente afectadas na Europa pela crise financeira, estão, sem dúvida, mais calmas quanto a este assunto, desde que a Comissão Europeia mostrou-se disposta a deixar seus respectivos estados a ajudá-las nestas "circunstâncias excepcionais".

Contudo, um porta-voz da EasyJet também disse que a actual lei sobre os reembolsos "deve ser revista" para incluir "os casos de desastres naturais". A Associação dos Representantes das Companhias Aéreas do Reino Unido também considerou que a interpretação da lei neste caso é "imprópria".


Jornal de Noticias
 
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