Rotertinho
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Autocarros podem voltar a aldeias isoladas da região
Estudo da Comunidade do Alto Minho arranca em Arcos de Valdevez e
A Comunidade Intermunicipal do Minho-Lima está a promover um estudo com vista à valorização da rede de transportes públicos que serve o distrito de Viana do Castelo. Projecto arranca em Arcos de Valdevez e Melgaço. Populações aplaudem a medida.
Há mais de três décadas à frente de uma loja de recordações situada em pleno Santuário da Senhora da Peneda, em Gavieira, Arcos de Valdevez, Isolina Fernandes vê ali chegar inúmeros autocarros. Principalmente, aos fins-de-semana e feriados. "Mas são todos de excursões, porque há anos que deixámos de ter aqui a carreira", vaticina.
De facto, a serrana localidade, um dos cartões postais do Alto Minho, deixou de ser servida por transportes públicos há cerca de três anos. Crianças e jovens em idade escolar são conduzidos a Pomares, Melgaço, e à vila de Arcos de Valdevez, esta última situada a 40 quilómetros de distância, o que leva a que os alunos deixem a localidade às 7 horas, para regressar a casa por volta das 18.30 horas, transporte esse estritamente escolar. As paragens de autocarro mais próximas ficam a oito (Lamas de Mouro, Melgaço) e a 25 quilómetros (Mezio, Arcos de Valdevez).
Conseguir uma boleia
"As pessoas ficaram muito chateadas. Mas o que podemos nós fazer? Agora, se precisamos de ir à vila por um qualquer motivo, ou conseguimos uma boleia com alguém ou vamos de táxi. E olhe que não é nada barato", esgrime José Rodrigues, domiciliado em Rouças, a meio caminho entre a Peneda e o Mezio.
Semelhante juízo formula Susana Barros. A morar em Lamas de Mouro e a laborar na Peneda, considera que o fim dos transportes públicos naquelas paragens foi "muito sentido" pelas populações. "As pessoas disseram que era uma vergonha. Apresentaram o problema a várias entidades, mas continua tudo na mesma".
Iguais queixas reproduzem moradores de outras localidades do distrito, caso de João Alves, de Cabração, Ponte de Lima: "Há mais de cinco anos que não temos autocarros no período das férias escolares. No meu entender, a função dos transportes colectivos é a de servir as populações". Em Amonde, Viana do Castelo, freguesia situada nos sopés da serra d'Arga, vai para perto de quatro anos que os transportes públicos desapareceram, estima o autarca local, Paulo Órfão, dando conta que, em virtude da falta de serviço que prestasse apoio às gentes da localidade, em especial, dos mais idosos, a autarquia local firmou um protocolo com a Câmara vianense.
Fruto do acordo, a Junta dispõe de uma carrinha que, gratuitamente, transporta os utentes "que não têm outra possibilidade de transporte" a Vila Praia de Âncora e a Viana do Castelo. "É resposta que acabou por ser bastante agradável", considera.
Parceria com os operadores
De acordo com a CIM do Alto Minho, o estudo visa optimizar a rede de transportes colectivos, enquadrando-a com outras redes, designadamente, a escolar, de modo a "não condenar ao isolamento" diversas áreas da região.
O JN sabe que o estudo deverá arrancar nos concelhos de Arcos de Valdevez e de Melgaço, trabalhando em parceria com os operadores, de modo a definir prioridades. Trata-se, segundo a CIM, de "racionalizar" redes e circuitos, de modo a que se consiga "fazer melhor com o montante que é já investido pelos diversos parceiros". Os primeiros resultados deverão ser traduzidos na possível redefinição das redes de transportes escolares daqueles dois concelhos, já em Setembro.
Jornal de Noticias
Estudo da Comunidade do Alto Minho arranca em Arcos de Valdevez e
A Comunidade Intermunicipal do Minho-Lima está a promover um estudo com vista à valorização da rede de transportes públicos que serve o distrito de Viana do Castelo. Projecto arranca em Arcos de Valdevez e Melgaço. Populações aplaudem a medida.
Há mais de três décadas à frente de uma loja de recordações situada em pleno Santuário da Senhora da Peneda, em Gavieira, Arcos de Valdevez, Isolina Fernandes vê ali chegar inúmeros autocarros. Principalmente, aos fins-de-semana e feriados. "Mas são todos de excursões, porque há anos que deixámos de ter aqui a carreira", vaticina.
De facto, a serrana localidade, um dos cartões postais do Alto Minho, deixou de ser servida por transportes públicos há cerca de três anos. Crianças e jovens em idade escolar são conduzidos a Pomares, Melgaço, e à vila de Arcos de Valdevez, esta última situada a 40 quilómetros de distância, o que leva a que os alunos deixem a localidade às 7 horas, para regressar a casa por volta das 18.30 horas, transporte esse estritamente escolar. As paragens de autocarro mais próximas ficam a oito (Lamas de Mouro, Melgaço) e a 25 quilómetros (Mezio, Arcos de Valdevez).
Conseguir uma boleia
"As pessoas ficaram muito chateadas. Mas o que podemos nós fazer? Agora, se precisamos de ir à vila por um qualquer motivo, ou conseguimos uma boleia com alguém ou vamos de táxi. E olhe que não é nada barato", esgrime José Rodrigues, domiciliado em Rouças, a meio caminho entre a Peneda e o Mezio.
Semelhante juízo formula Susana Barros. A morar em Lamas de Mouro e a laborar na Peneda, considera que o fim dos transportes públicos naquelas paragens foi "muito sentido" pelas populações. "As pessoas disseram que era uma vergonha. Apresentaram o problema a várias entidades, mas continua tudo na mesma".
Iguais queixas reproduzem moradores de outras localidades do distrito, caso de João Alves, de Cabração, Ponte de Lima: "Há mais de cinco anos que não temos autocarros no período das férias escolares. No meu entender, a função dos transportes colectivos é a de servir as populações". Em Amonde, Viana do Castelo, freguesia situada nos sopés da serra d'Arga, vai para perto de quatro anos que os transportes públicos desapareceram, estima o autarca local, Paulo Órfão, dando conta que, em virtude da falta de serviço que prestasse apoio às gentes da localidade, em especial, dos mais idosos, a autarquia local firmou um protocolo com a Câmara vianense.
Fruto do acordo, a Junta dispõe de uma carrinha que, gratuitamente, transporta os utentes "que não têm outra possibilidade de transporte" a Vila Praia de Âncora e a Viana do Castelo. "É resposta que acabou por ser bastante agradável", considera.
Parceria com os operadores
De acordo com a CIM do Alto Minho, o estudo visa optimizar a rede de transportes colectivos, enquadrando-a com outras redes, designadamente, a escolar, de modo a "não condenar ao isolamento" diversas áreas da região.
O JN sabe que o estudo deverá arrancar nos concelhos de Arcos de Valdevez e de Melgaço, trabalhando em parceria com os operadores, de modo a definir prioridades. Trata-se, segundo a CIM, de "racionalizar" redes e circuitos, de modo a que se consiga "fazer melhor com o montante que é já investido pelos diversos parceiros". Os primeiros resultados deverão ser traduzidos na possível redefinição das redes de transportes escolares daqueles dois concelhos, já em Setembro.
Jornal de Noticias