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"Porcos não fazem milagres"

Rotertinho

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"Porcos não fazem milagres"
Quercus promoveu protesto contra quatro décadas de descargas poluentes na ribeira


Ambientalistas da Quercus promoveram, ontem, uma acção de protesto contra os 40 anos de poluição de efluentes suinícolas na ribeira dos Milagres, Leiria, e exigiram das autoridades maior fiscalização e uma solução para pôr termo ao problema.

"Porcos na ribeira não fazem milagres" e "Milagres não pode ser a sarjeta do poder" foram algumas das palavras de ordem que gritaram os 15 ambientalistas, envergando fatos de macaco que designaram de anti-contaminantes, para serem "protegidos da poluição", e máscaras simbolizando porcos.

Na ponte sobre a ribeira dos Milagres, ao grupo da Quercus juntou-se a Comissão Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres e alguns populares. O porta-voz da comissão, Rui Crespo, justificou a escassa mobilização porque as pessoas deixaram de acreditar na resolução da situação, apontando o estado da ribeira hoje [ontem] com "vestígios de descargas efectuadas esta noite".

Para o responsável, alertar continua a ser uma solução, num momento que vai "trazer mais problemas", na sequência de ter sido indeferida a licença de utilização dos recursos hídricos para descarga de águas residuais à Recilis, entidade criada para resolver o problema dos efluentes suinícolas na bacia do rio Lis, que tem na ribeira dos Milagres um dos seus afluentes.

Cultura do mínimo de custos

Rui Crespo revelou-se ainda descrente perante a possibilidade de serem os suinicultores individualmente a efectuarem o espalhamento dos efluentes no solo. "Não vai funcionar, porque lamentavelmente a cultura existente é produzir com o mínimo de custos possíveis e o mínimo nesta área dos efluentes é para ribeira, para os campos, porque essa é maneira, mais fácil, mais prática e menos penalizante", considerou. Já Pedro Carteiro, do Centro de Informação de Resíduos da Quercus, frisou que "são cerca de 40 anos de descargas directas para este afluente", apontando o Ministério do Ambiente como o "principal culpado" porque tem "havido vários levantamentos de autos que não dão em nada, ou seja, os poluidores continuam impunes".

Por outro lado, Pedro Carteiro defendeu que "cada suinicultor tem que arranjar uma solução própria de armazenamento temporário para que nunca haja uma descarga directa ao rio sem encaminhar para tratamento. "O Ministério do Ambiente tem que no mínimo fiscalizar, dar um prazo para que os suinicultores tenham condições de armazenamento e fiscalizar. Quem não tem, simplesmente tem que ser encerrado", defendeu.

No final da iniciativa , houve um momento de tensão, quando um automobilista se insurgiu contra o protesto.


Jornal de Noticias
 
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