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Cavaco Silva alertou para persistência de situações de desigualdade

Rotertinho

GF Ouro
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Cavaco Silva alertou para persistência de situações de desigualdade
“Portugueses perguntam-se todos os dias para onde estão a conduzir o País”


Na sessão solene comemorativa dos 36 anos do 25 de Abril, o Presidente da República falou das desigualdades sociais que ainda persistem contrapostas com “casos de riqueza imerecida que nos chocam”, numa referência à recente polémica com os rendimentos dos altos dirigentes de empresas. Em jeito de crítica ao actual Executivo, Cavaco Silva referiu ainda que "os portugueses perguntam-se todos os dias para onde é que estão a conduzir o País".

"Portugal vive uma grave crise, que é de todos conhecida", reconheceu o Chefe de Estado, lançando o desafio para que Portugal aproveite os recursos naturais que possui e as indústrias criativas.

O Presidente alertou ainda para a emigração de jovens, referindo que estes são "um potencial que o País não pode desperdiçar."

"Sem ilusões nem falsas utopias, devemos acreditar porque temos razão para isso", enfatizou Cavaco, exortando os portugueses a acreditarem em si próprios.

AGUIAR-BRANCO CITA CANTORES DE INTERVENÇÃO

De todos os discursos, o de José pedro Aguiar-Branco, em representação do PSD, foi talvez o que mais agitou a Assembleia: o ex-líder parlamentar dos sociais-democratas apresentou-se com um cravo na lapela e citou Zeca Afonso, Sérgio Godinho e Lenine, numa crítica aos "preconceitos ideológicos" e à apropriação "dos símbolos do 25 de Abril" por alguns partidos, apelando a uma revisão da Constituição portuguesa.

"A revolução foi feita para todos os portugueses e não apenas para alguns", afirmou.

Aplaudido pelo actual líder, Pedro Passos Coelho (também ele de cravo na lapela), o candidato derrotado nas últimas directas do partido lamentou o esquecimento do uso das expressões "pátria e nação" pela Esquerda, mas não deixou fora das críticas a Direita, que, segundo Aguiar-Branco, parece evitar o uso da palavra "povo".

Para falar da situação que o País atravessa, o ex-líder da bancada do PSD, citou, sob protestos do PCP, uma expressão de Lenine: "Uma organização morre quando os de baixo já não querem e os de cima já não podem".

GAMA CRITICA DEBATE POLÍTICO

O presidente da Assembleia da República alertou esta manhã, no Parlamento, para o "momento difícil" que o país vive e avisou que "o peso da realidade não pode nem deve ser sofismado". Jaime Gama criticou, por isso, a agenda política, considerando que o debate político é "muitas vezes centrado no acessório (...) em detrimento de responsabilidades que, em democracia, são de todos".

O presidente do Parlamento sublinhou, no entanto, os "sinais positivos" do Presidente da República, a "abertura de diálogo" por parte do Governo e a "nova sensibilidade na oposição".



Jaime Gama deixou ainda um apelo para as presidenciais: "Faço votos para que na próxima campanha política mantenham acima do desempenho dos protagonistas, os mais prudentes ou os mais impacientes, o objectivo (...) de reforçar as condições institucionais susceptíveis" de levar a "soluções adequadas". O objectivo final, apontou, é a "melhoria do funcionamento da democracia".

SÓCRATES ELOGIA DISCURSO "INSPIRADOR" DE CAVACO

O primeiro ministro, José Sócrates, considerou esta manhã o discurso do Presidente da República "inspirador", recusando que Cavaco Silva tenha dirigido críticas ao Governo.

"Acho que os senhores jornalistas têm uma grande tendência para interpretar qualquer palavra do senhor Presidente da República como sendo sempre uma palavra que se destina a fazer críticas ou a dar recados, mas não foi isso que vi neste discurso. Pelo contrário, o senhor Presidente da República teve palavras para valorizar a atitude que é necessária de confiança no país", afirmou o chefe do Governo, no final na sessão solene comemorativa do 25 de Abril, no Parlamento.

Para José Sócrates, o discurso do chefe de Estado "foi muito apropriado" face à actual conjuntura política, económica e financeira mundial. "O Presidente da República referiu-se à questão da confiança, à necessidade de se desenvolverem respostas à crise económica que todo o mundo vive, porque não é apenas Portugal que está a enfrentar momentos difíceis. Portanto, nessa circunstância, é necessária uma actuação política com resposta para a recuperação económica", sublinhou.

PEV DEFENDE QUE CONSTITUIÇÃO NÃO É PROBLEMA DO PAÍS

Pela voz de Heloísa Apolónia, o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), abriu os discursos na sessão solene deste domingo na Assembleia da República lançando duras críticas à proposta de revisão da Constituição do PSD: "Só a ânsia de continuar as más políticas sem obstáculos à frente é que pode justificar a descabida proposta de reformulação ou de revisão da Constituição, como se o problema do País fosse a Constituição".

PCP: "É TEMPO DE RETOMAR E CUMPRIR ABRIL"

O deputado José Soeiro foi o porta-voz do PCP no aniversário da Revolução dos Cravos. O comunista, à semelhança do PEV, defendeu que "os problemas gravíssimos que afectam o País não resultam da natureza progressista da Constituição da República, da existência constitucional de um sector público na economia, da salvaguarda de direitos sociais fundamentais dos trabalhadores e das populações e do modelo de representação, partilha e interdependência do poder institucional", sendo antes um "resultado do incumprimento da Constituição".

"É tempo de retomar e cumprir Abril, é tempo de respeitar, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República e não de pensar na sua subversão", finalizou.

BE: "GOVERNO E ALIADOS DE DIREITA TENTAM IMPOR PEC"

Fernando Rosas, do Bloco de Esquerda, repetiu as críticas dos bloquistas ao Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), que considerou "uma agressão brutal, inútil e injusta contra os assalariados, os desempregados, os pensionistas, os jovens". O deputado defendeu ainda que "o País não se pode deixar vergar pela campanha de intimidação com que o actual Governo e os seus aliados à direita tentam impor o PEC."

CDS: NOVOS "TRÊS DÊS" SÃO "DÍVIDA, DÉFICE E DESEMPREGO"

O deputado centrista José Manuel Rodrigues defendeu que, se a revolução de 1974 prometia democratizar, descolonizar, desenvolver, os novos "três dês" são "a dívida, o défice e o desemprego".

O porta-voz do CDS-PP na sessão solene saudou o 25 de Abril como "o dia que pôs fim a um regime autoritário", porém, os aplausos da sua bancada ouviram-se quando enalteceu "outro 25, o 25 de Novembro", por "recolocar o processo político no seu desígnio original".

JOÃO SOARES HOMENAGEIA PAI

"Abril não se fez para substituir um Estado autoritário por um Estado consumidor da energia e criatividade dos portugueses". As palavras são do socialista João Soares, num discurso em que citou Manuel Alegre e prestou homenagem ao seu pai, o antigo Presidente da República Mário Soares, momentos aplaudidos pela bancada socialista.

O deputado do PS sublinhou que o Estado "deve ser, tem de ser um instrumento ao serviços dos portugueses e onde Portugal observe um permanente processo de ganhos de eficiência, eficácia e equidade".

João Soares referiu que, apesar "do esforço continuado e tenaz do Governo", persiste "um Estado vocacionado em crescer em ineficiência, incomodidade, tantas vezes ampliando de forma irracional e destemperada custos acrescidos, que ameaçam a oportunidade da iniciativa e desenvolvimento individual dos portugueses".

PSD-MADEIRA RECUSA COMEMORAR

Com o argumento de que a data da Revolução dos Cravos deve ser assinalada na Assembleia da República, o PSD-Madeira voltou a recusar este ano a realização de uma comemoração solene do 25 de Abril na ilha. Os restantes partidos programaram iniciativas para celebrar a data.

CRAVOS VERMELHOS EM PEQUIM

Estudantes de português da Universidade de Economia e Negócios Internacionais de Pequim (UIBE) ofereceram hoje cravos vermelhos aos colegas de outras universidades, numa celebração do 36º aniversário da revolução democrática em Portugal.


Correio da Manhã
 
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