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Um desfile com recados a José Sócrates

Rotertinho

GF Ouro
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Abr 6, 2010
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Um desfile com recados a José Sócrates
Avenida da Liberdade


"Está sempre a dar a mesma música porquê?". A pergunta saiu de pronto ao primeiro acorde de "Grândola, Vila Morena", de Zeca Afonso, na voz de uma criança com pouco mais de 7 anos.

O pai, paciente, sorriu. Chegou mais perto e explicou: "Esta música foi um sinal numa noite muito importante, pois confirmaram-se as operações da revolução. Esta música faz parte da nossa História, da nossa liberdade". As palavras emocionadas do pai não demoveram a criança: "Ah, só tinham aquela música, era?".

Ao lado da chaimite enfeitada a preceito com cravos vermelhos, ouviam-se palavras de ordem e gritos de liberdade num desfile comemorativo que levou milhares de pessoas à Avenida de Liberdade, em Lisboa. "Religiosamente. Todos os anos faço este percurso", disse Maria Augusto, com um molho de cravos na mão. "Estou a dá-los, porque há pessoas que vêm aqui só fazer negócio", disse, aludindo aos comerciantes que vendiam um cravo a um euro.

Pelo desfile, entre músicas de intervenção e gritos contra o fascismo, misturaram-se outros mais. "Com este Governo, andamos para trás", gritava uma falange de uma das muitas esquerdas que participaram no cortejo.

José Sócrates não escapou às críticas e um grupo de apoiantes do Partido Operário de Unidade Socialista até ergueu um cartaz, feito, arcaicamente, mas com a mensagem vincada: "Queremos trabalhar, se Sócrates deixar". Já na Praça da Figueira, os discursos eram esperados por pessoas de todas as idades, com cravos convictos nas mãos e "pele de galinha" nos braços. "Emociono-me sempre, apesar de ver a liberdade pela qual tanto lutámos ser maltratada", dizia um sexagenário, num encolher de ombros face ao percalço do "speaker" que, em vez de chamar ao palco o presidente da Associação 25 de Abril Vasco Lourenço, chamou o malogrado militar e político português Vasco Gonçalves: "Ai, como isto está!", lamentou.


Jornal de Noticias
 
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