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Jornal de Sexta foi suspenso para evitar que se tornasse "instrumento político"

Rotertinho

GF Ouro
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Jornal de Sexta foi suspenso para evitar que se tornasse "instrumento político"


Administrador delegado da TVI e da Media Capital afirmou na comissão parlamentar de inquérito que soube do plano de compra da estação pela PT poucos dias antes de o assunto se ter tornado público.


"A suspensão pretendeu evitar que 'Jornal Nacional de Sexta' se transformasse num instrumento político", disse Bernardo Bairrão aos deputados da comissão parlamentar de inquérito ao plano de compra da TVI pela Portugal Telecom (PT).

O administrador delegado da TVI acrescentou ainda que havia o risco, por se tratar de um momento "altamente complicado", de aquele bloco informativo "tornar-se instrumento político de campanha eleitoral", e que poderia ser interpretado como "uma posição política e não como uma forma de fazer informação".

"Não queríamos fazer parte do jogo político, queríamos defender o bom nome da estação e o rigor que podiam ser postos em causa com ataques ao conteúdo, quando todos sabemos que o que estava ali era um ataque à forma", disse.

Bernardo Bairrão recordou ainda que quando a decisão de suspender o "Jornal de Sexta" foi tomada, foi o próprio a informar o director de informação [na altura João Maia Abreu]. "Ele disse que não concordava e demitiu-se. Eu pedi-lhe que ficasse até ser nomeada uma nova direcção de informação", contou.

"Em alguns momentos", Juan Luis Cébrian [administrador delegado da Prisa] levantou reservas sobre o "cumprimento do estatuto editorial da TVI no Jornal de Sexta", revelou.

"Era uma preocupação que ele via transposta na imprensa, nas deliberações da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e nos comunicados do Sindicato dos Jornalistas. Era público que havia criticas publicas ao Jornal de Sexta, e não só do primeiro-ministro", disse Bernardo Bairrão. "Não me lembro de ele ter referido as criticas do primeiro-ministro", acrescentou.

Negociações Prisa/PT

O administrador delegado da TVI e da Media Capital disse no Parlamento que soube do plano de compra da estação pela PT poucos dias antes de o assunto se ter tornado público.

"Tomei conhecimento, em privado, no fim de semana anterior a ter sido tornado público", referiu Bernardo Bairrão na comissão parlamentar de inquérito, quando questionado pelo deputado do PCP João Oliveira sobre quando teria ouvido falar das negociações entre a Prisa e a PT.

Questionado pela deputada Francisca Almeida (PSD), Bernardo Bairrão esclareceu que "soube do negócio por Manuel Polanco [administrador da Prisa e presidente da TVI], em Madrid".

O administrador delegado da TVI acrescentou "não ter ideia" se lhe foi dito quando teriam começado as negociações, admitindo poder ter sido "a 20 ou 21 de Junho".

A 23 de Junho, a PT comunicou à CMVM que decorriam negociações com a Prisa para a compra de parte da Media Capital, empresa detentora da TVI, depois de terem sido publicadas na imprensa notícias que davam conta do eventual negócio.

A saída de Moniz

O administrador delegado da TVI indicou ainda aos deputados que foi José Eduardo Moniz que optou por sair da estação apesar de a administração ter tentado mantê-lo já que era um dos seus principais activos.

"Cabia-nos ter o activo do nosso lado e tentar por todos os meios mantê-lo ligado a nós nem que fosse como consultor. Tanto quanto me lembro foi ele que optou por sair porque já teria, aparentemente, acordo fechado com a Ongoing", disse na comissão parlamentar de inquérito.

Segundo Bernardo Bairrão, "nunca a Prisa negociou a saída [de José Eduardo Moniz] sem que ele se mantivesse ligado à estação. Num conceito diferente, naturalmente como consultor".

Questionado sobre a existência na redação da TVI de material noticioso ligado ao caso Freeport, que segundo Manuela Moura Guedes está a ser desvalorizado, o administrador delegado da TVI e da Media Capital disse que questionou o actual director de Informação e que este lhe respondeu era a ele (DI) que cabia julgar o teor da matéria.

"Não sei se existe e não quero saber", frisou, adiantando que essa questão é da competência da direcção de Informação.


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