Rotertinho
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Sócrates saberia do negócio PT/TVI "sem detalhes"
Vara disse estar convicto que o chefe do Governo não teve "conhecimentoformal" da negociação entre PT e TVI
No final da audição parlamentar do socialista Armando Vara, ficou ontem, segunda-feira, claro que o primeiro-ministro teve "conhecimento informal, como o de toda a gente" e "sem detalhes" da intenção compra da TVI pela PT. Negócio que interessava a Vara, só como banqueiro.
"Pelo que conheço do primeiro-ministro, não acredito que tenha mentido quando disse no Parlamento que não tinha conhecimento formal do negócio".
O administrador do BCP com funções suspensas, que é arguido no processo Face Oculta, falava da sua convicção pessoal, reforçando sempre a ideia de que nunca falou com José Sócrates sobre o assunto, nem sequer durante "este período conturbado".
Vara foi sucessivamente questionado pelo grau de informação que o chefe do Governo teria do negócio e a resposta acabou por ser sempre no mesmo tom e centrada na sua certeza não fundamentada em conversas com Sócrates.
"Nunca perguntei ao primeiro-ministro se alguém o tinha informado ou se sabia do caso". Por isso, acrescentou, "não disponho de nenhuma informação concreta mas a minha convicção é que José Sócrates não sabia detalhes do negócio mas admito que conhecesse informalmente, como todos nós. O primeiro-ministro já disse que não foi informado formalmente eu não tenho nenhuma razão para duvidar".
Rui Pedro Soares, nome na baila
Se com o primeiro-ministro Vara reafirmou que não falou sobre o negócio, o mesmo não aconteceu com Rui Pedro Soares, o ex-administrador da PT que esteve envolvido pessoalmente na negociação para viabilizar a compra da Media Capital, a empresa proprietária da estação de televisão dirigida por José Eduardo Moniz.
O depoente reconheceu ter falado com o também socialista Rui Pedro Soares sobre o eventual negócio, "mas apenas por interesse profissional". Era administrador do BCP e admitiu que o banco estava queria reforçar os seus interesses, nomeadamente através do financiamento da compra de parte do capital da Media Capital.
Vara foi ainda confrontado com a informação, confirmada pela documentação do Tagus Park, ontem chegada à comissão, de que este grupo estaria também interessado na compra da Media Capital.
O nome de Rui Pedro Soares surge uma vez mais como "pivot" das negociações. Armando Vara disse ter tido conversas informais e exploratórias e que, na qualidade de administrador do BCP, uma das entidades que integra o capital do Tagus Park.
"Manifestei-me contra essa possibilidade, mas estive de acordo com a criação de um modelo de cidade-audiovisual, que poderia vir a ter interesses na TVI".
Sobre José Eduardo Moniz, Vara disse ter ouvido "várias vezes pessoas" que lhe deram informações "de que ele ia sair da TVI" e que "o Jornal Nacional iria acabar", mas quando os deputados quiseram saber quem foram essas pessoas, o depoente começou por dizer que não identificava as pessoas por não lhes ter pedido autorização para isso. Acabou por afirmar que não se lembrava dos nomes.
Bairrão só soube pouco antes
A comissão ouviu ainda Bernardo Bairrão, o administrador delegado da TVI e da Media Capital que disse só ter sabido do plano de compra da estação pela PT poucos dias antes de o assunto se ter tornado público.
Quanto à saída de Moniz, disse que as posições públicas de Sócrates contra o Jornal de Sexta "não influiram"na decisão de por fim ao noticiário, liderado por Manuela Moura Guedes.
Mais uma vez, como já fizera na comissão de Éticas as críticas da ERC e do Sindicato dos Jornalistas ao Jornal Nacional para fundamentar a decisão de acabar com aquele serviço noticioso.
Jornal de Noticias
Vara disse estar convicto que o chefe do Governo não teve "conhecimentoformal" da negociação entre PT e TVI
No final da audição parlamentar do socialista Armando Vara, ficou ontem, segunda-feira, claro que o primeiro-ministro teve "conhecimento informal, como o de toda a gente" e "sem detalhes" da intenção compra da TVI pela PT. Negócio que interessava a Vara, só como banqueiro.
"Pelo que conheço do primeiro-ministro, não acredito que tenha mentido quando disse no Parlamento que não tinha conhecimento formal do negócio".
O administrador do BCP com funções suspensas, que é arguido no processo Face Oculta, falava da sua convicção pessoal, reforçando sempre a ideia de que nunca falou com José Sócrates sobre o assunto, nem sequer durante "este período conturbado".
Vara foi sucessivamente questionado pelo grau de informação que o chefe do Governo teria do negócio e a resposta acabou por ser sempre no mesmo tom e centrada na sua certeza não fundamentada em conversas com Sócrates.
"Nunca perguntei ao primeiro-ministro se alguém o tinha informado ou se sabia do caso". Por isso, acrescentou, "não disponho de nenhuma informação concreta mas a minha convicção é que José Sócrates não sabia detalhes do negócio mas admito que conhecesse informalmente, como todos nós. O primeiro-ministro já disse que não foi informado formalmente eu não tenho nenhuma razão para duvidar".
Rui Pedro Soares, nome na baila
Se com o primeiro-ministro Vara reafirmou que não falou sobre o negócio, o mesmo não aconteceu com Rui Pedro Soares, o ex-administrador da PT que esteve envolvido pessoalmente na negociação para viabilizar a compra da Media Capital, a empresa proprietária da estação de televisão dirigida por José Eduardo Moniz.
O depoente reconheceu ter falado com o também socialista Rui Pedro Soares sobre o eventual negócio, "mas apenas por interesse profissional". Era administrador do BCP e admitiu que o banco estava queria reforçar os seus interesses, nomeadamente através do financiamento da compra de parte do capital da Media Capital.
Vara foi ainda confrontado com a informação, confirmada pela documentação do Tagus Park, ontem chegada à comissão, de que este grupo estaria também interessado na compra da Media Capital.
O nome de Rui Pedro Soares surge uma vez mais como "pivot" das negociações. Armando Vara disse ter tido conversas informais e exploratórias e que, na qualidade de administrador do BCP, uma das entidades que integra o capital do Tagus Park.
"Manifestei-me contra essa possibilidade, mas estive de acordo com a criação de um modelo de cidade-audiovisual, que poderia vir a ter interesses na TVI".
Sobre José Eduardo Moniz, Vara disse ter ouvido "várias vezes pessoas" que lhe deram informações "de que ele ia sair da TVI" e que "o Jornal Nacional iria acabar", mas quando os deputados quiseram saber quem foram essas pessoas, o depoente começou por dizer que não identificava as pessoas por não lhes ter pedido autorização para isso. Acabou por afirmar que não se lembrava dos nomes.
Bairrão só soube pouco antes
A comissão ouviu ainda Bernardo Bairrão, o administrador delegado da TVI e da Media Capital que disse só ter sabido do plano de compra da estação pela PT poucos dias antes de o assunto se ter tornado público.
Quanto à saída de Moniz, disse que as posições públicas de Sócrates contra o Jornal de Sexta "não influiram"na decisão de por fim ao noticiário, liderado por Manuela Moura Guedes.
Mais uma vez, como já fizera na comissão de Éticas as críticas da ERC e do Sindicato dos Jornalistas ao Jornal Nacional para fundamentar a decisão de acabar com aquele serviço noticioso.
Jornal de Noticias