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Fecho do SAP enche livro de reclamações

Rotertinho

GF Ouro
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Fecho do SAP enche livro de reclamações
Tui recebe por dia uma ou duas urgências nocturnas portuguesas


O livro amarelo do Centro de Saúde de Valença não pára de receber reclamações. Um mês após o fecho da urgência à noite, a população não se conforma com a perda do serviço. A Tui, chega o mesmo número de doentes que chegava ao SAP nocturno de Valença.

Falta de médico na consulta aberta, demasiado tempo à espera de atendimento, insatisfação com o serviço prestado e até reencaminhamento para outras unidades de saúde sem atendimento prévio, com custos acrescidos por causa do transporte dos bombeiros, são alguns exemplos das muitas queixas que, desde 28 de Março, data em que o Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Valença fechou definitivamente, têm sido escritas por utentes no livro amarelo do centro de saúde. A vaga de reclamações considerada "anormal" pelos profissionais da estrutura acontece numa altura em que também a reorganização interna daquela unidade não é fácil. Fonte ligada ao centro de saúde afirmou que "o serviço ficou um caos" após o fecho do SAP e deverá piorar, quando, no sábado, forem desactivadas as instalações onde a valência funcionava e toda a actividade, incluindo a consulta aberta que substituiu a urgência, for centralizada no mesmo espaço. A mesma fonte explicou que com o reordenamento "cerca de um quarto do edifício ficará inutilizado".

Queixosa

Rosa Maria Rodrigues Landriot, emigrante portuguesa em França, que no início de Abril passou férias em Valença, assina uma das queixas do livro amarelo. A mulher terá, no dia 4, recorrido à consulta aberta do centro de saúde à procura de assistência para o filho de 11 anos, com "sintomas de desidratação", pelo facto de estar desde a manhã desse dia com "diarreia e vómitos intensos". Segundo o seu testemunho, o funcionário administrativo ter-lhe-á indicado que ligasse o 112, o que terá feito, mas uma vez que o CODU não terá considerado o caso urgente, chamou uma ambulancia através dos bombeiros locais. A criança foi para o Centro Hospitalar do Alto Minho, em Viana do Castelo onde ficou internada até ao dia seguinte, altura em que Rosa Landriot regressou ao centro de saúde de Valença para escrever a sua reclamação. Entretanto, queixa-se a emigrante, recebeu da corporação de bombeiros uma conta de "65 euros" relativa ao transporte.

Fernando Moreno, dirigente local do CDS e enfermeiro de profissão, confirma que o número de queixas oficializadas pelos utentes no livro amarelo "passou de zero para mais de duas dezenas", desde que o SAP deixou de funcionar, a 4 de Janeiro deste ano, mas, principalmente, a partir de 28 de Março com o fim do serviço também durante a noite. "Nunca houve queixas, em 30 anos, que se conheça. Aliás o que se conhece são manifestações de agrado das pessoas em relação ao serviço prestado. Desde 4 de Janeiro e particularmente, 28 de Março, o livro amarelo está cheio de reclamações", afirma.

"Foi mal feito"

Eduartina Silva, 56 anos, residente em S. Pedro da Torre (Valença), queixava-se ontem à porta do centro de saúde que o encerramento do SAP "foi mal feito porque faz muita falta a toda a gente". "O meu marido não tem bexiga e infelizmente vem aqui muitas vezes. E o meu miúdo tem falta de ar, porque tem asma, e é aqui que vimos bater. À noite temos de ir para Monção ou para Espanha", lamentava.

No que respeita ao recurso aos serviços de saúde espanhóis, nomeadamente, ao centro de saúde de Tui, o mais próximo de Valença do outro lado da fronteira, tudo indica que no ultimo mês manteve-se a mesma média de atendimento a utentes portugueses por noite, apesar do fecho do SAP. Segundo o chefe de serviço do Centro de Saúde de Tui, Santiago Posse Arenas, os portugueses atendidos por noite naquele equipamento "praticamente não aumentaram e a média é quase similar a que havia previamente ao encerramento". "Um, dois pacientes portugueses, no máximo, por noite. Eu creio, inclusivamente, que este número irá diminuir e não aumentar", afirmou.

Jornal de Noticias
 
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