As Safias

Falemos um pouco daquele peixe que nos dá a volta à cabeça. Claro estou a falar da dona, safia. É estimulante capturar safias, especialmente pela maneira como comem: num dia estão sôfregas, pegando à primeira; noutro nem por isso, fazem-se caras ignorando o isco; noutros ignoram por completo tudo, isco, anzol e até o pescador. A maneira de comer é muito própria. É um daqueles peixes que comem de cima para baixo qualquer pescador que esteja suficientemente atento verificará que a ponteira da cana, antes de mergulhar, sofre como que uma pequena subida. A safia por regra engole o isco cuspindo-o em seguida. É necessário saber resistir à tentação de ferrar de imediato, porque se o fizermos, adeus safia. Há alturas em que só se conseguem capturar safias encostando a cana ao barco, soltando a linha, que ficando frouxa, permite que a safia saboreie o isco e caia, regra geral, em seguida. Outra caracteristíca da safia é que come a qualquer hora do dia já as capturei de manhã, bem cedo, ao meio-dia e à tarde. Não é um peixe esquisito quanto às preferências de isco: quase tudo serve para iludir o apetite das safias desde ameijoas brancas, lingueirão, berbigão e casulo (ganso), que parece deixar as safias "com água na boca", talvez por ser um isco duro e com sangue abundante. Tem só o inconveniente de ser muito caro. Há alguns anos era fácil fazer grandes pescarias de safias o peixe abundava em quase todos os pesqueiros. Agora é tudo mais complicado porque este peixe começa a rarear. Para capturar safias a arte de armar as pescas é muito importante. Eu pessoalmente uso baixo de linha com 45 cm entre estralhos, que por sua vez tem 40 cm. Uso monofio 0,35 mm nos baixo de linha e 0,26 ou 0,28 mm no estralho, em qualquer caso, sempre linhas de qualidade. Para anzóis, opto pelos com tratamento de carbono nos 4 ou 5, de acordo com o tamanho do peixe. E já que estamos a falar dos aparelhos, digo-vos que ajuda muito uma boa cana e um bom carreto, por exemplo: a cana HIRO Princess e o carreto DAIWA Tournament 6000.
Exemplifico em seguida algumas situações que enunciei antes:
Chamo a atenção para este ponto que considero importante com base na experiência que adquiri: não é aconselhável encostar o destorcedor do estralho ao destorceor da chumbada. É preferível deixá-lo a uma distância de 6 a 8 cm aumentando a sensibilidade do estralho. (Fig. 1)


Exemplifico como come a safia, de cima para baixo. (Fig.2)



Espero que estes simples conselhos os ajudem nas pescarias às donas safias. Divirtam-se, vão à pesca!

cumpts
hell