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"Candidatura de Alegre reconfigura mapa político"

Rotertinho

GF Ouro
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"Candidatura de Alegre reconfigura mapa político"
"O que o PS decida não tem nenhuma influência na definição do candidato perante o país"


Por que razão o BE se apressou a apoiar Manuel Alegre? Ficou a ideia de que era boa oportunidade para causar incómodo ao PS.

Não nos apressámos. Tomamos decisões no tempo em que entendemos, não ficamos à espera de outros.

O facto político era a afirmação de uma candidatura que pudesse disputar a Cavaco Silva a eleição e, ao mesmo tempo, cumprir a ambição de apresentar um programa para o país contra a fractura social. A isso respondeu Manuel Alegre. E nós respondemos ao desafio que colocou à política portuguesa.

O apoio a Alegre não foi consensual no interior do BE. Como se ultrapassaram as divergências?

Na Convenção, duas listas minoritárias, com posições alternativas, pronunciaram -se amplamente. Representavam cerca de 20% das posições do BE. É um debate natural sobre estratégias, mas o BE decidiu olhando para a convergência política que mudou a face do diálogo à Esquerda, protagonizado por Manuel Alegre na Aula Magna, no Trindade, no voto contra o Código de Trabalho, para um sentimento de mudança que é uma reconfiguração do mapa político.

Jerónimo de Sousa, em entrevista ao JN, disse que dos encontros que citou o PCP foi excluído.

Não há nenhuma exclusão. Esses encontros foram abertos a qualquer pessoa; não foram entre partidos. Não era essa a configuração e seria errado que fosse, porque seria redutora. A Esquerda tem partidos com grande importância - o PCP, o BE. Há muita gente que no PS quer protagonizar esses debates, mas há sobretudo a Esquerda social - sindicalistas (esteve lá Carvalho da Silva), independentes. Uma visão estreita da política, que a reduza ao entendimento entre dois partidos, não vê o quadro geral da mobilização necessária de forças independentes e de pessoas como Manuel Alegre, que representam a contestação à política e económica e social do Governo.

Poderemos ter o BE ao lado do PS, a apoiar o mesmo candidato?

Não, porque uma candidatura presidencial é suprapartidária. Não sei o que o PS fará, só o que até agora se tem ouvido: Mário Soares, Vitalino Canas e secretários de Estado como Valter Lemos a tentarem torpedear a candidatura. O que o PS decida não tem nenhuma influência na definição do candidato perante o país. As candidaturas presidenciais definem-se pelo programa, o seu valor e a figura que os representa. Se perguntar a um cidadão de Esquerda se há alguém capaz de desafiar Cavaco Silva - objectivo essencial para combater a crise e a decadência deste regime -, em quem confiar para responder à fractura social e económica, dirá que é Alegre.

Dando como adquirido que Cavaco Silva se recandidata e admitindo que o PS apoia Alegre, como o PCP apresenta candidato próprio, isso não fragilizará a Esquerda?

Não. A decisão é do PCP. Mas a convergência de votos que à Esquerda possa determinar a derrota de Cavaco Silva não é ameaçada por uma candidatura do PCP. O PCP deixou muito claro que os seus votos não falham no momento crucial de uma decisão.


Jornal de Noticias
 
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