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Falsos inspectores sequestram casal

Rotertinho

GF Ouro
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Falsos inspectores sequestram casal

Com crachás da Polícia Judiciária, três homens apresentaram-se nos terrenos de Joaquim Calhabaço, na segunda-feira, e disseram estar a investigar o roubo de um tractor. A conversa ficou por ali, quando chegaram a irmã e o sobrinho do dono da casa, em Marinhais, Salvaterra de Magos, mas os falsos inspectores regressaram anteontem à noite – com os mesmos distintivos mas já armados e com coletes à prova de bala vestidos. E a pretexto da tal ‘investigação’, roubaram mais de sete mil euros a Joaquim Calhabaço e sequestraram-no, a ele e à mulher.

"Apareceram aí [segunda-feira] a dizer que andavam a investigar o roubo de um tractor que, por acaso, eu tinha comprado há dois anos. Identificaram-se com crachás, pediram os documentos e fui buscá--los", recorda Joaquim Calhabaço, 39 anos. Nesse dia, provavelmente, não fizeram nada porque apareceu a minha irmã e o filho", que residem na casa ao lado.

Quarta-feira, voltaram com a desculpa do tractor roubado e obrigaram Joaquim e a mulher, Patrícia, 30 anos, a entrar dentro de casa. Exigiram que o homem tirasse tudo o que tinha nos bolsos e ficaram desde logo com uma bolsa onde estavam sete mil euros, dois telemóveis do homem e o da mulher. A seguir, um dos assaltantes entreteve Patrícia na sala, enquanto os outros dois revistaram a casa toda, acompanhados por Joaquim, madeireiro. "Só me diziam que era melhor eu colaborar, que entregasse todas as armas ilegais que tivesse escondidas e que lhes abrisse o cofre, coisa que eu nem sequer tenho..."

Ao fim de mais de uma hora de sequestro, "disseram que iam à GNR buscar um detector de metais para encontrar o cofre e foram-se embora", deixando o casal trancado numa divisão da casa. O negociante de lenha estranhou a demora, destrancou a porta e desconfiou de que tinha sido roubado. Joaquim Calhabaço foi apresentar queixa na GNR de Marinhais, e este caso já está a ser investigado pela verdadeira Polícia Judiciária de Lisboa.

PORMENORES

SOFISTICAÇÃO

Fonte da GNR disse ao ‘CM’ que o esquema montado pelos falsos inspectores revela um "grande grau de elaboração".

CÃES PRESOS

Assim que chegaram, os falsos inspectores mandaram prender os vários cães de guarda do armazém de madeiras de Joaquim, ao lado da casa da vítima.

CRIMES

Os assaltantes incorrem em crimes de roubo, usurpação de funções (PJ) e sequestro, uma vez que trancaram o casal.

"ERA QUASE IMPOSSÍVEL DESCONFIAR"

Segundo a vítima, os falsos inspectores chegaram à sua propriedade exibindo distintivos, armados, vestidos com coletes à prova de bala e transportando uma pasta semelhante às que a PJ usa nas investigações. "Eu e a minha mulher pensámos mesmo que estavam a investigar isso do tractor, que eu comprei como estando legal", diz Joaquim Calhabaço. Mal refeito do susto, diz agora não ter dúvidas de que os assaltantes actuaram com informações privilegiadas sobre o dinheiro que transportava. "Eu tinha os sete mil euros no bolso porque ia pagar madeira que entretanto comprei a um proprietário aqui da zona", explica, acrescentando que é frequente andar com grandes quantias de dinheiro no bolso. "E alguém lhes terá dito que eu tinha um cofre em casa, porque foi disso que andaram sempre à procura".

TODOS ARMADOS MAS SEMPRE COM CALMA

O trio actuou sempre com muita calma e de cara descoberta. "Um é negro, outro é muito alto e bastante corpulento e o terceiro tem cabelo rapado", entre os 35 e 45 anos, conta Joaquim Calhabaço. "Via-se que todos tinham armas, mas nunca as apontaram ou ameaçaram directamente com elas". Na primeira vez deslocavam-se num Smart Preto e, quarta-feira, levaram um Opel cinzento. Fugiram com sete mil euros e três telemóveis – "não levaram mais nada de valor e nem pediram os cartões multibanco". Estava também em casa um sobrinho das vítimas, que passou despercebido por estar numa divisão separada.


Correio da Manha
 
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