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Reserva natural encerrada ao público por causa da maré negra

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Foto: Daniel Beltra/Reuters
A reserva natural de Breton alberga um número incalculável de aves​








As autoridades norte-americanas encerraram ontem ao público a reserva natural Breton National Wildlife Refuge, ao largo do Luisiana, para facilitar os trabalhos de limpeza da maré negra.

“O encerramento da reserva natural é importante para manter a segurança do público, minimizar a perturbação das colónias de aves marinhas que lá nidificam e permitir que as equipas responsáveis pelas operações de limpeza (...) possam trabalhar com segurança e eficácia”, segundo um comunicado do organismo americano responsável pela preservação da fauna (US Fish and Wildlife Service).

Ontem, pela primeira vez, as autoridades norte-americanas anunciaram oficialmente a chegada da maré negra, causada pela explosão da plataforma petrolífera Deepwater Horizon, a 22 de Abril. A primeira região afectada pela poluição é o arquipélago de ilhas-barreira Chandeleur, ao largo do Luisiana.

A reserva natural de Breton, que alberga um número incalculável de aves, é uma das mais antigas dos Estados Unidos. Criada em 1904, estende-se ao longo de mais de 2800 hectares.

Maré negra ameaça natureza já fragilizada

A maré negra do Golfo do México afecta, sobretudo, regiões muito sensíveis, já atingidas por furacões, poluição, sobre-exploração pesqueira e alterações climáticas. Estas são ameaças que limitam a capacidade da natureza de ultrapassar um novo problema.

“O tempo o dirá, mas o que sabemos é que os ecossistemas em boa saúde resistem melhor às ameaças”, comentou Christopher Mann, um dos responsáveis do programa marinho do Pew Environment Group, com sede em Washington.

“Com a subida do nível dos oceanos e a erosão, os pauis estão a desaparecer aos poucos. Estima-se que o delta do Mississípi esteja a perder, diariamente, uma superfície o equivalente a um campo de futebol”, disse Mann.

O especialista lembrou que foram abertos “canais para facilitar as operações da indústria petrolífera que não só promovem a erosão como também facilitam hoje a entrada do petróleo no interior dos pauis”.

Depois da passagem do furacão Katrina, em 2005, a vegetação ainda não recuperou o suficiente para conseguir desempenhar o seu papel de barreira natural de protecção destas zonas húmidas.

Além disso, o Mississipi, que atravessa praticamente os Estados Unidos de Norte a Sul, drena até ao delta a poluição das terras por onde passa, submetidas a uma agricultura intensiva. Os resíduos de pesticidas acabam no delta, ao ponto de criarem “zonas mortas”, segundo Mann.

Perigo invisível no fundo do mar

Ainda que vasto, o Golfo do México sofre com os efeitos da sobre-exploração pesqueira. Na Primavera, este é um local importante de concentração de baleias e atuns do Atlântico que lá se reproduzem.

“As pessoas preocupam-se com as costas, mas os impactos também são graves no oceano”, salienta Lisa Speer, directora do Programa Oceanos no National Resources Defense Council.

“Muitas criaturas vivem no fundo do mar, longe das câmaras. Ovos e larvas são particularmente vulneráveis: 20 anos depois da maré negra do Exxon Valdez (no Alasca), os salmões ainda não recuperaram”.

A opção da BP em utilizar dispersantes na maré negra é criticada por muitos. “Estamos a acrescentar uma poluição a outra. Só que o petróleo não desaparece, afunda-se e fica acumulado nos sedimentos durante décadas”, alerta Sue Lieberman, directora-adjunta do Pew.

“A vida marinha vai tornar-se numa sanduíche tóxica”, comentou Mann. “Um fundo do mar desabitado e águas de superfícies mergulhadas em petróleo”.

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