Rotertinho
GF Ouro
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Biografia: Joseph Ratzinger nasceu num sábado de aleluia
Força da fé e da razão supera tudo
Os Papas são pessoas raras. No que representam e no que viveram. Bento XVI reflecte no olhar uma experiência de vida fora do comum.
Petiz criado nos campos verdes e acidentados do sul da Baviera, na Alemanha, andou metido na Segunda Guerra Mundial 1939-45, na idade em que os adolescentes mais gozam e sonham. Vinte anos depois, ao chegar à idade madura, enfrentou novas formas de tirania brutal, com a contestação de 68 na Universidade de Tubinga (ou Tübbingen). Frases que ele próprio lembra, em livros autobiográficos, do género ‘mas o que é a Cruz de Jesus senão a expressão da adoração sadomasoquista da dor?’ e ‘O Novo Testamento é um documento de desumanidade, um meio de enganar as massas em grande escala’ são chocantes e cruéis. Nada lhe fez, contudo, perder a fé e a razão que lhe marcam a vida.
Os pais de Joseph Ratzinger, nascido a 16 de Abril de 1927, em Marktl am Inn, perto da fronteira alemã com a Áustria, eram católicos praticantes que iam à missa todos os domingos e rezavam em casa, em família, nomeadamente antes das refeições. E na família, a pessoa mais importante era um tio-avô, Georg Ratzinger, padre doutorado em teologia que foi deputado no parlamento regional (Landtag) e no nacional (Reichstag) e que se notabilizou por acções legislativas a favor dos camponeses e dos desfavorecidos em geral, bem como contra o trabalho infantil, na altura considerado normal.
Os dois factos explicam a alegria especial do pai Ratzinger, polícia de profissão, quando o terceiro filho nasceu em Sábado de Aleluia. É na Vigília Pascal que a Igreja Católica celebra a ‘Luz de Cristo’, a Palavra , o Baptismo e a Eucaristia. Ele achou que o bebé não tinha que esperar e aproveitou a festa para o baptizar, seguindo as mais antigas tradições cristãs.
A marca de fé acompanhou o Joseph Ratzinger durante toda a vida. E desde muito cedo racionalizou-a na sua existência. Lê-se muito sobre a sua vida depois de João Paulo II o chamar, em 1981, para prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, no Vaticano, mas o homem que conhecemos temperou-se muito antes. E duas das grandes experiências foram, sem dúvida, a adolescência em tempo de guerra e as derivas pós-Concílio Vaticano II. É aí que se compreende Bento XVI.
A sua descoberta do totalitarismo nazi é curiosa: numa aldeia, onde a igreja era o centro geográfico da localidade e o que marcava o ritmo da vida colectiva, um adepto de Hitler ergueu com grande pompa uma ‘Árvore de Maio’, símbolo bávaro da celebração da Primavera, e compôs uma espécie de oração ao símbolo da força da vida. Para o actual Papa foi o sinal de restauração da religião germânica e de repressão do cristianismo.
O adolescente, que foi mobilizado para o serviço militar, mas conseguiu escapar à arregimentação nas SS por querer ser padre, a fé em Cristo foi o caminho da vida. É natural que seja hoje a referência que os fiéis seguem.
INTÉRPRETE DO SEGREDDO DE FÁTIMA
A ligação de Bento XVI aos Pastorinhos de Fátima vai muito além de ter presidido às celebrações do 13 de Outubro de 1996 (foto à esquerda). Como responsável da Congregação para a Doutrina da Fé, Joseph Ratzinger teve intervenção directa no processo de beatificação de Jacinta e Francisco. Falou pessoalmente com a Irmã Lúcia e assinou o comentário teológico da Terceira Parte do Segredo de Fátima, incluído nas Memórias da vidente. A deslocação a Fátima em 1996 constituiu, de resto, cobertura para a visita ao Carmelo de Coimbra. O conhecimento do Segredo explica ainda o distanciamento, que vincou na homilia no Santuário. Usou apenas três vezes a palavra Fátima e referiu-se às aparições a par de Lourdes como "dois grandes sinais".
PROGRAMA DA VISITA
LISBOA
HOJE, DIA 1111h00 – Chegada ao Aeroporto da Portela
12h45 – Cerimónia de boas--vindas frente ao Mosteiro dos Jerónimos.
13h30 – Encontro com o Presidente da República no Palácio de Belém.
18h15 – Missa no Terreiro do Paço.
AMANHÃ, DIA 1210h00 – Encontro com o mundo da Cultura, no Centro Cultural de Belém.
16h40 – Partida de helicóptero da Portela para Fátima.
FÁTIMA
AMANHÃ, DIA 1217h10 – Chegada de helicóptero ao Estádio de Fátima.
17h30 – Visita à Capelinha das Aparições.
21h30 – Bênção das velas na Capelinha das Aparições.
QUINTA-FEIRA, DIA 1310h00 – Missa no Santuário de Fátima.
SEXTA-FEIRA, DIA 1408h40 – Partida de helicóptero para o Porto.
PORTO
SEXTA-FEIRA, DIA 1409h30 – Chegada ao heliporto do Quartel da Serra do Pilar.
10h15 – Missa na Avenida dos Aliados.
13h30 – Cerimónia de despedida no Aeroporto Sá Carneiro.
14h00 – Partida para Roma.
Correio da Manha
Força da fé e da razão supera tudo
Os Papas são pessoas raras. No que representam e no que viveram. Bento XVI reflecte no olhar uma experiência de vida fora do comum.
Petiz criado nos campos verdes e acidentados do sul da Baviera, na Alemanha, andou metido na Segunda Guerra Mundial 1939-45, na idade em que os adolescentes mais gozam e sonham. Vinte anos depois, ao chegar à idade madura, enfrentou novas formas de tirania brutal, com a contestação de 68 na Universidade de Tubinga (ou Tübbingen). Frases que ele próprio lembra, em livros autobiográficos, do género ‘mas o que é a Cruz de Jesus senão a expressão da adoração sadomasoquista da dor?’ e ‘O Novo Testamento é um documento de desumanidade, um meio de enganar as massas em grande escala’ são chocantes e cruéis. Nada lhe fez, contudo, perder a fé e a razão que lhe marcam a vida.
Os pais de Joseph Ratzinger, nascido a 16 de Abril de 1927, em Marktl am Inn, perto da fronteira alemã com a Áustria, eram católicos praticantes que iam à missa todos os domingos e rezavam em casa, em família, nomeadamente antes das refeições. E na família, a pessoa mais importante era um tio-avô, Georg Ratzinger, padre doutorado em teologia que foi deputado no parlamento regional (Landtag) e no nacional (Reichstag) e que se notabilizou por acções legislativas a favor dos camponeses e dos desfavorecidos em geral, bem como contra o trabalho infantil, na altura considerado normal.
Os dois factos explicam a alegria especial do pai Ratzinger, polícia de profissão, quando o terceiro filho nasceu em Sábado de Aleluia. É na Vigília Pascal que a Igreja Católica celebra a ‘Luz de Cristo’, a Palavra , o Baptismo e a Eucaristia. Ele achou que o bebé não tinha que esperar e aproveitou a festa para o baptizar, seguindo as mais antigas tradições cristãs.
A marca de fé acompanhou o Joseph Ratzinger durante toda a vida. E desde muito cedo racionalizou-a na sua existência. Lê-se muito sobre a sua vida depois de João Paulo II o chamar, em 1981, para prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, no Vaticano, mas o homem que conhecemos temperou-se muito antes. E duas das grandes experiências foram, sem dúvida, a adolescência em tempo de guerra e as derivas pós-Concílio Vaticano II. É aí que se compreende Bento XVI.
A sua descoberta do totalitarismo nazi é curiosa: numa aldeia, onde a igreja era o centro geográfico da localidade e o que marcava o ritmo da vida colectiva, um adepto de Hitler ergueu com grande pompa uma ‘Árvore de Maio’, símbolo bávaro da celebração da Primavera, e compôs uma espécie de oração ao símbolo da força da vida. Para o actual Papa foi o sinal de restauração da religião germânica e de repressão do cristianismo.
O adolescente, que foi mobilizado para o serviço militar, mas conseguiu escapar à arregimentação nas SS por querer ser padre, a fé em Cristo foi o caminho da vida. É natural que seja hoje a referência que os fiéis seguem.
INTÉRPRETE DO SEGREDDO DE FÁTIMA
A ligação de Bento XVI aos Pastorinhos de Fátima vai muito além de ter presidido às celebrações do 13 de Outubro de 1996 (foto à esquerda). Como responsável da Congregação para a Doutrina da Fé, Joseph Ratzinger teve intervenção directa no processo de beatificação de Jacinta e Francisco. Falou pessoalmente com a Irmã Lúcia e assinou o comentário teológico da Terceira Parte do Segredo de Fátima, incluído nas Memórias da vidente. A deslocação a Fátima em 1996 constituiu, de resto, cobertura para a visita ao Carmelo de Coimbra. O conhecimento do Segredo explica ainda o distanciamento, que vincou na homilia no Santuário. Usou apenas três vezes a palavra Fátima e referiu-se às aparições a par de Lourdes como "dois grandes sinais".
PROGRAMA DA VISITA
LISBOA
HOJE, DIA 1111h00 – Chegada ao Aeroporto da Portela
12h45 – Cerimónia de boas--vindas frente ao Mosteiro dos Jerónimos.
13h30 – Encontro com o Presidente da República no Palácio de Belém.
18h15 – Missa no Terreiro do Paço.
AMANHÃ, DIA 1210h00 – Encontro com o mundo da Cultura, no Centro Cultural de Belém.
16h40 – Partida de helicóptero da Portela para Fátima.
FÁTIMA
AMANHÃ, DIA 1217h10 – Chegada de helicóptero ao Estádio de Fátima.
17h30 – Visita à Capelinha das Aparições.
21h30 – Bênção das velas na Capelinha das Aparições.
QUINTA-FEIRA, DIA 1310h00 – Missa no Santuário de Fátima.
SEXTA-FEIRA, DIA 1408h40 – Partida de helicóptero para o Porto.
PORTO
SEXTA-FEIRA, DIA 1409h30 – Chegada ao heliporto do Quartel da Serra do Pilar.
10h15 – Missa na Avenida dos Aliados.
13h30 – Cerimónia de despedida no Aeroporto Sá Carneiro.
14h00 – Partida para Roma.
Correio da Manha