FMI diz-se "pronto" para ajudar países europeus em dificuldades

John Lipsky, nº2 do Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmou hoje que a instituição está preparada para ajudar mais países do euro que eventualmente necessitem de financiamento e aconselhamento técnico.

"Da parte do Fundo, se formos chamados, estamos prontos para apoiar os nossos membros europeus nos seus programas de ajustamento, através da concepção e do acompanhamento de medidas económicas, e do fornecimento de auxílio financeiro em paralelo com o novo mecanismo europeu de estabilidade" .

A afirmação foi feita por Lipsky durante um seminário sobre a necessidade de redesenhar o sistema financeiro.

"Congratulamo-nos enormemente pelo vasto pacote de medidas adoptado pela União Europeia", disse, realçando a criação do mecanismo europeu de estabilização, que, em articulação com o FMI, poderá mobilizar até 750 mil milhões de euros para socorrer países em dificuldade.

Lipsky aplaudiu ainda as intervenções do Banco Central Europeu que, numa iniciativa muito pouco ortodoxa, estará ainda a comparar aos bancos títulos de dívida pública, depois de, ao longo da semana passada, ter gasto 16,5 mil milhões de euros para aliviar os que mais têm perdido com a desvalorização dos títulos, em particular os associados à dívida de Portugal, Espanha e Grécia.

Segundo o dirigente do FMI, estes novos instrumentos vão "fortalecer a estabilidade económica e financeira na Zona Euro, melhorar o funcionamento do mercado e a confiança dos investidores", que deverá também beneficiar dos planos para acelerar a redução dos défices que, em sua opinião, "ajudarão a suster a recuperação económica global", e não a deprimi-la.

"Olhando para além da recente turbulência nos mercados financeiros do sul da Europa, a avaliação do FMI é que foi evitada uma profunda recessão global, e o mundo está a viver uma recuperação", salienta o nº2 da instituição liderada por Dominique Strauss-Kahn (na foto).


Fonte: Jornal de Negócios